Brasília não atrapalhou, e o Ibovespa pôde respirar

Poucas coisas seriam capazes de traduzir tão bem a relação do mercado financeiro com as crises política, institucional e fiscal que tomam conta de Brasília e amargam a vida do Ibovespa. É aquele ditado, muito ajuda quem não atrapalha.
Não é que o clima na capital federal tenha melhorado, na verdade, ele apenas não piorou. Tendo em vista o volume de surpresas desagradáveis dos últimos dias — como atritos entre os Poderes e ameaças de rompimento do teto de gastos — esse foi um feito e tanto.
O presidente da Câmara ajudou. Em evento voltado ao mercado financeiro, Arthur Lira reforçou o seu compromisso com a responsabilidade fiscal e trouxe novidades sobre as reformas que tramitam no Congresso — o controverso texto das mudanças no imposto de renda deve ser mais uma vez adiado e o relatório da reforma administrativa deve ser apresentado nos próximos dias.
Para os analistas, a bolsa brasileira no nível atual segue extremamente descontada em relação a seus pares internacionais, principalmente após a maior parte das companhias ter apresentado resultados animadores e projeções muito melhores para o restante do ano.
A junção de bolsas internacionais fortes, minério de ferro e petróleo em alta, e algum bálsamo nas palavras de Arthur Lira foram o suficiente para motivar os investidores a irem atrás das barganhas. Estamos falando dos papéis que andaram sofrendo um bocado nos últimos tempos, mas que apresentam fundamentos sólidos e boas perspectivas futuras.
Quase todos os setores da bolsa brilharam hoje, mas os grandes destaques foram as construtoras (beneficiadas pela queda dos juros futuros), as varejistas (em especial os papéis da Americanas, que vêm sofrendo desde a fusão com a B2W) e as companhias aéreas (favorecidas pela abertura das fronteiras espanholas para os turistas brasileiros).
Também não dá para esquecer das commodities, grandes algozes do Ibovespa na semana passada. Com isso, o principal índice da B3 fechou o dia em alta de 2,33%, aos 120.210 pontos — maior nível de fechamento desde o dia 13 de agosto.
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O dólar à vista também cedeu, acompanhando o movimento visto no exterior. A moeda americana encerrou a sessão com um recuo de 2,23%, a R$ 5,2622. O mercado de juros aproveitou o momento para devolver o prêmio dos últimos dias. Além do alívio no cenário fiscal, o Tesouro reduziu a oferta de títulos, amenizando as oscilações do mercado.
O grande destaque do noticiário corporativo ficou com a Cosan, que anunciou uma nova joint venture no setor de mineração.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta terça-feira, incluindo os principais destaques do pregão e as ações com o melhor e o pior desempenho.
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