A inflação medida pelo IPCA-15, a prévia do índice oficial, acelerou e bateu em 1,14% em setembro, de acordo com a publicação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado veio acima das estimativas do mercado, que iam de 0,90% a 1,14%, com a mediana de 1,03%, de acordo com apuração do Broadcast.
Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 10,05%, bem acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central para este ano, que é de 5,25%.
O que pesa na inflação
O maior impacto (0,46 p.p.) e a maior variação (2,22%) vieram do grupo Transportes, com os combustíveis marcando presença como os vilões novamente. A segunda maior contribuição veio de Alimentação e bebidas (1,27% e 0,27 p.p.), que subiu mais do que no mês anterior (1,02%).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em setembro.
Transporte e os combustíveis
O resultado do grupo de transportes foi influenciado principalmente pelo aumento dos combustíveis, que bateram 3% no último mês. A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses.
Além disso, os demais combustíveis também apresentaram altas: etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%).
Os veículos próprios, que haviam subido 1,06% em agosto, registraram alta de 1,19% em setembro. Houve aumento também nos automóveis novos (1,70%), os automóveis usados (1,34%) e as motocicletas (1,04%).
Alimentação
A ida no supermercado vem ficando cada vez mais sentida pelo bolso dos brasileiro, e os resultados de setembro ilustram bem esta realidade. A inflação do grupo Alimentação e bebidas (1,27%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro.
Entre os itens que mais subiram no último mês estão:
- carnes +1,10%
- batata-inglesa +10,41%
- café moído +7,80%
- frango em pedaços +4,70%
- frutas +2,81%
- leite longa vida +2,01%.
Do outro lado, houve queda pelo oitavo mês consecutivo nos preços do arroz (-1,03%) e pelo sexto mês consecutivo nos preços da cebola (-7,51%).
A alimentação fora do domicílio também acelerou na passagem de agosto (0,35%) para setembro (0,69%).
Energia elétrica
A maior contribuição para inflação no grupo de habitação veio da energia elétrica, (3,61%), embora a variação tenha sido inferior à de agosto (5,00%).
No último mês passou a valer a a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, a partir de 1º de setembro, vigorou a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.