Não sei se estou vivendo ou apenas esperando um novo IPO na Bolsa de Valores. Desde o início de 2020, 31 empresas brasileiras fizeram suas ofertas iniciais de ações e movimentaram mais de R$ 30 bilhões.
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De acordo com os analistas da XP Investimentos, o movimento só deve aumentar nos próximos meses. Segundo o estrategista chefe e Head do Research, Fernando Ferreira e a analista ESG da XP, Marcella Ungaretti, fatores como a Selic em sua mínima histórica, de 2,0% ao ano e o movimento V da Bolsa brasileira (recuperando todas as perdas de 2020), atraíram investidores nacionais e estrangeiros.
Em relatório, disseram que "no fim de 2020, os investidores pessoas físicas chegaram a 3,2 milhões, +92,1% em relação a 2019, e houve um fluxo de investidores estrangeiros que somou R$61,3 bilhões apenas em novembro e dezembro do ano passado (além de +R$23,6 bilhões apenas em janeiro desse ano)."
Os analistas reforçam a projeção que havia sido feita pelo head do banco de investimento e sócio da XP, Pedro Mesquita, em entrevista à CNN, de que é esperado um número de até 100 IPOs em 2021.
Nova realidade do mercado brasileiro
Fernando e Marcella afirmam que "conviver com os IPOs recorrentes deverá ser a nova realidade (positiva) do mercado brasileiro". Para isso, os analistas citam:
- O baixo número de empresas listadas no Brasil em comparação a outros países. Com isso, uma maior quantidade de empresas listas significa mais oportunidades de investimento aos investidores e mais opções de financiamento produtivo para as empresas;
- Hoje, o mercado é muito mais líquido do que no passado. No ano de 2000, o volume médio de negociação diária na B3 era de R$ 600 milhões. Em 2020, o valor já bateu os R$ 29,4 bilhões.
- Os analistas concluem o relatório explicando que "apesar do aumento do número de pessoas físicas na Bolsa e do fluxo de estrangeiros, a alocação em renda variável de ambos segue muito baixa. Em 2009, a movimentação de capital estrangeiro chegou a R$ 50,7 bilhões vs. R$ 22,3 bilhões até 1º de fevereiro desse ano."