Um dos primeiros estudos sobre o consumo de energia elétrica do bitcoin (BTC) já mostrava que a criptomoeda consome menos eletricidade do que outros sistemas, como a mineração de ouro ou a manutenção do sistema bancário atual. Entretanto, o recorte de como essa energia é produzida deixava o estudo impreciso.
Um bitcoin minerado com eletricidade da China, cuja matriz energética ainda é majoritariamente carvão, é muito mais poluente do que a moeda minerada com energia da Alemanha, em que mais de 40% vem de fontes renováveis, por exemplo.
Mas um novo estudo, divulgado pelo Bitcoin Mining Council (BMC), estimou qual a porcentagem de energia renovável utilizada na mineração de bitcoin no mundo.
O BCM é uma associação descentralizada de mineradores de criptomoedas, que, entre outras coisas, produz estudos sobre os impactos ambientais dos ativos digitais. O resultado surpreendeu os analistas.
Mais verde do que se imagina
Na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano, o BMC apurou que 57,7% da energia elétrica utilizada para minerar bitcoins vem de fontes renováveis, como eólica, solar, hidrelétrica e de fontes emissoras de CO2, mas com compensação em créditos de carbono.
Vale ressaltar que a mineração é totalmente descentralizada e difícil de se calcular com maior precisão a matriz energética utilizada. Até mesmo países onde a mineração é proibida ou reprimida contribuem com o hashrate de mineração. A base utilizada no estudo do BMC representa 33% de todos os mineradores do mundo.
Você pode entender mais sobre mineração de criptomoedas e o que é hashrate de mineração na nossa matéria especial sobre o tema.
Para efeito de comparação, a Alemanha produz pouco mais de 45% da energia com fontes renováveis. Na média, o mundo todo produz 22% de energia elétrica a partir de fontes renováveis, de acordo com um estudo da Arcane Research com os dados do BMC.
O que explica
Em primeiro lugar, a saída dos mineradores da China impactou diretamente os resultados ecologicamente corretos do bitcoin.
Além disso, os mineradores já foram expulsos com a demanda dos investidores por uma mineração de criptomoedas mais limpa. Dessa forma, os demais países começaram a incentivar a mineração de bitcoin com energias renováveis.
Nos Estados Unidos, por exemplo, começaram a se formar bolsões de mineração de bitcoin, alimentados por energia solar, eólica e hidráulica, somados a incentivos na compra de equipamentos específicos para mineradores.