Klabin (KLBN11) vai pagar R$ 377 milhões em dividendos após registrar lucro bilionário em 2021; saiba os detalhes
A Klabin (KLBN11) teve um ano forte, ajudada pela alta na celulose e pelo câmbio. E, junto ao lucro, anunciou dividendos complementares
A Klabin (KLBN11) não tem o que reclamar de 2021: a demanda por papel e celulose permaneceu aquecida durante boa parte do ano, tanto no Brasil quanto no exterior; além disso, os preços dos produtos também mantiveram-se em patamares bastante saudáveis. Com esse cenário, a empresa conseguiu gerar caixa, inaugurar uma nova planta e fechar o ano com lucros bilionários — e parte desses ganhos será distribuída na forma de dividendos ao acionista.
A gigante do setor de papel e celulose reportou há pouco o seu balanço referente ao quarto trimestre de 2021: o volume de vendas ficou praticamente estável em relação ao mesmo período de 2020, mas a receita líquida aumentou 5%, chegando a R$ 4,58 bilhões. O lucro, no entanto, caiu 21% na mesma base de comparação, a R$ 1,05 bilhão.
Essa desaceleração nos ganhos, no entanto, não ofusca o ano forte da companhia. Quando olhamos para os números consolidados de 2021, a Klabin teve lucro de R$ 3,4 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,4 bilhões contabilizado em 2020. Sob a ótica anual, todos os principais indicadores financeiros e operacionais tiveram uma melhora.
E, com a máquina bem azeitada, a empresa aproveitou para dar um presente surpresa aos seus investidores, sob a forma de dividendos complementares de R$ 377 milhões — o que representa R$ 0,34321458965 por unit (KLBN11) e R$ 0,06864291793 por ação (KLBN3 e KLBN4).
Para receber essa remuneração extra, é preciso fazer parte da base acionária da Klabin no fechamento da próxima segunda-feira (14) — o pagamento será realizado ainda neste mês, no dia 25.
Vamos entender como a Klabin conseguiu voltar ao azul e distribuir proventos aos acionistas.
Leia Também
Klabin (KLBN11): bom momento operacional
Antes de tudo, vale entendermos melhor a Klabin: no mercado de celulose, ela é um player relevante nos segmentos de fibra curta, fibra longa e fluff — usada em absorventes e fraldas. No setor de papel, a companhia tem foco em cartões revestidos e embalagens, com destaque para o chamado kraftliner, um dos componentes estruturais do papelão ondulado.
Para cada um desses produtos, a Klabin tem clientes no Brasil e no exterior. E aqui temos um primeiro efeito relevante para a empresa: as vendas fora do país têm ganhado importância — e, com o dólar fortalecido ao longo de 2021, há um impulso óbvio na receita líquida. Veja os gráficos abaixo:

Em paralelo ao efeito dólar, há também a disparada nos preços da celulose nos mercados internacionais. Em 2021, o valor médio da tonelada da commodity negociada pela Klabin foi de R$ 3.740, um aumento de 47% em relação ao ano anterior — um comportamento que também impulsiona a linha de receita da companhia.
Tendo essa combinação de fatores em mente, fica fácil entender o comportamento das linhas superiores do balanço da Klabin: mesmo com o volume de vendas em 2021 aumentando apenas 6% em relação a 2020, a receita líquida saltou 38%, indo a R$ 16,5 bilhões.
Outro efeito relevante no balanço da Klabin diz respeito aos investimentos no projeto Puma II, planta destinada à produção de papel. Ao longo dos últimos anos, a empresa fez aportes pesados para o desenvolvimento do projeto, cuja expansão completa só deve terminar em 2023.
Dito isso, as atividades em Puma II já estão em fase de crescimento, com a segunda máquina produtora de papel sendo inaugurada no ano passado. Assim, a Klabin está numa fase em que projeto já gera receita, ao mesmo tempo em que demanda menos investimentos — o que traz alívio ao balanço e às métricas de endividamento.
Por fim, vale destacar a dinâmica do endividamento: com demanda forte, preços elevados e dólar favorável, a Klabin gerou R$ 1,7 bilhão em caixa operacional apenas no quarto trimestre de 2021. Como resultado, a alavancagem da companhia, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos 12 meses, caiu para 3 vezes ao fim de dezembro; a métrica estava em 3,2 vezes em setembro.
KLBN11: acima do nível pré-pandemia
Com o mercado de papel e celulose mais aquecido, as units da Klabin (KLBN11) — os ativos mais líquidos da empresa — tiveram uma recuperação relativamente rápida após março de 2020, mês em que a incerteza relacionada à Covid-19 chegou ao ápice no mercado financeiro.
Nesta quarta (9), por exemplo, KLBN11 subia mais de 1% durante a manhã e operava na faixa dos R$ 25,40, mas encerrou o dia em baixa de 0,56%, a R$ 25,03. É um patamar de preço distante do visto em meados do ano passado, quando os ativos superaram os R$ 30,00, mas representa um avanço em comparação com os níveis pré-pandemia.

A visão do mercado como um todo é amplamente positiva para KLBN11: segundo dados compilados pelo TradeMap, o ativo conta com 13 recomendações de analistas, todas elas de compra. O preço-alvo médio é de R$ 33,46, o que implica num potencial de alta de cerca de 30% em relação à cotação atual. A visão mais otimista, no entanto, coloca os ativos em R$ 40,00 — um ganho implícito da ordem de 57%.
Em termos de valuation, no entanto, as métricas encontram-se estressadas. O indicador EV/Ebitda projetado para o fim de 2022 é de 7,5 vezes, muito próximo à média de 3 anos para KLBN11, de 8 vezes; a situação no múltiplo Preço/Lucro é ainda mais desfavorável: 15 vezes na projeção ao fim do ano, versus uma média de três anos de 1,7 vez.
Vale ressaltar, no entanto, que o período pré-2020 foi bastante negativo para as empresas de papel e celulose: os preços da commodity estavam em baixa, com uma oferta global superior à demanda. Esse cenário, somado aos investimentos pesados em Puma II e perdas no resultado financeiro, fez com que a Klabin registrasse prejuízos com uma certa frequência.
Assim, há uma distorção quando falamos nas média de três anos do valuation da Klabin e de outras companhias do setor, como a Suzano, já que tanto o P/L quanto o EV/Ebitda foram puxados para baixo por causa do mau momento no fim da década passada.
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
