Juntos, Santander, Itaú e Bradesco têm salto no lucro, mas saúde financeira não tranquiliza mercado
Um contraste fica visível na comparação entre Santander e Itaú, principalmente: o comportamento da margem financeira das operações com clientes

Um ano após o solavanco inicial da pandemia, os três maiores bancos privados do País mostraram sólidos lucros. Juntos, Santander Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco ganharam R$ 16,9 bilhões entre janeiro e março deste ano.
A cifra representa uma volta à normalidade, após um 2020 em que as reservas para eventuais perdas com crédito combinadas superaram os resultados obtidos.
Em relação ao primeiro trimestre de 2020, quando dois desses três gigantes já reforçaram as provisões para enfrentar a crise que então se insinuava, o resultado combinado dos "bancões" saltou 46,7%.
E também ficou R$ 300 milhões acima da soma dos lucros registrados no primeiro trimestre de 2019, quando o mercado ainda operava em ritmo normal.
Mas a saúde financeira exibida não foi suficiente para tranquilizar totalmente o mercado, que vem reagindo de forma volátil em relação às três instituições financeiras.
O Santander, por exemplo, conseguiu agradar com um resultado recorde para o período e com desempenho bem distribuído entre as diferentes linhas de negócio. As ações do banco chegaram a subir mais de 10% no dia do balanço (a instituição divulga os resultados pela manhã).
Leia Também
Apesar do crescimento dos resultados, o mercado viu ainda feridas abertas no balanço do Itaú Unibanco e, na terça-feira, derrubou as ações do maior banco da América Latina em mais de 4%.
As ações do Santander e do Bradesco foram arrastadas e recuaram 2,08% e 2,53%, respectivamente.
Anunciado após o fim do pregão na terça-feira, o lucro do Bradesco foi o único dos três a não superar as estimativas de analistas apontadas pelo Prévias Broadcast.
As ações do banco chegaram a cair 2% no pregão de ontem, mas se recuperaram ao longo do dia, fechando em baixa de 0,25%.
Retomada
Na visão do presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, os balanços dos bancos mostram um horizonte de negócios começando a se desanuviar, após a tormenta provocada pela pandemia de covid-19.
"Estamos trocando as dúvidas sombrias por uma narrativa virtuosa", afirmou o executivo no comunicado de divulgação do balanço do Bradesco.
"Em termos objetivos, os bancos estão preparados para enfrentar o cenário desafiador da pandemia."
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco
A rentabilidade dos três voltou a um patamar considerado saudável por analistas. O Itaú ficou na ponta mais baixa do indicador, com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 18,5%, enquanto Bradesco e Santander marcaram 18,7% e 20,9%, respectivamente.
A XP apontou, em relatório, que a situação ainda não está totalmente equacionada. "O Itaú divulgou diversos itens não sustentáveis, que ajudaram no resultado, enquanto áreas relevantes como rendas de tarifas, margem financeira com clientes e custos apresentaram desempenho abaixo do esperado", apontou o documento.
Um contraste fica visível na comparação entre Santander e Itaú, principalmente: o comportamento da margem financeira das operações com clientes, que reflete o resultado das operações de crédito no varejo bancário.
Enquanto o primeiro teve avanço de mais de 6% nessa rubrica, o segundo verificou um recuo superior a 5% nessa parte do balanço, entre janeiro e março deste ano.
Nas conferências com jornalistas e com analistas financeiros, o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, ponderou que, face à crise, o mix da carteira de clientes se alterou, com mais operações de atacado, de spread mais baixo, e menos com clientes de varejo.
Nessa última categoria houve ainda migração para empréstimos com carência, prazos mais longos e taxas contidas. Mas ele disse também que já notava em abril a retomada de linhas que garantem mais ganhos para o banco, o que poderia levar a melhores resultados mais adiante.
Em seu balanço, o Bradesco passou a mensagem de que as operações podem ficar mais rentáveis. A margem financeira da instituição ficou praticamente estável em relação à verificada nos últimos três meses.
Cautela
Para Lazari, há clima para o Bradesco "sair da defensiva" e buscar novos negócios que ampliem seu volume operacional. Essa noção, no entanto, continua baseada em uma cobertura de provisão para créditos de liquidação duvidosa, conhecidas pela sigla PDD, equivalente a 350% do saldo de empréstimos em atraso superior a 90 dias do banco.
Existe também a expectativa de que essa inadimplência ainda volte a ter repiques. No Itaú Unibanco, que há um ano deu o tom do conservadorismo que seria adotado na pandemia, as provisões excedentes não serão revertidas, segundo Maluhy.
As reservas não precisaram ser usadas nesse primeiro trimestre, com taxas de inadimplência ainda comportadas, mas seguirão à disposição em caso de uma piora de cenário.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica
A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México
O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Solana (SOL) no Itaú: banco expande sua oferta de criptomoedas e adiciona 3 novos tokens no app
Além do bitcoin (BTC) e do ethereum (ETH), disponíveis desde 2024, Itaú adiciona XRP, solana (SOL) e USDC ao seu catálogo de investimentos
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
MRV (MRVE3) mostra como quer voltar ao topo, ações sobem mais de 8% e aparecem entre as maiores altas do Ibovespa
No MRV Day, os executivos da companhia divulgaram os planos para os próximos anos e o guidance para 2025; o mercado parece ter gostado do que ouviu