O novo superciclo das commodities já é uma realidade. Como você pode ganhar dinheiro com ele
Nas últimas décadas, tivemos três grandes bull markets de commodities. Agora, os astros estão se alinhando para um novo superciclo
Durante dois séculos, o Brasil foi grande produtor de commodities. Só que se tratava de apenas uma. O leitor já percebeu que estou me referindo ao café.
As próprias políticas monetária e cambial eram conduzidas através de controle governamental da produção cafeeira e, por via de consequência, dos preços.
O principal programa noticioso do rádio (a televisão só chegou em 1950 no país), Repórter Esso, começava sempre com a cotação do café em Nova York. Era a primeira notícia da Testemunha Ocular da História, que era como o radiojornal costumava se referir à sua própria produção.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil ampliou seu leque de exportações, acrescentando, por exemplo, a borracha. Simultaneamente, parou de importar bens industrializados e matérias-primas, pois tudo que se fabricava ou colhia nas nações beligerantes era dirigido ao esforço de guerra.
Terminado o conflito, aos poucos outros produtos agrícolas vieram se juntar ao café, além de diversas matérias-primas como o minério de ferro.
Se o golpe militar de 1964 não tivesse ocorrido, teria havido eleições diretas para a Presidência da República no ano seguinte.
Leia Também
O candidato favorito era Juscelino Kubitschek, cujo slogan era “Cinco Anos de Agricultura”, uma continuação dos “Cinquenta Anos em Cinco”, bordão de seu mandato 1956/1961.
Não tivemos JK2 mas, mesmo assim, a agricultura brasileira continuou crescendo, tanto em área plantada como em produtividade. Mais tarde, em 1972, a criação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) só iria dar impulso ao setor.
O Brasil foi se tornando uma potência das commodities. Faltava somente a principal delas, o petróleo, que só começou a ter peso após a descoberta das jazidas submarinas da bacia de Campos, em 1974.
Não é exagero dizer que “o que é bom para as commodities, é bom para o Brasil”.
Nas últimas décadas, tivemos três grandes bull markets de commodities. O primeiro, em meados dos anos 1970, foi provocado pela desvalorização do dólar, combinada com forte demanda e escassez de oferta de matéria-prima.
Em 1974, só para ficar num exemplo marcante, a grande estrela das exportações brasileiras foi o açúcar, cuja cotação atingiu um preço que, na CSCE (Coffee, Sugar & Cocoa Exchange), atual ICE (Intercontinental Exchange), bolsa de futuros situada em Nova York, jamais voltou a ser alcançado.
Naquela ocasião, o açúcar futuro chegou a ser cotado a US$ 0,54 (equivalentes hoje a US$ 2,90, corrigido pela inflação americana) a libra-peso.
Quem já é bem vivido, deve se lembrar que, na ocasião, Jorge Atalla, presidente da Copersucar, era um dos homens mais ricos do Brasil. Entre outras coisas, sua empresa patrocinou sozinha a transmissão pela TV da Copa do Mundo de 1974 na Alemanha e fundou uma escuderia de Fórmula 1.
O bull market de 1988 impactou principalmente os grãos, pois foi causado por uma seca que atingiu o Meio-Oeste (Corn Belt) americano. Nessa ocasião, a soja e o milho alcançaram preços que até agora não foram superados, mesmo levando em conta a inflação do dólar.
O despertar do gigante
Surgiu então um novo parceiro no mercado de commodities. O grande parceiro. É evidente que estou me referindo à China, com seu 1,4 bilhão de consumidores.
E veio mais um bull market, o terceiro ciclo.
Grãos, carnes, açúcar… após décadas e mais décadas de subalimentação, os chineses passaram a comer mais do que o mundo poderia suprir, o que elevou substancialmente os preços.
Tem mais.
Minério de ferro, cobre, alumínio... a produção mundial desses produtos foi sendo aumentada, enquanto a economia da China crescia, não raro a um ritmo anual de dois dígitos.
Para o Brasil, essas compras chinesas foram uma festa. Isso aconteceu nos anos Lula, quando o nosso PIB cresceu em média 3,84% ao ano, tendo alcançado 7,53% em 2010, logo após o término da crise do subprime.
Vem aí um novo superciclo?
Agora os astros estão se alinhando para o superciclo das commodities. Acho importante falar de uma por uma, entre as mais importantes:
Minério de ferro
Minério de ferro, matéria-prima da qual o Brasil é o segundo maior produtor mundial, só perdendo para a Austrália. Impulsionado por compras chinesas (sempre eles), o preço da tonelada métrica subiu de US$ 42,80 (dezembro de 2015) para 202,00, que é a cotação no momento em que digito este texto.
Soja
São 16h30m (horário de Brasília) de sexta-feira, 7 de maio. Neste momento, na Chicago Board of Trade (CboT), o bushel de soja futuro para julho está cotado a US$ 15,89, o maior preço desde agosto de 2012.
Se o atual fenômeno La Niña (esfriamento das águas do oceano Pacífico) provocar uma seca no Meio-Oeste dos Estados Unidos (como aconteceu em 1988), poderemos ter um tremendo bull run neste verão (do Hemisfério Norte) na soja Novembro.
Milho
Alimento básico do México (vale dizer dos Estados Unidos, porção hispânica) e da maioria dos países da América Central, além de ser consumido (embora em menor escala) em todo o mundo.
O bushel de milho está sendo negociado a US$ 7,31. É quase a cotação máxima de todos os tempos (não computada a inflação do dólar).
Açúcar
Minha commodity preferida, é que permite maior alavancagem. No mercado futuro da ICE (Intercontinental Exchange), a libra-peso de açúcar está sendo cotada a US$ 0,1749.
Com a adição de etanol à gasolina, determinada pelo governo chinês, pode faltar açúcar no mercado. Perdão! Nunca falta. Mas há medo de que vá acontecer. E é isso que faz com que as commodities subam tresloucadamente de quando em vez.
Acredito que o açúcar ainda está nas fases iniciais de um dos seus maiores bull markets.
Frango, carne de porco, carne de boi, tudo isso está experimentando forte demanda chinesa. Além disso, e esse fator é importante, o dólar anda se enfraquecendo perante as demais moedas.
Como as commodities são cotadas em dólares, parte da alta se dará em função dessa desvalorização.
Desnecessário ficar relacionando uma commodity atrás da outra, mas não podia deixar de mencionar o cobre. Trata-se de um metal básico essencial às indústrias automobilística, naval e da construção civil, fora outras.
A libra-peso de cobre está na maior cotação de todos os tempos e não vai parar por aqui.
Simplesmente porque estamos vivendo o superciclo das commodities.
Direto ou via ações
“Tudo bem”, deve estar se impacientando o caro amigo leitor. “Mas qual a maneira de eu ganhar dinheiro com isso?”.
Se você for um cara abonado, e tiver condições de abrir uma conta numa corretora americana, é só comprar uma dessas commodities nos mercados futuros.
Sugiro que aplique no mínimo uns cem mil dólares, 50 para margens de garantia, 50 para cobrir eventuais perdas no início e não precisar ter um stop curto demais.
Caso especule menos do que isso, eles irão fazer todo o possível para se livrar de sua conta.
Eu já operei com 30 ou 40 mil dólares, mas “treidava” todo dia, gerando corretagem o tempo todo.
Assim, eles gostam.
No dia em que parei de operar, para me tornar escritor, deixei um saldo de US$ 200.000,00 no Wells Fargo, aplicado em letras do Tesouro americano, e o banco não descansou enquanto não se livrou de mim.
Acontece que, como disse acima, o Brasil é a pátria das commodities.
Diversas ações negociadas na B3 têm subido ultimamente por serem produtoras e exportadoras de matéria-prima.
Portanto dá para ganhar dinheiro de uma maneira ou de outra.
O governo Jair Bolsonaro não é nenhum modelo de administração, assim como Lula não era.
Só que o petista deu sorte e surfou na onda da alta dos produtos brasileiros.
Com o capitão-presidente deve acontecer a mesma coisa, embora ele esteja mais interessado em outros assuntos.
Certeza, a gente não pode ter nunca. Já quebrei a cara algumas vezes em meus vaticínios.
Só que agora estou bastante convicto. Tanto é assim que pus a maior parte de minha grana em ações ligadas ao setor. Comecei a fazer isso no ano passado e não tenho a intenção de vendê-las tão cedo.
Muito pelo contrário, vou continuar comprando mais.
Sugiro que o caro amigo leitor me acompanhe.
Quem sabe esse superciclo vai durar ainda muitos anos.
Um forte abraço.
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores