A relação entre a Petrobras (PETR4) e a Odebrecht promete azedar de vez após a petroleira exigir uma indenização de cerca de R$ 800 milhões da empreiteira, alegando violação do acordo de acionistas da Braskem (BRKM5). A questão será discutida em arbitragem.
Ambas praticamente dividem o controle da petroquímica – a Odebrecht possui 50,1% das ações ordinárias e a Petrobras tem 47% do total, com o restante pulverizado no mercado.
A Petrobras não informou quais termos do acordo de acionista foram violados, alegando que a arbitragem é protegida por confidencialidade, mas a companhia já vem demonstrando há tempos insatisfação com sua parceira, por conta da morosidade no processo de venda da Braskem.
A estatal elevou o tom das cobranças sobre a Odebrecht e a Braskem nas últimas semanas, segundo fontes ouvidas pelo jornal “Valor Econômico”, exigindo da Odebrecht mudanças na gestão da Braskem e celeridade na condução dos casos em Alagoas – onde a petroquímica enfrenta processos ambientais envolvendo a atividade de mineração de sal-gema em Maceió – e no México, em que o governo anunciou a interrupção do fornecimento de gás natural ao complexo petroquímico localizado no país.
Segundo o jornal, a Odebrecht acredita que deva iniciar as negociações para a venda de sua fatia na petroquímica entre fevereiro e março. Ela já contratou o Morgan Stanley para reiniciar o processo de venda da Braskem.