🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

O fim do superciclo que mal começou?

21 de junho de 2021
11:03 - atualizado às 18:36
cobre
O investimento em cobre pode fazê-lo lucrar com o superciclo das commodities e com a demanda por energia limpa. - Imagem: Shutterstock

“O senhor sabe: eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruim, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! Quero os todos pastos demarcados… Como é que posso com este mundo? A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado…”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Perdido em suas próprias veredas, o mercado anda meio parecido com Riobaldo. Parece querer demarcar demais certas linhas, como se as coisas fossem, num dia, perfeitas a um determinado segmento; e, no outro, o exato oposto daquilo.

Como há dificuldade em se trabalhar com a imperfeição, a incerteza e a ambivalência…

As coisas são curiosas. Elas exigem o pensamento de segundo nível, tão defendido por Howard Marks.

Há exata uma semana, escrevi neste espaço texto de título “De volta às techs?”, em que apontava a possibilidade de exagero na penalização anterior às ações de tecnologia. Enquanto todos proclamavam a necessidade de se comprar commodities, diante da força da economia global, e de se expor à abertura doméstica com a aceleração da vacinação, argumentava sobre uma eventual atratividade de alguns nomes de tecnologia, excessivamente penalizado nos primeiros meses do ano e negligenciado pelas narrativas do momento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foram poucos pregões desde então, claro, mas, de fato, o mercado bateu a “velha economia”, na pior semana do Dow Jones desde outubro, para comprar casos de crescimento e tecnologia.

Leia Também

Talvez a dinâmica soe contraintuitiva num primeiro momento. Na quarta-feira, o Federal Reserve alertou para as chances de uma subida antecipada do juro básico norte-americano. De imediato, o yield (rendimento) dos Treasuries de dez anos saltou de 1,50% para 1,56%, penalizando ações de crescimento, valorizando o dólar e inibindo o fluxo para mercados emergentes.

Mas o movimento não parou por aí. A preocupação com a alta dos juros, junto aos esforços chineses em coibir especulações com commodities e à perspectiva de normalização das cadeias de suprimento globais, derrubou fortemente os preços das matérias-primas. Isso comprimiu as expectativas de inflação e derrubou as taxas de juro de mercado.

Enquanto escrevo estas linhas, o yield do Treasury de dez anos marca 1,447%, notadamente abaixo do 1,50% anterior ao anúncio do Fed.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De uma forma imagética simples e grosseira, é como se a sugestão de juros subindo pelo Fed tenha, por conta dos efeitos de segunda ordem, derrubado as taxas de juro de mercado, em especial a parte mais longa.

Hoje, as commodities voltam a sofrer. O minério de ferro chegou a cair 9%, ainda se ajustando à perspectiva de aperto monetário e aos esforços chineses de conter movimentos especulativos.

Deveríamos abandonar nossas posições em commodities?

Aqui gostaria de resgatar o conceito de conflation, de Nassim Taleb. Uma ação de uma empresa produtora de commodity não é propriamente a commodity em si. Podemos ter uma notícia negativa sobre o preço da commodity e, ainda que isso cause pressão vendedora de curtíssimo prazo sobre a respectiva empresa, a ação em questão ainda ser atrativa, porque há outros elementos a ela associados além do preço da matéria-prima subjacente, sendo talvez o valuation e as expectativas embutidas naquela ação os principais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja o caso de Vale, por exemplo. O ponto não é se o minério vai ou não ficar acima de US$ 200 por tonelada — muito provavelmente não vai. A questão é que, mesmo se o minério caísse mais 35%, Vale ainda estaria barata, negociando a cerca de 3,5 vezes EV/Ebitda estimado para 2022.

Outro ponto é que, por mais que sejamos investidores de longo prazo (como de fato somos), ele nada mais é do que a soma de vários curtos prazos. A cada mês que o minério passa nos níveis atuais, Vale gera 3% de seu market share na forma de fluxo de caixa livre para o acionista. É uma aberração, que deve pagar dividendos próximos a 15% neste ano.

Argumento apenas em favor da seletividade com commodities e com o desenvolvimento da habilidade de se conviver com más notícias pontuais, capazes de trazer volatilidade de curto prazo às ações.

Em paralelo, a correção recente das matérias-primas pode trazer uma oportunidade muito interessante para as incorporadoras. O setor ainda está largado em Bolsa e o aço doméstico já está entre 15% e 20% mais caro do que aquele praticado na Turquia. O mercado bateu bastante nas homebuilders por conta de pressão de margens derivadas de preço de insumos. Se o fluxo de notícias se inverter e aumentar affordability nos próximos meses, isso aqui pode pegar bastante tração. Os centros urbanos são essencialmente economias de serviços e isso só começa a voltar agora. O segundo semestre pode ser bastante promissor. Até lá, faltam dez dias. Eu não vou perder esse trem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor

13 de agosto de 2025 - 20:00

Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço

13 de agosto de 2025 - 8:52

Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo

12 de agosto de 2025 - 8:13

Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?

12 de agosto de 2025 - 6:18

Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente

11 de agosto de 2025 - 19:58

Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar

11 de agosto de 2025 - 8:08

Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim

VISÃO 360

O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?

10 de agosto de 2025 - 8:00

Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque

8 de agosto de 2025 - 8:22

Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin

SEXTOU COM O RUY

Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito

8 de agosto de 2025 - 7:01

Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras

7 de agosto de 2025 - 8:21

Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?

6 de agosto de 2025 - 19:59

A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília

6 de agosto de 2025 - 8:22

Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump

5 de agosto de 2025 - 8:31

Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump

5 de agosto de 2025 - 6:27

Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Em busca do heroísmo genuíno

4 de agosto de 2025 - 20:00

O “Império da Lei” e do respeito à regra, tão caro aos EUA e tão atrelado a eles desde Tocqueville e sua “Democracia na América”, vai dando lugar à necessidade de laços pessoais e lealdade individual, no que, inclusive, aproxima-os de uma caracterização tipicamente brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

No pain, no gain: Ibovespa e outras bolsas buscam recompensa depois do sacrifício do último pregão

4 de agosto de 2025 - 8:28

Ibovespa tenta acompanhar bolsas internacionais às vésperas da entra em vigor do tarifaço de Trump contra o Brasil

TRILHAS DE CARREIRA

Gen Z stare e o silêncio que diz (muito) mais do que parece

3 de agosto de 2025 - 8:30

Fomos treinados a reconhecer atenção por gestos claros: acenos, olho no olho, perguntas bem colocadas. Essa era a gramática da interação no trabalho. Mas e se os GenZs estiverem escrevendo com outra sintaxe?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale

1 de agosto de 2025 - 8:34

Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem

SEXTOU COM O RUY

A ação que caiu com as tarifas de Trump mas, diferente de Embraer (EMBR3), ainda não voltou — e segue barata

1 de agosto de 2025 - 6:08

Essas ações ainda estão bem abaixo dos níveis de 8 de julho, véspera do anúncio da taxação ao Brasil — o que para mim é uma oportunidade, já que negociam por apenas 4 vezes o Ebitda

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O amarelo, o laranja e o café: Ibovespa reage a tarifaço aguado e à temporada de balanços enquanto aguarda Vale

31 de julho de 2025 - 8:13

Rescaldo da guerra comercial e da Super Quarta competem com repercussão de balanços no Brasil e nos EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar