Produção industrial cai 2,4% em março, segundo mês seguido de retração
Desempenho foi puxado principalmente pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, segundo o IBGE; setor está 16,5% abaixo do patamar recorde de maio de 2011
A produção industrial caiu 2,4% em março em comparação ao mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (5).
O desempenho representa uma intensificação da perda de 1,0% registrada em fevereiro, quando houve a interrupção de nove meses de resultados positivos.
O recuo de março teve predomínio de taxas negativas entre as atividades industriais investigadas e foi puxado principalmente pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias.
Com os resultados desse mês, o setor industrial encontra-se 16,5% abaixo do patamar recorde registrado em maio de 2011.
A indústria acumula no ano crescimento de 4,4% e, nos últimos 12 meses, queda de 3,1%.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, diz que o aprofundamento do recuo do setor industrial é relacionado ao recrudescimento da pandemia.
Segundo ele, o avanço da covid-19 provocou interrupção das jornadas de trabalho, paralisações de plantas industriais e atrapalhou "toda a cadeia produtiva, levando ao encarecimento e à falta de insumos para o processo produtivo".
O pesquisador destaca que, de maio de 2020 a janeiro de 2021, houve ganho acumulado de 40,1%, o que fez a produção industrial superar o patamar pré-pandemia. "Nesse período, houve um ganho de 3,5% acima do patamar de fevereiro de 2020", diz.
"Mas, com as perdas de fevereiro e março deste ano, nós zeramos esse acumulado que tinha até o mês de janeiro. De modo que o patamar de março de 2021 é exatamente o mesmo do pré-pandemia”, explica Macedo.
Produção de veículos recua 8,4%
Principal influência negativa entre as atividades, o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias registrou -8,4%, terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 15,8%.
Esse comportamento recente interrompe uma sequência de oito meses de taxas positivas que acumularam expansão de 1.196,9%.
Segundo Macedo, o recuo nos veículos automotores, reboques e carrocerias foi especialmente afetado pela redução na produção dos automóveis e de autopeças. "Houve nessa atividade uma série de interrupções de processos de produção, paralisações e férias sendo concedidas. Isso justifica a queda de 8,4%".
Ainda nas influências negativas, destacaram-se:
- confecção de artigos do vestuário e acessórios (-14,1%);
- outros produtos químicos (-4,3%);
- produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,4%);
- couro, artigos para viagem e calçados (-11,2%);
- produtos de borracha e de material plástico (-4,5%);
- bebidas (-3,4%);
- móveis (-9,3%);
- produtos têxteis (-6,4%);
- produtos de minerais não metálicos (-2,5%).
Os principais impactos positivos vieram das indústrias extrativas (5,5%), outros equipamentos de transporte (35%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%).
"Essas atividades estão repondo perdas observadas em meses anteriores. Elas estão com taxas positivas nesse mês porque as perdas anteriores foram muito acentuadas e esse é um crescimento natural", diz o gerente da pesquisa do IBGE.
A queda de março foi acompanhada por três das grandes categorias econômicas e pela maioria dos ramos pesquisados.
A categoria bens de consumo semi e não duráveis caiu 10,2%, a maior perda desde abril de 2020, quando havia registrado -12,6%.
Os bens de consumo duráveis (-7,8%) e os bens de capital (-6,9%) intensificaram as perdas registradas no mês anterior. Já o setor produtor de bens intermediários (0,2%) foi o único a registrar taxa positiva.
Indústria cresce 10,5% frente a março de 2020
Na comparação com março de 2020, a produção industrial cresceu 10,5%, a taxa mais elevada desde junho de 2010 (11,2%). É o sétimo mês de crescimento consecutivo nesse indicador.
Macedo explica que o resultado se deve à base de comparação baixa, uma vez que o setor recuou 3,9% em março de 2020, e também ao efeito-calendário. Neste ano, o mês de março teve um dia útil a mais do que no ano anterior.
“No confronto interanual, a produção industrial mostra não somente uma taxa de crescimento de dois dígitos, mas também essa configuração de taxas positivas bastante disseminadas. Mas é preciso fazer essa ressalva: a base de comparação é baixa", diz o pesquisador.
O resultado positivo alcançou todas as quatro grandes categorias econômicas e a maior parte das atividades investigadas.
As principais influências nesse indicador vieram de:
- veículos automotores, reboques e carrocerias (19,2%);
- máquinas e equipamentos (27,5%);
- produtos de minerais não metálicos (27,7%);
- produtos de metal (24,5%);
- produtos de borracha e de material plástico (20,3%);
- metalurgia (10,9%).
Entre as influências negativas, a maior foi exercida por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), atividade que foi pressionada pela queda na fabricação dos itens querosenes de aviação, naftas para petroquímica, álcool etílico e óleos combustíveis.
O segmento bens de capital (29,6%) registrou a maior expansão entre as grandes categorias econômicas, seguido por bens de consumo duráveis (12,0%), bens intermediários (9,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (6,2%).
Show da Madonna deve injetar R$ 300 milhões na economia do Rio — e aqui está o que você precisa saber para assistir
O show da Madonna está marcado para 4 de maio, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro — descubra como assistir de graça sem sair de casa
Shein, AliExpress e Shopee na mira: Novo imposto vai voltar a taxar compras de até US$ 50 em sites estrangeiros
Criado pela reforma tributária, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) começará a ser cobrado em 2026
Preço dos imóveis sobe em São Paulo: confira os bairros mais buscados e valorizados na cidade, segundo o QuintoAndar
Quatro bairros da capital paulista registraram cifras de cinco dígitos quando se trata de preço médio do metro quadrado
Mega-Sena acumula e Lotofácil faz dois “quase milionários” em Salvador, Porto Alegre e outras duas cidades; veja quanto cada um vai receber
Cada um dos quatro sortudos da Lotofácil levará para casa uma bolada generosa: pouco mais de R$ 873,9 mil
Rodolfo Amstalden: O “bate e assopra” de Lula
O terceiro mandato de Lula está sendo marcado por uma ondulação da sua postura política, ou, na língua popular, o “bate e assopra”
Veja estimativa para novo imposto após Haddad entregar reforma tributária ao Congresso
O ministro afirmou que este projeto traz a solução para um dos “emaranhados” problemas brasileiros: um sistema tributário que está hoje entre os 10 piores do mundo.
A verdade dura sobre a Petrobras (PETR4) hoje: por que a ação estaria tão perto de ser “o investimento perfeito”?
A Petrobras (PETR4) poderia ser o melhor investimento da bolsa brasileira hoje, mas uma coisa impede. É isso que o analista João Piccioni revela em sua mais recente participação no podcast Touros e Ursos. Ao falar sobre os investimentos para proteção diante das incertezas do cenário internacional — com o acirramento dos conflitos no Oriente […]
Seguro do carro: você pode ser obrigado a pagar o DPVAT de novo — e dar uma “ajudinha” para o governo Lula
Se for aprovado, o texto que relança o agora SPVAT permitirá que os gastos do governo aumentem em aproximadamente R$ 15 bilhões neste ano
Apostador “teimoso” fatura sozinho a bolada de R$ 51 milhões da Quina — e pode ser você; Mega-Sena e Lotofácil acumulam
Apenas uma aposta cravou as cinco dezenas do concurso 6423 da Quina. Veja os números sorteados na loteria
“Efeito Campos Neto” leva a reviravolta nas projeções para a Selic no fim deste ano
Em apenas uma semana, a expectativa para a Selic em dezembro passou de 9,13% para 9,50% ao ano, de acordo com o último boletim Focus
Leia Também
-
Uma aposta levou sozinha o prêmio de quase R$ 65 milhões do último sorteio da Mega Sena. Será que foi você? Confira
-
Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
-
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais avançam após virada de ontem; Ibovespa aguarda novas pesquisas Ipespe e Datafolha
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)