🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Títulos públicos

Salto nas taxas de juros abriu oportunidade de compra no Tesouro Direto; se você conseguir comprar, claro

Taxas subiram a patamares atrativos em momento de estresse, mas juros altos não se justificam, dizem especialista

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
19 de março de 2020
5:40 - atualizado às 14:02
Ilustração de homem encontrando tesouro representa oportunidade de investimento
Imagem: POMB/Seu Dinheiro

Com a grande aversão a risco que temos visto no mês de março e a disparada do dólar, as taxas de juros futuros no mercado brasileiro deram um saldo, mesmo com a perspectiva, agora concretizada, de novo corte na Selic pelo Banco Central.

Embora a volatilidade do mercado de juros nos últimos dias esteja intensa, se você der uma olhada nos gráficos das taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto vai ver que elas realmente mudaram de patamar de fevereiro para março.

Você pode conferir os gráficos interativos de preços e taxas desses títulos públicos no próprio site do Tesouro Direto.

Basicamente, as taxas voltaram a patamares de mais ou menos um ano atrás. Ao longo de 2019, os juros recuaram, valorizando os títulos prefixados e atrelados à inflação, que se beneficiam das quedas nos juros. Afinal, quando a taxa cai, o preço sobe, e vice-versa.

Os títulos prefixados, que vinham pagando uma remuneração entre 6% e 7% ao ano, agora voltaram a pagar acima de 7%, tendo chegado até a casa dos 8%.

Os papéis atrelados à inflação (Tesouro IPCA ou NTN-B) de prazos curtos estavam pagando na casa de 2% mais IPCA, e agora subiram para o patamar de juro real de 3%. Já os de longo prazo, que remuneravam 3% e alguma coisa mais IPCA, agora estão pagando juros reais superiores a 4%.

Leia Também

Veja os preços e taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto ao final desta quarta-feira:

Oportunidade

Só que num mundo com perspectiva de recessão, juro zero nos EUA e juros negativos em outros países ricos, é improvável que o Banco Central brasileiro aumente juro tão cedo. Pelo menos essa é a opinião de gente de mercado com quem eu conversei nos últimos dias.

Sendo assim, esse movimento de alta nos juros parece ser pontual. Passado esse pânico inicial do mercado com o avanço do coronavírus - o que ainda não sabemos quando vai ocorrer -, as taxas devem voltar a cair, valorizando esses papéis.

"A classe dos títulos prefixados está com uma baita oportunidade. Os juros estarem subindo agora não faz sentido algum", diz Dennis Kac, CIO Brasil e sócio da gestora de fortunas Brainvest.

Ele recomenda títulos públicos prefixados com vencimento em 2023 e atrelados à inflação com vencimento em 2028. Não há NTN-B para 2028 disponível para compra no Tesouro Direto atualmente, apenas no mercado secundário. No Tesouro Direto, os vencimentos mais próximos são em 2026 ou 2031.

Alexandre Hishi, responsável pela gestão de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, destaca que, neste momento, nem é preciso comprar títulos muito longos para ter uma boa chance de ganho.

Em geral títulos de longo prazo têm mais "gordura", possibilitando ganhos maiores com a queda nos juros futuros, mas a volatilidade - e, portanto, o risco - também é bem maior.

Só que, para Hishi, as melhores oportunidades no momento estão nos vencimentos de 2026 e 2028, no caso das NTN-B, e 2022, 2023 e 2025, no caso dos prefixados. Para quem tem um pouco mais de apetite para risco, as NTN-B 2035 também são interessantes.

"Neste momento, muitos fundos estão sendo obrigados a encerrar posições para atender a pedidos de resgate ou por disciplina de risco mesmo. Às vezes precisam se desfazer do ativo a qualquer preço. Mas esses são movimentos técnicos", diz Hishi, ao explicar por que os juros subiram de forma aparentemente irracional.

O gestor de investimentos da Azimut acredita, ainda, que a compra de títulos públicos prefixados e atrelados à inflação neste momento pode ser uma boa pedida para aqueles investidores que ainda não migraram para a renda variável, permanecendo ultraconservadores em ativos de renda fixa tradicional.

Lembrando que estamos falando da possibilidade de ganhar com a valorização desses títulos públicos com uma futura queda de juros. Para embolsar o ganho, o investidor precisará vender o título depois que ele tiver se valorizado.

No entanto, para quem é mais conservador, também pode ser uma boa pedida comprar esses títulos não tão longos para levá-los ao vencimento a taxas relativamente atrativas, a fim de ganhar um pouco acima das aplicações atreladas à Selic e ao CDI.

O problema é conseguir comprar

O mercado de juros, no entanto, está em clima de montanha-russa, e das mais radicais. A volatilidade está tão forte que frequentemente o Tesouro Direto, plataforma on-line de negociação de títulos públicos pela pessoa física, tem ficado com as negociações suspensas.

Ontem mesmo, a plataforma ficou fechada durante todo o pregão. Apenas a negociação de Tesouro Selic (LFT) funcionou normalmente.

A suspensão do Tesouro Direto é praxe quando o mercado de juros futuros está muito volátil. Acontece que, nessas horas, são justamente os títulos prefixados e os atrelados à inflação que não podem ser negociados.

Devido à alta volatilidade, é bom que o investidor que deseje se posicionar nesses tipos de título público não perca tempo. O problema é que o Tesouro Direto precisa estar aberto para que as negociações ocorram. Se a forte volatilidade continuar, provavelmente será difícil negociar.

O pequeno investidor precisa ficar bem ligado para os momentos - às vezes pontuais - em que o Tesouro Direto tem ficado aberto para compra e venda de todos os tipos de títulos.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ONDE INVESTIR

Renda fixa para abril chega a pagar acima de 9% + IPCA, sem IR; recomendações já incluem prefixados, de olho em juros mais comportados

9 de abril de 2025 - 8:12

O Seu Dinheiro compilou as carteiras do BB, Itaú BBA, BTG e XP, que recomendaram os melhores papéis para investir no mês

ABAIXO DO PREÇO

O ativo que Luis Stuhlberger gosta em meio às tensões globais e à perda de popularidade de Lula — e que está mais barato que a bolsa

3 de abril de 2025 - 14:53

Para o gestor do fundo Verde, Brasil não aguenta mais quatro anos de PT sem haver uma “argentinização”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump

31 de março de 2025 - 8:18

O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”

RENDA FIXA NA VEIA

Conservador, sim; com retorno, também: como bater o CDI com uma carteira 100% conservadora, focada em LCIs, LCAs, CDBs e Tesouro Direto

31 de março de 2025 - 6:01

A carteira conservadora tem como foco a proteção patrimonial acima de tudo, porém, com os juros altos, é possível aliar um bom retorno à estratégia. Entenda como

BOMBOU NO SD

Bolão fatura sozinho a Mega-Sena, a resposta da XP às acusações de esquema de pirâmide e renda fixa mais rentável: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro

22 de março de 2025 - 17:01

Loterias da Caixa Econômica foram destaque no Seu Dinheiro, mas outros assuntos dividiram a atenção dos leitores; veja as matérias mais lidas dos últimos dias

E DEVE CONTINUAR

Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI

19 de março de 2025 - 19:51

Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas

ONDE INVESTIR

Itaú BBA recomenda títulos de renda fixa de prazos mais longos para março; veja indicações com retorno de até 8,4% acima da inflação

11 de março de 2025 - 14:30

Banco vê mercado pessimista demais com os juros, e acredita que inflação e Selic ficarão abaixo do que os investidores estão projetando, o que favorece a renda fixa de longo prazo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell

7 de março de 2025 - 8:12

Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje

O QUE COMPRAR

Debêntures da Equatorial se destacam entre as recomendações de renda fixa para investir em março; veja a lista completa

6 de março de 2025 - 16:08

BB e XP recomendaram ainda debêntures isentas de IR, CRAs, títulos públicos e CDBs para investir no mês

ELAS NA B3

Boom das mulheres na bolsa: número de investidoras bate recorde com alta de 7% em 2024 — avanço também é expressivo no Tesouro Direto

6 de março de 2025 - 15:23

Levantamento da B3 aponta crescimento em todas regiões do país, mas mulheres continuam a representar apenas 26,26% dos investidores

SIMULAMOS!

Vencimento de Tesouro Selic paga R$ 180 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?

5 de março de 2025 - 15:47

Simulamos o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro Selic e em outros papéis de renda fixa

BALANÇO DO MÊS

Bitcoin (BTC) tem o pior desempenho de fevereiro após queda de mais de 10%; veja o ranking dos piores e melhores investimentos

2 de março de 2025 - 15:27

Alívio nos juros levou fundos imobiliários e títulos prefixados curtos aos melhores desempenhos do mês, mas não foi suficiente para o Ibovespa sair da lanterna do ranking; entenda o que aconteceu

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale

21 de fevereiro de 2025 - 8:03

Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda

INTERESSE POR TÍTULOS CRESCE

No país da renda fixa, Tesouro Direto atinge recorde de 3 milhões de investidores; ‘caixinhas’ e contas remuneradas ganham tração

20 de fevereiro de 2025 - 18:51

Os números divulgados pela B3 mostram que o Tesouro IPCA e o Tesouro Selic concentram 75% do saldo em custódia em títulos públicos federais

TOUROS E URSOS #212

IPCA+ 8% ‘dando sopa’? Estrategista de renda fixa elege 2 ativos ‘favoritos’ no Tesouro Direto e recomenda cautela para um tipo de título

19 de fevereiro de 2025 - 15:01

Em episódio do Touros e Ursos, Odilon Costa, da SWM, fala sobre as oportunidades e os riscos dos títulos públicos negociados no cenário atual

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Como não ser pego de surpresa: Ibovespa vai a reboque de mercados estrangeiros em dia de ata do Fed e balanço da Vale

19 de fevereiro de 2025 - 8:21

Ibovespa reage a resultados trimestrais de empresas locais enquanto a temporada de balanços avança na bolsa brasileira

O QUE COMPRAR

Tesouro Direto pagou R$ 29 bilhões em juros do Tesouro IPCA+, e mais R$ 180 bilhões do Tesouro Selic aguardam; onde reinvestir a bolada?

18 de fevereiro de 2025 - 17:54

Tesouro IPCA+ pagou juros semestrais, e no início de março vence um Tesouro Selic; veja opções de ativos de renda fixa para reinvestir os recursos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Da ficção científica às IAs: Ibovespa busca recuperação depois de tropeçar na inflação ao consumidor norte-americano

13 de fevereiro de 2025 - 8:01

Investidores monitoram ‘tarifas recíprocas’ de Trump, vendas no varejo brasileiro e inflação do produtor dos EUA

ONDE INVESTIR

Tesouro Direto e títulos isentos de IR: Itaú BBA recomenda renda fixa para fevereiro, e retorno líquido chega a 8,50% a.a. + IPCA

12 de fevereiro de 2025 - 18:32

Banco recomenda pós-fixados e indexados à inflação, mas vê oportunidade até mesmo em prefixados com prazos até três anos

COBRE SANTO, DESCOBRE SANTO

Poupança vê ‘debandada’ de R$ 26,2 bilhões em janeiro, maior saque líquido em dois anos; veja o que pode ter motivado os resgates

7 de fevereiro de 2025 - 17:01

O ano de 2024 também terminou com saques líquidos na poupança, desta vez no valor de R$ 15,467 bilhões. Alta de juros pode ser um dos fatores por trás do desempenho negativo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar