‘Pessoa física deu show este ano’, diz presidente da B3
Investidor pessoa física aproveitou baixa do mercado e se posicionou para alta, enquanto institucionais e estrangeiros saíam do mercado, diz Finkelsztain

Enquanto os investidores institucionais e os estrangeiros saíram da bolsa durante a crise de covid-19, os investidores pessoas físicas demonstraram maturidade e chegaram inclusive a aumentar suas posições. Agora, com o mercado de capitais demonstrando recuperação, eles estão bem posicionados para aproveitar a alta, segundo o presidente da B3, Gilson Finkelsztain.
“O investidor pessoa física este ano deu show, calou a boca de muita gente que achava que na primeira crise ele iria colocar a viola no saco e ir para casa”, disse ele em live promovida pela Empíricus e a Vitreo. “O que se viu este ano a partir de março e abril, quando atingiu pico de volatilidade, foi comportamento de extrema maturidade dos investidores pessoa física.”
Para ele, esta postura pode ser em parte explicada pelo fato de, em média, o volume de recursos alocado por este segmento de investidor em ações ainda ser baixo. Mas também tem a ver com o fato de este público estar cada vez mais informado sobre os meandros do mercado acionário. Neste sentido, Finkelsztain destacou a profusão de plataformas de investimento e de materiais educativos.
A maior capacitação do público, combinado com a queda dos juros, levou muitas pessoas à bolsa – atualmente, a B3 registra 3 milhões de CPFs cadastrados.
“O comodismo das pessoas de ter investimentos colocados em renda fixa com juro alto definitivamente ficou para trás”, afirmou o presidente da B3.
Finkelsztain afirmou ainda que a crise reforçou a necessidade de o investidor ter uma postura proativa em relação aos seus investimentos, de acompanhar de perto o que está acontecendo e lidar com os efeitos que a pandemia e juros baixos têm em seus portfólios.
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“A grande contribuição da crise é que as pessoas passaram a dedicar tempo e serem protagonistas em seus investimentos”, disse. “Ela acelerou o movimento [de entrada na bolsa]. O que para nós aconteceria em dois, três anos, aconteceu em quatro meses, catalisado pela crise.”
Sofisticação de carteiras e novos produtos
À medida que os investidores começarem a se capacitar mais sobre o mercado de capitais, mais eles vão “sofisticando” seu portfólio, incluindo produtos mais complexos, segundo o presidente da B3.
“Este movimento de sofisticação trará vários produtos ou série de opções sobre ações para alavancar um pouco retorno ou comprar proteção para caso o portfólio caia”, disse.
Ele destacou os recentes avanços regulatórios no sentido de liberar produtos que estavam apenas disponíveis para investidores qualificados, caso dos BDRs, recibos que representam um ativo originalmente emitido no exterior.
A novidade foi muito bem recebida pelos investidores, disse o presidente da bolsa, citando que até a liberação o número de negócios diários destes ativos era de 1,4 mil, e agora é de cerca de 50 mil. O giro financeiro diário cresceu mais de cinco vezes, para R$ 450 milhões.
E Finkelsztain falou ainda de uma série de produtos que a B3 deve liberar aos investidores entre este ano e o próximo, caso de ETFs – fundos que replicam a carteira de um índice de ações na bolsa – de fundos imobiliários e BDRs de títulos de dívida no exterior.
“É normal que o investidor comece a buscar diferente classe de ativos. À medida que vai conhecendo [as opções que o mercado tem], ele vai utilizando instrumentos mais sofisticados, como derivativos, para proteger mais a sua carteira.
IPOs
O presidente da B3 comentou ainda na live da Empíricus e da Vitreo sobre o alto número de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), destacando que uma parte foi provocada por empresas de porte médio.
Historicamente, segundo ele, as operações na bolsa brasileira eram de companhias grandes, movimentando entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões. Neste ano, foram registrados IPOs que arrecadaram cerca de US$ 50 milhões.
Assim como as pessoas físicas, as empresas começaram a ver a entrada na bolsa como um bom negócio. “A bolsa não era percebida com um local em que empresa média poderia acessar funding”, afirmou Finkelsztain. “A demanda e a oferta estão se encontrando. O tamanho do IPO médio tende a diminuir, porque as empresas médias estão considerando o IPO como um caminho para captar recursos.”
Ele também tratou de episódios de empresas brasileiras que optaram por abrir o capital no exterior, como a Stone e a empresa de educação Afya. Para o presidente da B3, uma parte disso tem a ver com regulações que dificultaram empresas de listarem ações, caso daquelas incorporadas em paraísos fiscais, mas citou também que muitas companhias com negócios diferentes, como empresas de tecnologia, enfrentaram dificuldades nos últimos anos de apresentarem sua tese de investimentos a analistas, que não encontravam paralelos no Brasil para saber se de fato era uma boa oportunidade.
Estas duas questões estão mudando, segundo Finkelsztain. Os gestores começaram a entender mais novos negócios, além de sentirem a necessidade de buscar risco em meio à queda dos juros, e existe um movimento de melhorias na parte regulatória, como a liberação para que empresas situadas em paraísos fiscais possam listar BDRs. “Precisamos diminuir a arbitragem regulatória. Precisamos ter as mesmas regras para listar aqui que lá fora”, disse.
ESG
A conversa também tratou de questões associadas a práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). Segundo o presidente da B3, o mercado e os investidores estão cada vez mais prestando atenção a estes pontos e as empresas precisam estar preparadas.
“Definitivamente esta é uma agenda que veio para ficar e vai ser incorporada no dia a dia das companhias”, disse Finkelsztain.
Ele destacou o papel da B3 na promoção do ESG, citando a criação do Novo Mercado, segmento de listagem de ações criado para aumentar o padrão de governança corporativa das companhias, e o lançamento de um índice em parceria com a S&P de empresas com práticas ESG.
E informou que a bolsa deve lançar um índice em parceria com a Great Place to Work, consultoria global voltada para melhoria de práticas de trabalho com funcionários, de empresas que possuem bons ambientes corporativos.
Mas ele fez a ressalva de que a B3 não pode impor às companhias as práticas de ESG. “Nós queremos ser um indutor, não somos os donos da verdade. A B3, por estar envolvida com empresas abertas, quer ajudar, ser um bom indutor, que este tema entre na pauta das companhias”, afirmou.
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