Setor do biodiesel defende alta da Cide como arma de planejamento
De acordo com o presidente da União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, é justamente no momento de preços baixos do petróleo que devem ser tomadas medidas para impulsionar o setor de biocombustíveis.

A discussão do aumento da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) da gasolina extrapolou a cadeia do etanol e chegou ao biodiesel, que vê o momento de baixos preços do petróleo uma boa oportunidade de aumentar também a Cide do diesel, e assim criar um colchão permanente para que não haja ruptura na indústria dos biocombustíveis e impulsione a produção.
Mesmo com as declarações desta quinta-feira (7) do presidente Jair Bolsonaro, de que não acha justo aumentar a Cide para salvar o setor sucroalcooleiro, o segmento ainda vê espaço para negociação, e o biodiesel quer estar ao lado dos usineiros do etanol nessa discussão.
De acordo com o presidente da União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, é justamente no momento de preços baixos do petróleo que devem ser tomadas medidas para impulsionar o setor de biocombustíveis, já comprovadamente mais benéficos para o meio ambiente e uma tendência mundial. Além disso, observa, são atividades com impactos na economia regional e geradora de empregos, capazes de ajudar na retomada da economia no pós-covid-19. No caso do biodiesel, hoje são mais de 400 mil trabalhadores em 43 empresas.
"Somente se lembra de fazer um colchão no Brasil quando é muito alto o preço do petróleo, nunca se lembram disso quando o preço é baixo, o momento de implantar isso é quando está baixo, porque o consumidor sente menos", afirma Ferrés em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "O sentido da intervenção econômica (Cide) não é arrecadar, mas ser uma intervenção econômica de planejamento. Nesse momento precisamos de autoridades com visão de longo prazo", avalia.
Ele lembra que, quando o preço sobe, o colchão da Cide pode ser usado a favor do governo, para que se evite conflitos como a greve dos caminhoneiros, em 2018, que parou o Brasil.
Para ele, o setor de etanol deveria abraçar também a causa do biodiesel, por serem grandes usuários de diesel, tanto nos caminhões como nas máquinas utilizadas nos canaviais. "Tudo é movido a diesel na plantação de etanol, então quando vemos eles decididamente defendendo a gasolina, poderiam ser parceiros na defesa do biodiesel", avalia executivo.
Leia Também
A crise na indústria do biodiesel acompanha a queda de demanda por diesel, puxada pela pandemia do novo coronavírus. Apesar de mais suave do que da gasolina, a queda de vendas de diesel no primeiro trimestre do ano cederam cerca de 20%, o que reduz o volume da mistura do biocombustível, hoje em proporção de 12%. No último leilão realizado pelo governo, em abril, houve queda da compra prevista pelas distribuidoras, empurrando os preços também para baixo, o que trouxe incerteza ao setor.
Para que não entre em colapso e comprometa o futuro dessa indústria no País, Ferrés tem brigado também pela antecipação do aumento da mistura para 13%, prevista para ocorrer apenas em 2021. O aumento consumiria parte das perdas obtidas no último leilão, defende o executivo nascido no Uruguai e há 45 anos no Brasil.
Ele vê espaço para implantação de projetos mais ambiciosos, como misturas de 30% e 50% de biodiesel nos transportes coletivos nas grandes cidades, para reduzir a emissão de gases efeito estufa e com isso também diminuir a incidência de doenças respiratórias na população. Também pode ser mais utilizado no setor agrícola, podendo atingir 100% em alguns motores.
"Estamos propondo ao MME (Ministério de Minas e Energia) a aprovação da antecipação do B13 (mistura de 13% de biodiesel no diesel) para 1º de julho, com isso reporia parte do que perdemos no último leilão", explica.
Saída da Petrobras
Outra questão na mesa do setor de biodiesel, que não chega a tirar o sono de Ferrés, é a saída da Petrobras do segmento. Não por uma questão de volume produzido, já que a estatal representou cerca de 10% do total de 6 bilhões de litros produzidos em 2019. O problema é saber quem vai passar a realizar os leilões do produto, já que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ainda não demonstrou interesse em voltar a executar as vendas, como fez no início do processo, em 2005.
A Petrobras está saindo do setor de biodiesel e já anunciou a venda dos ativos da sua unidade do sul do País, a BSBios, que tem duas unidades, uma em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e outra em Marialva, no Paraná, onde detém em cada uma 50% de participação acionária por meio da subsidiária da estatal Petrobras Biocombustível (PBio). Outros ativos da PBio também serão vendidos. A prospecção está sendo feita no mercado pelo próprio presidente da PBio, segundo Ferrés, para venda de usinas na Bahia, Ceará e Minas Gerais.
Enquanto as refinarias de petróleo da companhia, também à venda, devem arrecadar bilhões de dólares, as usinas produtoras de biodiesel valem cada uma entre R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, dependendo do volume produzido e a localização. De acordo com Ferrés, é possível que as vendas saiam este ano, apesar da crise, mas o preço será subavaliado.
"Isso (a venda) vai depender muito da decisão da Petrobras aceitar preços um pouco depreciados em função do momento tão delicado da crise por causa do coronavírus, o comprador vai querer pagar barato", explica.
Ferrés acha saudável que o leilão seja feito por uma entidade sem fins lucrativos, que receberia recursos do governo, como ocorre hoje com a Petrobras, apenas para cobrir os custos do certame.
As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Dividendos extraordinários estão fora do horizonte da Petrobras (PETR4) com resultados de 2025, diz Bradesco BBI
Preço-alvo da ação da petroleira foi reduzido nas estimativas do banco, mas recomendação de compra foi mantida
PETR4, PRIO3, BRAV3 ou RECV3? Analista recomenda duas petroleiras que podem ‘se virar bem’ mesmo com o petróleo em baixa
Apesar da queda do petróleo desde o “tarifaço” de Trump, duas petroleiras ainda se mostram bons investimentos na B3, segundo analista
Combustível mais barato: Petrobras (PETR4) vai baixar o preço do diesel para distribuidoras após negar rumores de mudança
A presidente da estatal afirmou na semana passada que nenhuma alteração seria realizada enquanto o cenário internacional estivesse turbulento em meio à guerra comercial de Trump
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo
Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump
Vítima da guerra comercial, ações da Braskem (BRKM5) são rebaixadas para venda pelo BB Investimentos
Nova recomendação reflete o temor de sobreoferta de commodities petroquímicas no cenário de troca de farpas entre Estados Unidos e o restante do mundo
Petroleiras em pânico mais uma vez: petróleo volta a cair e a arrasta Brava (BRAV3), Petrobras (PETR4) e companhia
A euforia da véspera já era. Com tarifas contra China elevadas a 145%, temor de recessão ainda está aqui
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Países do Golfo Pérsico têm vantagens para lidar com o tarifaço de Trump — mas cotação do petróleo em queda pode ser uma pedra no caminho
As relações calorosas com Trump não protegeram os países da região de entrar na mira do tarifaço, mas, em conjunto com o petróleo, fortalecem possíveis negociações
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Petrobras (PETR4) avança em processo para tirar ‘novo pré-sal’ do papel
Petrobras recebeu permissão para operar a Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna. O centro é uma exigência do Ibama para liberar a busca de petróleo no litoral do Amapá
Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa
A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar