A conclusão da aquisição da Linx (LINX3) pela Stone (STNE) vai ter que esperar mais um tempo. O relator da análise da operação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu mais 90 dias para concluir seus trabalhos.
Para analisar um caso de aquisição como este, o Cade estabelece um prazo original de 240 dias. Em seu pedido, o relator Sérgio Costa Ravagnani afirma que, com o volume de informações e de manifestações de outras partes interessadas, é necessário mais tempo para realizar uma análise minuciosa do processo.
A operação chegou a ser aprovada pela Superintendência Geral do Cade em março, sem restrições. Mas a decisão foi alvo de recurso apresentado por Cielo, Banco Safra e Adyen, fintech de origem holandesa.
Agora, o Cade afirma, em comunicado, que a operação terá seu julgamento concluído até julho. Como prevê o regimento interno, o ato de concentração estará na pauta da reunião do colegiado no dia 16 de junho.
A aquisição da Linx pela Stone ocorreu depois de uma intensa disputa com a Totvs. Tanto que a proposta inicial da vencedora era de R$ 6,04 bilhões, e no final, o valor ficou em R$ 6,7 bilhões.
Um dos pontos mais polêmicos do negócio foi o acordo de não competição com os fundadores da Linx.
Alberto Menache, o CEO da empresa, vai receber R$ 19 milhões anuais durante cinco anos, mais uma remuneração de R$ 5 milhões por um ano de contrato de trabalho com a Stone.
Os outros fundadores da Linx, Nércio Fernandes e Alon Dayan, receberão um total de R$ 75 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente.
Estes valores foram diminuídos depois da reação da Totvs e dos próprios acionistas da Linx aos termos do acordo. O montante total original a ser pago aos três fundadores era superior a R$ 300 milhões.
A ação da Linx fechou hoje praticamente estável, com leve alta de 0,29%, enquanto o papel da Stone, negociado em Nova York, fechou em alta de 1,90%.