‘Papa’ do valuation vê inflação subestimada e diz que alta de preços é seu maior medo
Em evento, o professor da NYU Aswath Damodaran disse que gostaria de ver o banco central norte-americano agindo mais do que minimizando a alta de preços
Enquanto parte do mercado atribui um caráter temporário para a alta da inflação, o professor da New York University (NYU) Aswath Damodaran — considerado o "Papa" do valuation — admite que a alta de preços é seu maior medo.
"Fico impressionado quando as pessoas dizem que inflação não é um problema, que basta colocar em uma caixa que aquilo desaparece", disse durante o 8º Fórum Liberdade e Democracia, do Instituto de Formação de Líderes de São Paulo, nesta sexta-feira (17).
Para Damodaran, as pessoas que "querem dar desculpas" falam em covid-19, em desorganização da cadeia de suprimentos. Mas ele disse que não tem tanta certeza sobre o quão curtas são as razões para a inflação. "Estou cansado de o Fed [o banco central americano] dizendo 'não se preocupe'".
O professor disse querer ver a autoridade monetária agindo mais do que minimizando a alta de preços. "Quando você vê um país como o Brasil, percebe o dano que inflação pode trazer", comentou.
"A inflação é minha maior preocupação, porque não há lugar para se esconder. Tudo está exposto".
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEAswath Damodaran
Damodaran lembrou que muitos jovens não viveram um período de inflação alta. "Eu cheguei ao mercado em 1975, quando você tinha inflação de dois digitos nos Estados Unidos".
Leia Também
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Em 2021, a inflação no país segue historicamente alta, em meio a interrupções na cadeia de suprimentos e uma demanda mais forte com a recuperação da atividade econômica. No dado mais recente, de julho, o índice de preços ao consumidor subiu 0,5%, segundo o Departamento do Trabalho do país.
Nos 12 meses até julho, o índice norte-americano avançou 5,4%. No Brasil, a inflação oficial medida pelo IPCA chega a 8,99% no último ano — em julho, o índice subiu 0,96%.
Peso da macroecononomia
Apesar de destacar a inflação, Damodaran defendeu que é importante olhar propriamente para a empresa no processo de avaliação de uma companhia. "Constantemente falo com analistas que estão tão focados no macro que esquecem de olhar para as empresas".
O professor da NYU disse que, quando avalia uma companhia, não pensa no que o Fed fará em seis meses, porque é algo que ele não pode controlar. "Se eu focar no macro eu não vou ter tempo para olhar para uma companhia", afirmou.
Sobre o perfil das empresas, o especialista comentou que vê mudanças. "Antigamente quem perdia dinheiro não abria capital", disse. Damodaran citou a abundancia de recursos no mercado financeiro como algo positivo, mas lembrou de exemplos como o da WeWork. "O capital é uma faca de dois gumes".
Para o acadêmico, as novas empresas são caracterizadas por um ciclo de vida mais rápido. "Tudo que diz respeito a avaliação das empresas foi pensado considerando companhias como a GE [General Electric, fundada no século XIX]", lembrou.
Por isso, pensar em perpetuidade — conceito utilizado na avaliação de empresas — coloca o investidor em uma situação difícil, segundo o professor.
Damodaran também comentou que é o momento de ser realista sobre a China, que ele considera um grande mercado. "Você pensa que o governo se preocupa com consumidores e concorrência. Mas, quando não se trata de uma democracia, não tem nada a ver com consumo, mas com controle".
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
