Gasolina continua pressionando, mas inflação dá sinais de desaceleração em abril
IPCA-15 sobe 0,60% em abril, menos que o apurado em março e abaixo da mediana das projeções dos economistas
![Posto de gasolina, petróleo, em Brasília](https://media.seudinheiro.com/uploads/2018/09/Gasolinabrasilia_000-850x567-e1677178474795-715x402.jpg)
Quando é que os combustíveis vão deixar de ser os vilões da inflação? Por mais um mês, a gasolina pressionou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Apesar disso, a prévia da inflação de abril mostra um arrefecimento no ritmo de alta dos preços.
O IPCA-15 registrou aumento de 0,60% em abril, abaixo da alta de 0,93% apurada em março, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo IBGE.
A leitura mensal do IPCA-15 de abril também veio abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast com economistas de mercado, de alta de 0,67%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,82% e em 12 meses, de 6,17%, acima dos 5,52% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas abaixo da mediana de projeções (6,25%).
Alívio na gasosa
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em abril, segundo o IBGE.
Com alta de 1,76%, transportes continua sendo o principal grupo a influenciar o IPCA-15, com peso de 0,36 ponto percentual (p.p.), embora tenham desacelerado em relação ao resultado de março (3,76%).
A gasolina (5,49%) permanece como o produto com o principal impacto no índice (0,30 p.p.), ainda que com uma variação menor do que o mês anterior (11,18%). Óleo diesel (2,54%) e o etanol (1,46%) tiveram altas, mas também inferiores às registradas em março – 10,66% e 16,38%, respectivamente.
“Após uma sequência de reajustes nas refinarias em fevereiro e março, houve duas reduções o preço da gasolina no final do mês passado, e o IPCA-15 mostrou uma desaceleração nos combustíveis”, diz trecho do comunicado do IBGE.
Alimentos em aceleração
O grupo com o segundo maior peso no IPCA-15 de abril foi alimentos, que teve variação de 0,36%, superior à alta de março.
Segundo o IBGE, a alimentação no domicílio passou de queda de 0,03% em março para 0,19% em abril. E o café da manhã ficou mais caro com a alta do pão francês (1,73%) e do leite longa vida (1,75%), cujos preços haviam recuado no mês anterior.
As carnes seguem em alta (0,61%), embora com variação menor do que a de março (1,72%).
Ainda no setor de alimentos, outro destaque foi a alta de 0,79% na alimentação fora do domicílio, com variações positivas nos dois principais componentes: lanche (1,34%) e refeição (0,57%), que aceleraram em relação a março.
Por região
Todas as regiões pesquisadas apresentaram variação positiva em abril no IPCA-15, de acordo com o IBGE.
O maior resultado foi observado em Brasília (0,98%), especialmente em função da alta no preço da gasolina (8,37%).
A menor variação, por sua vez, foi registrada na região metropolitana de Belém (0,39%), influenciada pela queda no preço do arroz (-5,25%).
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