Dentro do plano de reduzir o endividamento, a Suzano anunciou a venda de uma área de 21.066 hectares de florestas na região central do estado de São Paulo para a Bracell Celulose e Turvinho Participações.
Os compradores também se comprometeram a adquirir as florestas já estabelecidas e as em crescimento e também a comprar um volume de madeira adicional pelo preço de R$ 1,056 bilhão. O negócio ainda depende da aprovação do Cade, o órgão de defesa da concorrência.
Leia também:
- SD Premium: Conheça nossos conteúdos exclusivos grátis por 30 dias
- Do combustível ao tecido: Suzano aposta na expansão do uso da celulose além do papel
- Suzano sobe mais de 5% após J.P. Morgan recomendar compra das ações
A venda de ativos é um dos caminhos adotados pela Suzano para reduzir o peso da dívida no balanço após a megaquisição da Fibria. Esse efeito ficou mais evidente neste ano em razão da disparada do dólar.
Com mais de 80% da produção destinada à exportação, a empresa é uma das claras beneficiadas pela valorização da moeda norte-americana. No ano, as ações da empresa (SUZB3) acumulam alta de 29%.
Por outro lado, o câmbio e o ciclo de preços baixos da celulose pressionam a dívida. A Suzano encerrou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de US$ 12,2 bilhões (R$ 68,7 bilhões).
A dívida representa 4,4 vezes a geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). O objetivo da empresa é diminuir essa relação para três vezes até até o fim de 2021.
Em entrevista ao Seu Dinheiro em agosto, Marcelo Bacci, diretor de finanças e de relações com investidores da Suzano, disse que, além da venda de ativos, conta com a redução do programa de investimentos e do aumento das sinergias a partir da aquisição da Fibria para atingir o objetivo.