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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Zona de turbulência

Gol fecha o trimestre no azul, mas queima caixa e segue com resultado operacional negativo

O balanço da Gol veio pior na base trimestral, tanto em termos de receita quanto de Ebitda. Mas o resultado financeiro forte garantiu o lucro

Victor Aguiar
Victor Aguiar
29 de julho de 2021
9:53 - atualizado às 9:54
Aeronave da Gol no aeroporto de Congonhas (SP)
Aeronave da Gol no aeroporto de Congonhas (SP) - Imagem: Shutterstock

Trimestre após trimestre, a Gol faz questão de passar uma mensagem positiva aos acionistas — uma postura natural e esperada, obviamente. Projeções de melhora operacional, previsões otimistas quanto à dinâmica da pandemia, estimativas de recuperação financeira: a narrativa, em linhas gerais, é sempre a mesma.

Mas, ao menos neste segundo trimestre, ainda não é possível dizer que a companhia aérea já esteja enxergando um céu de brigadeiro adiante. Por mais que a Gol tenha reportado um lucro líquido de R$ 642,9 milhões entre abril e junho — no mesmo período do ano passado, houve prejuízo de R$ 2 bilhões —, ainda há várias nuvens carregadas no horizonte.

A cifra ficou bem acima das expectativas do mercado. A média das projeções de analistas consultados pela Bloomberg apontava para um prejuízo líquido de R$ 764 milhões. Ou seja: ao menos a última linha do balanço surpreendeu positivamente.

Só que a análise mais detalhada do balanço nos mostra que essa surpresa se deve, basicamente, ao resultado financeiro líquido positivo em R$ 1,479 bilhão no segundo trimestre — a Gol diz apenas que teve "ganhos com variações cambiais e monetárias de R$ 1,9 bilhão", sem dar maiores detalhes.

Portanto, estamos falando de um efeito que não traz impactos ao caixa da companhia. E, nas demais linhas dos resultados trimestrais, encontramos um desempenho que ainda não decolou.

Quer saber quais as perspectivas para a bolsa no segundo semestre desse ano? É só clicar no vídeo abaixo, feito especialmente pelo Seu Dinheiro para você:

Mantenham os cintos afivelados

Antes de irmos aos números em si, é importante fazer uma ressalva: a comparação anual é pouco útil, já que o segundo trimestre de 2020 foi marcado pelo auge da incerteza no setor aéreo e uma paralisia quase completa do fluxo de aeronaves.

Dito isso, a receita líquida da Gol chegou a R$ 1 bilhão, mais que o dobro dos R$ 357,8 milhões reportados há um ano. O dado parece bom à primeira vista, mas a comparação trimestral nos mostra uma tendência não muito animadora.

Afinal, a receita líquida da Gol encolheu na comparação com os primeiros três meses de 2021 e em relação ao quarto trimestre de 2020. É verdade que esses períodos são sazonalmente mais fortes para o setor aéreo, mas também é verdade que a vacinação contra a Covid-19 estava bem mais atrasada e as medidas de restrição eram bem mais severas.

Gol resultados

Particularmente preocupante é a tendência do resultado operacional (Ebit) — o lucro ou o prejuízo que resulta das atividades diárias da companhia. No segundo trimestre deste ano, a linha ficou negativa em R$ 810,2 milhões, um desempenho não muito superior ao visto no mesmo intervalo de 2020.

Sendo assim, o que garantiu a decolagem do lucro foi o resultado financeiro positivo, já que as operações da Gol continuam deficitárias. Além disso, a aérea segue queimando caixa, embora em quantias menores que no passado.

O fluxo de caixa líquido da Gol ficou negativo em R$ 82,2 milhões — uma cifra bem inferior à dos trimestres passados, mas que ainda mostra a dificuldade da empresa para estancar a sangria.

(R$ mi)Resultado operacional (Ebit)Margem EbitFluxo de caixa líquido
2T20-897,6-250,9%-1010,1
3T20-760,4-78,0%-142,7
4T20-319,2-16,9%577,8
1T21-522,5-33,3%-514,5
2T21-810,2-78,8%-82,2
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Gol: custos e dívida

No lado dos custos, a Gol também mostrou uma pressão superior à vista nos trimestres recentes — novamente, a comparação com o segundo trimestre de 2020 é pouco útil, dado que, na ocasião, os custos foram às alturas.

Veja abaixo como evoluiu o custo por assento (Cask) da Gol ao longo dos trimestres (em centavos de real):

  • 2T20: 79,16;
  • 3T20: 34,12 (-56,9% t/t);
  • 4T20: 26,44 (-22,5% t/t);
  • 1T21: 27,34 (+3,4% t/t);
  • 2T21: 42,47 (+55,3% t/t)

Em termos de gestão de endividamento, a Gol segue com níveis elevados de dívida líquida e alavancagem, mas relativamente estáveis na comparação com o trimestre anterior — o que é uma boa notícia e afasta eventuais dúvidas a respeito da viabilidade das operações no curto prazo.

A posição de liquidez total da Gol — que soma o caixa e os recebíveis — subiu 1% em relação aos níveis de março, para R$ 1,8 bilhão; a dívida líquida recuou 3,5% na mesma base, para R$ 14,3 bilhões.

Gol dívida

Mais projeções da Gol

A companhia aérea forneceu mais estimativas operacionais e financeiras a respeito do futuro. Para o terceiro trimestre, a Gol prevê uma receita líquida de cerca de R$ 1,8 bilhão e Ebitda positivo na ordem de R$ 400 milhões.

A dívida líquida, por outro lado, deve aumentar e chegar perto de R$ 15 bilhões.

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