Saída de Guedes é improvável e volatilidade pode pesar no Copom, diz Kawall, do Asa Bank
Se o presidente Bolsonaro adotar uma linha populista, seria o fim do governo, diz Carlos Kawall

Apesar da "saída bombástica" de Sergio Moro do governo de Jair Bolsonaro, a demissão de outro pilar do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não tem muito espaço para ocorrer, diz Carlos Kawall, diretor do Asa Bank.
"O que preocupa o mercado em primeiro lugar é a implicação da saída de Moro: o possível enfraquecimento de Guedes. Mas isso é pouco provável", diz Kawall, em entrevista ao Seu Dinheiro, citando que essa chance não é zero após a demissão de Moro.
Guedes mostrou um distanciamento em relação ao governo ao não aparecer na apresentação do Plano Pró-Brasil, patrocinado pelo ministro-chefe da Casa Civil, o general Braga Netto, nesta semana.
Segundo Kawall, no entanto, a diferença de visão entre a ala militar e a ala econômica não é tão significativa assim a ponto de gerar uma nova baixa na Esplanada dos Ministérios. "Há arestas a serem aparadas", pontua.
Além disso, diferentemente do que ocorreu com Moro, "as pressões sobre Guedes não são muito grandes", disse o economista, mencionando que não há insatisfação de Bolsonaro como chefe da Economia.
Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional, também disse não acreditar que a equipe econômica sofrerá uma guinada pró-intervencionista, após o lançamento do Plano Pró-Brasil.
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"O plano é essencialmente de privatização com algum investimento público, não deve haver nada de mudança radical, deve haver diferença na ênfase do investimentos", diz o economista.
"O grande representante do sentimento contra a política tradicional, que abriu mão de sua carreira no Judiciário, que foi para o governo, saiu do governo de uma maneira bombástica"
Carlos Kawall, diretor do Asa Bank
Enquanto isso, o cenário de estresse dos mercados pode pesar sobre a decisão sobre cortar ou não a taxa de juros no próximo dia 6 de maio. "A volatilidade política pode afetar Copom, porque eles miram os mercados, e parecia tudo que eles iam fazer era caminhar para aumentar ritmo de corte", diz Kawall.
A projeção do Asa Bank é que, até o final do ano, a Selic caia até 1%. "Só aumenta pra mim a chance disso ocorrer, porque o estrago na economia ainda vai ser maior. Mas talvez isso ocorra mais lentamente." Kawall observa que haverá um estrago adicional na economia em razão do aperto das condições financeiras, em um mercado com bolsa em queda e dólar em alta.
O mais importante será entender o que vai acontecer com a equipe econômica, disse Kawall. "Se houver mudança, é uma crise de proporções muito grandes, e se o presidente fosse por uma linha populista, seria o fim do governo".
Não será um ano de grandes reformas, segundo Kawall, já que há no momento uma parada na articulação delas em meio à pandemia. Ainda assim, há a expectativa de que elas "sejam retomadas em algum momento".
Avaliação política
No momento, importa entender a opinião pública e a classe política, afirma Kawall. " O presidente tem apoio popular, mas com a saída do Moro é muito provável que isso tenha algum abalo. Até onde isso vai, a gente não sabe", diz ele.
No caso da demissão de Mandetta, Kawall diz que "não teve efeito" para a aprovação do governo, mas com a saída de Moro, ele acredita que vá haver.
Moro carrega consigo o apoio do lavajatismo, afirma o economista, "em que pese Bolsonaro ter a sua base."
"O grande representante do sentimento contra a política tradicional, que abriu mão de sua carreira no Judiciário, que foi para o governo, saiu do governo de uma maneira bombástica", diz Kawall.
Para ele, é uma incógnita se os partidos políticos do centrão vão manter o atual "status quo" ou haverá impeachment.
"É uma coisa mais grave, é o fim do governo Bolsonaro? Vai estar assim daqui uma semana, duas, um mês? É difícil dizer, mas acredito que isso é evidentemente ruim para economia, com os mercados em estresse, a economia vai demorar mais a se recuperar", diz Kawall.
O economista disse ainda que, após o mês de março de muito aperto nas condições, ocorre outro neste momento, mas apenas no Brasil. "Temos a tendência de inventar crises políticas."
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