Mercado revisa para cima projeção para o PIB em 2021 e vê ‘efeito cascata’ sobre a economia
Com alta de 1,2% do PIB no primeiro trimestre, grandes bancos falam em avanço de pelo menos 4% da economia neste ano; mercado vê impacto sobre Selic, dólar e bolsa, mas monitora desemprego, risco de crise hídrica e Brasília
A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre já leva parte do mercado a revisar para cima as projeções de crescimento da economia brasileira em 2021.
O PIB cresceu 1,2% nos três primeiros meses deste ano, na comparação com o trimestre anterior, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (1). O mercado esperava alta de 0,8%, de acordo com a média das projeções reunidas pela Broadcast.
Com o resultado, o Goldman Sachs revisou a projeção de crescimento do PIB em 2021 de 4,6% para 5,5%. A atualização do JP Morgan foi de avanço de 4,1% para crescimento de 4,9%. Já o Bank of America mudou a projeção de alta de 3,4% para 5,2%.
Por que revisar para cima
Para o economista Alberto Ramos, que assina o relatório do Goldman Sachs, a economia deve se recuperar com o progresso da vacinação no Brasil e gradual reabertura da atividade.
O especialista cita também estímulos ficais renovados, com recuperação da confiança do consumidor e do empresariado, e o cenário externo favorável — com a contínua demanda da China.
Cassiana Fernandez e Vinícius Moreira, do JP Morgan, apontam que os indicadores antecedentes — ferramentas de previsão em diversas frentes econômicas — sugerem uma recuperação no segundo trimestre e um momento positivo "mais prolongado", apesar do recrudescimento da pandemia.
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O Brasil registrou nesta segunda (31) mais de duas mil mortes por covid-19, chegando a um total de 461 mil óbitos pela doença. Apenas 10% da população brasileira recebeu a segunda dose da vacina, de acordo com dados reunidos pelo G1.
O que pesa contra
Do lado negativo, Ramos, do Golman Sachs, lembra que o mercado prevê uma alta na taxa básica de juros e inflação avançando — edição mais recente do Focus, do Banco Central, mostra previsão de 5,75% e 5,31% para as taxas, respectivamente, ao final deste ano.
A Selic em alta encarece o crédito, ao passo que a inflação subindo tem impacto em especial sobre os mais pobres, em um momento de desemprego em patamares elevados. Eram 14,8 milhões de brasileiros sem trabalho no final de março, de acordo com o IBGE.
Incerteza política também é citada pelo especialista do Goldman Sachs. Embora o relatório não detalhe a preocupação com Brasília, a relação entre Congresso e Executivo é sempre monitorada pelo mercado.
A frente de disputa mais recente é a CPI da Covid, que apura a omissão do governo federal no combate a pandemia.
O mercado também monitora eventuais problemas na cadeia de suprimentos, o que tem sido comum em todo o mundo — em especial no ramo tecnológico — e o risco de crise hídrica no Brasil.
O governo federal emitiu uma alerta de emergência hídrica na semana passada. Na prática, a produção das usinas hidrelétricas, que representam mais de 60% da matriz elétrica nacional, pode ser afetada.
Impactos na Selic, inflação e contas públicas
Os analistas do Bank of America reviram as projeções também para Selic, déficit fiscal e dólar. David Beker e Ana Madeira, que assinam o relatório do banco, mudaram a estimativa para a taxa básica de juros, ao final deste ano, de 5% para 6%.
"Crescimento mais forte do que o esperado do PIB e inflação persistentemente acima da meta devem pressionar o BC", disseram. Para os economistas, a taxa seguiria no mesmo patamar no próximo ano.
Ao final de 2021, o déficit primário seria de 2,1% do PIB, ante 3,4% na previsão anterior do BofA. Os resultados de janeiro a abril, os melhores para o período desde 2012, são apontados como razão para a mudança de expectativa.
A dívida chegaria a 84,3% do PIB, sendo que o relatório anterior apontava o patamar de 88,9%, por conta também dos gastos públicos contidos, dizem os analistas.
O dólar é visto a R$ 5,20 pelos especialistas. A projeção anterior era de R$ 5,40, sendo que a moeda americana fechou a R$ 5,1460 nesta terça-feira. Beker e Madeira citam a Selic em alta e os preços das commodities como motivadores da revisão.
E a bolsa?
Uma revisão mais consistente dos indicadores deve aparecer na próxima edição do boletim Focus, publicação do Banco Central que reúne as estimativas das principais casas do mercado financeiro.
A edição da última segunda-feira mostrava uma estimativa de alta de 3,9% do PIB neste ano, depois de sucessivas revisões para cima. A edição da próxima semana deve mostrar a faixa de 4% a 5% sendo ocupada, segundo o estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz.
"O movimento [de revisão das projeções das casas de análise] tem consequências em outras etapas: há um efeito cascata, com os analistas de ações revisando para cima os cenários de suas empresas", diz.
Cruz vê uma valorização dos ativos de maior risco, em uma continuidade do movimento de alta do Ibovespa registrado nos últimos dias. O principal índice da bolsa operava no patamar recorde de 128 mil pontos nesta terça.
A XP Investimentos e o Inter, por exemplo, projetam a bolsa brasileira no patamar de 145 mil pontos e de 142 mil pontos, respectivamente. As estimativas não consideram os dados do PIB desta segunda.
David Beker, do Bank of America, mantém projeção otimista para os juros: corte de 0,50 p.p. em janeiro e Selic a 11,25% em 2026
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