A nova ordem climática e suas oportunidades aos investidores; entenda

Enquanto o juro longo continua subindo globalmente e os investidores (ou investidoras) correm para ativos de menor risco, empresários, investidores e políticos do mundo inteiro se preparam para a COP26.
COP26 é o acrônimo para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será sediada em Glasgow, na Escócia, e tratará sobre os próximos passos da execução do Acordo de Paris.
Esse acordo visa limitar o aquecimento global a 1,5oC relativamente ao período pré-industrial — e não mais do que isso, nunca.
O marco de 1,5 oC foi estabelecido porque, passado esse ponto, os danos ambientais causados pelo aquecimento se tornam irreversíveis: ondas de calor cada vez mais frequentes, desertificação de áreas florestais, menor disponibilidade de alimentos e secas extremas (lembra em algo nossa escassez hídrica?).
Acredite, há grandes chances de não conseguirmos. Pesquisadores apontam para um aquecimento de 3,2o C até 2030 se continuarmos no ritmo atual.
A grande inovação do Acordo de Paris em relação ao Protocolo de Kyoto, que foi substituído pelo primeiro, foi trazer os países em desenvolvimento para o centro dos compromissos também.
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O Protocolo de Kyoto, que em bom português foi ignorado pelo governo de George W. Bush pelos receios de prejudicar o desenvolvimento americano, focava no papel dos países ricos.
A abrangência do novo acordo é importante porque boa parte das indústrias mais poluidoras do mundo, como a siderúrgica e a de cimento, está concentrada nos países em desenvolvimento.
Pense em CSN, Gerdau e Votorantim. Não é porque essas empresas são más; a emissão de carbono é inerente às transformações químicas que produzem o aço e o cimento. Solucionar emissões dessa natureza é um desafio tremendo para o mundo todo.
Além disso, o Brasil, especificamente, tem mais de 5 milhões de metros quadrados de área de Floresta Amazônica, que funciona como um reservatório de carbono.
Ao contrário do que se pensa, áreas florestais não funcionam como sequestradoras de carbono relevantes, mas, sim, como reservatórios: há grande quantidade de gás carbônico armazenada no solo que fica abaixo da vegetação e nas estruturas das próprias plantas.
Assim, se as florestas são queimadas ou desmatadas, o carbono armazenado nelas é eventualmente liberado para o ar, piorando o aquecimento global.
Nesse ponto da carta, acredito não ser necessário frisar a importância do Brasil nessa agenda. Certo? Nosso país pode ser uma grande potência ambiental.
O brasileiríssimo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, entidade que reúne 60 grandes empresas nacionais, divulgou ontem uma carta pedindo que o Brasil leve metas ambiciosas para a COP26. Um belo ato público.
A COP26 não visa a formação de novos macro compromissos climáticos, mas, sim, servir de vitrine para os países que têm avançado no compromisso já firmado, o do 1,5o C.
Notadamente, a Europa tem sido bem diligente nisso. E, assim, a pauta é ouvir os avanços e os próximos passos de cada país na execução de suas próprias agendas, derivadas do Acordo de Paris (ou que deveriam ser).
A saber, esse acordo teve 200 países como signatários (e o presidente Joe Biden fez questão que os EUA fossem um deles desta vez).
Além disso, a conferência visa aprofundar a discussão do artigo 6º do acordo, que trata do mercado de créditos de carbono.
É preciso definir diretrizes para que esse mercado se desenvolva de uma forma mais sustentável, de forma a uniformizar as métricas de emissões (ou prevenção de emissões) e colocar as bases para um mercado global de créditos de carbono.
A compensação de emissões será necessária como passo intermediário da agenda climática, enquanto não resolvemos problemas como o das mencionadas indústrias siderúrgica e cimentícia, por exemplo.
Para nós, enquanto investidores ou investidoras, as diretrizes definidas na COP26 podem abrir oportunidades interessantes no mercado de créditos de carbono, que ainda tem pouca liquidez.
A COP26 acontece de 1º a 12 de novembro.
Por aqui, continuamos de olho na nova ordem climático-econômica mundial — na qual o Brasil pode ser um grande destaque.
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