🔴 É HOJE: CONFIRA AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – VEJA COMO PARTICIPAR

5 pontos para entender e superar a economia americana na era Biden

11 de maio de 2021
11:03
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden. - Imagem: Shutterstock

Não sei bem a razão. O Dia das Mães sempre me leva a Winnicott e sua prescrição por uma “good enough mother”. As mães, claro, deveriam ser boas aos filhos. Mas apenas suficientemente boas. Se se tornam mães edípicas, excessivamente protetoras e presentes, estragam a prole. A virtude está no meio.  

Depois de duas depressões, anos (já superados) de Seroquel e Depakote, meia década de terapia freudiana, suspeito que ele esteja correto. Aos trancos e barrancos, aqui estamos.

Uma mãe muito presente não deve ser assim tão ruim. Só tenho a agradecer. Adaptando a frase atribuída ao ministro Delfim Netto ao contexto, dívida filial não se paga, se rola. Devo muito a minha mãe e sei que jamais serei capaz de retribuir à altura.

No final do dia, talvez Freud já tivesse mesmo resumido a coisa: educar, assim como governar e analisar (no sentido psicoterapêutico), é impossível.

Winnicott daria um bom economista. O crescimento econômico deve ser suficientemente bom. O temor de que ele venha a ser excessivamente bom vem penalizando os mercados.

O que começou concentrado no ambiente de tecnologia na véspera se espalha hoje para outros segmentos, sob inflação acima do esperado ao produtor chinês, expectativa pelos preços ao consumidor norte-americano amanhã e ajustes técnicos adicionais diante de realocação e desalavancagem dos portfólios. 

Leia Também

A Economia é um bicho meio estranho. Desafiando as noções da Física, ela consegue crescer acima do seu potencial. E quando isso acontece, basicamente temos aceleração da inflação.

Ainda é cedo para predizer se, de fato, a inflação virá como um fenômeno sistemático, forçando subidas de taxas de juro capazes de levar-nos a um período recessivo — o que seria obviamente trágico para os mercados. Contudo, já há elementos suficientes para apontarmos uma mudança de paradigma em curso, quase como um exemplo de livro texto para Thomas Kuhn. 

O “Bidenomics" desafia o Consenso de Washington clássico e questiona a cartilha neoliberal estereotipada. Talvez seja excessivo reduzi-lo ao “tax and spend” (taxar e gastar), como quer a analogia simplista com uma repetição da estagflação dos anos 1970. De todo modo, parece razoável supor que caminhamos para um período de mais participação estatal, em programas de infraestrutura sobretudo e de transferência direta de renda.

Ray Dalio, por exemplo, faz paralelos do momento atual com o New Deal de Roosevelt. Voltaríamos ao arcabouço prevalecente anterior à era Reagan nos EUA, com maior preocupação direta de redistribuição de renda, mais impostos, mais inflação e mais crescimento de curto prazo estimulado por uma política fiscal expansionista (tangenciando o irresponsável?).

E se há alguma dúvida sobre os novos ventos, vale recorrer à explicitada preocupação do Fed com uma meta de emprego “inclusivo”. O Fed virou ESG!

Se há novos tempos de política econômica, talvez possamos prescrever também algumas coisas sob a ótica top-down.

Destaco cinco pontos: 

1 — Procure por fluxos de caixa já existentes

Se há uma mudança de inflação e taxas de juro, o que está lá na frente vale menos. Depois de tempos em que planilhas admitiam contemplações platônicas concentradas na perpetuidade, o sonho acabou. Vale é o caso mais claro nessa seara: estamos falando de 25% de fluxo de caixa livre para o acionista em 2021. 

2 — Busque ativos reais

Seu apartamento vale a soma dos fluxos dos aluguéis estimados de hoje até o infinito, trazidos a valor presente por uma taxa de desconto apropriada. Esses aluguéis são reajustados pela inflação, por construção e contrato. Nominalmente, portanto, os fluxos devem ser maiores e, assim, o negócio precisa valer mais.

Os 120 mil pontos do Ibovespa, em tese, para que as empresas valham a mesma coisa, precisam ser atualizados pela inflação no tempo. Se você vê o índice estável nominalmente, na verdade as empresas estão valendo menos. Terras, ações, imóveis e aplicações indexadas devem ser preferidas às prefixadas. E aqui ainda existe uma combinação interessante: se o Brasil der certo, vai andar por crescimento; se der errado, vai andar por inflação.

3 — Acolha o ESG

Não é só uma prerrogativa ética. É uma agenda de negócios. Em termos práticos, se até o Fed tem meta de emprego inclusivo, contemplando minorias e respeito ao meio ambiente, há aqui claramente a ascendência de um mercado consumidor, com provável re-rating dos ativos associados. Enquanto isso na sala da justiça, temos aqui Natura negociando em valuations bem razoáveis. 

4 — Como diria Lou Reed, “take a walk on the wild side”

Percorra caminhos alternativos e coloque um pouco de dinheiro em alternativos. Criptos, cannabis, urânio, genomics, private equity são alguns temas que podem merecer um trocado. 

5 — Jamais esqueça o micro e o idiossincrático

No pânico, não há diferenciação. Mas ela ocorre no pós-pânico. Passada a desalavancagem e o reajuste de portfólio, a realidade material de cada empresa se impõe. Comece olhando para o management. Se o paradigma mudou, precisamos de gente capaz de se adaptar. Olha a captação líquida diária do BTG — caminha para fazer um lucro líquido anual de R$ 6 bilhões. Nas minhas contas, o Digital pode terminar o ano com mais de R$ 150 bi, o que é bem relevante.

Então, vai ter que fazer preço, o que confere uma combinação única de um banco de investimento de ponta com rentabilidade e crescimento, cujas métricas de valuation são conhecidas e tangíveis, com uma operação exponencial e tecnologia. No consolidado, seria bem razoável negociar a 25 vezes lucros e, então, temos um banco de R$ 150 bi — na conta de padeiro, 40% de upside.

Veja o resultado simplesmente irretocável de Direcional: o cara reporta uma margem bruta de 36%, com diluição de 3,3 pontos percentuais de G&A. Defende e se adapta à pressão de custos e flerta com expansão de margem líquida e ramp up brutal de Riva, que já vale pelo menos R$ 1 bi. Dividendos em sete menos de nada menos do que 14%. E está só começando.

No final do dia, lembre-se: o value investing também é anterior à era Reagan. Algumas coisas nunca mudam.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda Econômica: Fórum do BCE reúne líderes dos maiores BCs do mundo, enquanto payroll, IPC-Fipe e PIB britânico agitam a semana

30 de junho de 2025 - 7:03

Produção industrial brasileira, confiança dos negócios no Japão e indicadores da China completam a agenda dos próximos dias e movimentam os mercados antes do feriado nos EUA

ALERTA DO BANCO

Brasil é destaque na América Latina para o BIS, mas banco vê pedras no caminho da economia global — e Trump é uma delas

29 de junho de 2025 - 11:21

O relatório anual do BIS mostrou que o cenário internacional também vem pesando na conta das economias ao redor do mundo

LOTERIAS

Quina de São João é a única loteria a ter novos milionários, enquanto Mega-Sena acumula em R$ 52 milhões

29 de junho de 2025 - 9:08

A Quina de São João não foi a única a ter vencedores na categoria principal, mas nenhuma outra loteria fez um novo milionário

RATEIO

Treze apostas dividem prêmio da Quina de São João de 2025; veja quanto cada uma vai embolsar

28 de junho de 2025 - 21:03

Além do prêmio principal, a Quina de São João também contou com vencedores nas demais categorias

UM NOVO MILIONÁRIO?

Sorteados os números da Quina de São João; veja se você é um dos ganhadores

28 de junho de 2025 - 20:03

Resultado do rateio da Quina de São João será conhecido dentro de alguns minutos; acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro

TÁ CHEGANDO A HORA!

Já vai começar! Acompanhe ao vivo o sorteio da Quina de São João de 2025

28 de junho de 2025 - 18:57

O prêmio está acumulado em R$ 250 milhões e é o maior valor sorteado na história dessa loteria

CUMPRINDO A PROMESSA

Warren Buffett faz a maior doação em ações da Berkshire Hathaway; veja como fica a fortuna do “Óraculo de Omaha”

28 de junho de 2025 - 16:55

Apesar da doação de peso, o “Óraculo de Omaha” ainda possui 13,8% das ações da Berkshire

É INCONSTITUCIONAL?

Debate sobre aumento do IOF vai parar na mesa do STF: base do governo pede suspensão da derrubada do decreto

28 de junho de 2025 - 13:28

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que recorrer ao STF era uma alternativa para o governo Lula

PREPARE O BOLSO

Conta de luz vai continuar pesando no bolso: Aneel mantém bandeira vermelha em julho

28 de junho de 2025 - 11:58

Apesar da chuva ao longo de junho ter melhorado a situação de armazenamento nas hidrelétricas, julho deve registrar chuvas abaixo da média na maior parte do país

HÁ DEZ ANOS

Samarco ganha licença para ampliar exploração de minério em região atingida por desastre ambiental

28 de junho de 2025 - 11:14

O governo mineiro aprovou por unanimidade o Projeto Longo Prazo, que permite a continuidade da retomada operacional da empresa

LOTERIAS

É hoje! Quina de São João sorteia R$ 250 milhões neste sábado; confira os números mais sorteados

28 de junho de 2025 - 9:14

A Quina de São João ocorre desde 2011 e a chance de acertar as cinco dezenas com uma aposta simples é de uma em mais de 24 milhões

DINHEIRO NO BOLSO

Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4), Bradesco (BBDC4) e outras 11 empresas pagam proventos em julho; saiba quando o dinheiro cai na conta

28 de junho de 2025 - 8:43

O Bradesco (BBDC4) dá o pontapé na temporada de pagamentos, mas não para por aí: outras empresas também distribuem proventos em julho

EM XEQUE

Mudança da meta fiscal de 2026 é quase certa com queda do decreto do IOF, diz Felipe Salto

27 de junho de 2025 - 9:31

Salto destaca que já considerava a possibilidade de alteração da meta elevada antes mesmo da derrubada do IOF

LOTERIAS

Lotofácil faz 2 quase-milionários; prêmio da Quina de São João aumenta e chega a R$ 250 milhões

27 de junho de 2025 - 6:06

Às vésperas da Quina de São João, Mega-Sena acumula e Lotofácil continua justificando a fama de loteria ‘menos difícil’ da Caixa

LULA VAI ASSINAR?

Senado aprova aumento do número de deputados federais; medida adiciona (ainda mais) pressão ao orçamento

26 de junho de 2025 - 16:27

O projeto também abre margem para criação de 30 vagas de deputados estaduais devido a um efeito cascata

EM BUSCA DE SOLUÇÕES

A escolha de Haddad: as três alternativas do governo para compensar a derrubada do IOF no Congresso

26 de junho de 2025 - 13:51

O ministro da Fazenda ressalta que a decisão será tomada pelo presidente Lula, mas sinalizou inconstitucionalidade na derrubada do decreto

GLOBAL MANAGERS CONFERENCE

O problema fiscal do Brasil não é falta de arrecadação: carga tributária é alta, mas a gente gasta muito, diz Mansueto Almeida

26 de junho de 2025 - 12:29

Para economista-chefe do BTG Pactual, o grande obstáculo fiscal continua a ser a ascensão dos gastos públicos — mas há uma medida com potencial para impactar imediatamente a desaceleração das despesas do governo

RISCO FISCAL NO RADAR

Chegou a hora de investir no Brasil? Agência de classificação de risco diz que é preciso ter cautela; entenda o porquê

26 de junho de 2025 - 12:23

A nota de crédito do país pela Fitch ficou em “BB”, com perspectiva estável — ainda dois níveis abaixo do grau de investimento

VIAGEM AO CENTRO DA META

IPCA-15 desacelera em junho, mas viagem ao centro da meta será longa: BC vê inflação fora do alvo até o fim de 2027

26 de junho de 2025 - 12:07

Inflação vem surpreendendo para baixo em meio à alta do juros, mas retorno ao centro da meta ainda não aparece no horizonte de projeções do Banco Central

“OLHA O AUMENTO!”... “FOI REVOGADO!”

Esquece o aumento do IOF: como ficam as alíquotas depois do Congresso derrubar a medida do governo

26 de junho de 2025 - 10:03

Na última quarta-feira (25), o Congresso derrubou a medida do governo que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); veja como estão as regras agora

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar