🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Estadão Conteúdo
diante da crise

Paradas, pequenas empresas não têm fôlego nem para um mês

Segundo especialistas, a maioria não tem fluxo de caixa suficiente para bancar um período longo sem receitas

Estadão Conteúdo
30 de março de 2020
13:52 - atualizado às 18:03
Imagem: Shutterstock

Enquanto as grandes companhias do País têm, pelo menos, três meses de caixa para bancar todas as despesas do dia a dia sem faturar, nas micro, pequenas e médias empresas a situação é bem diferente. Segundo especialistas, a maioria não tem fluxo de caixa suficiente para bancar um período longo sem receitas.

O presidente da Trevisan Escola de Negócios, VanDyck Silveira, diz que tradicionalmente essas empresas têm 27 dias de caixa para honrar seus compromissos. "Se param de vender, podem quebrar mais rapidamente." Além disso, elas mal conseguem se financiar no mercado mesmo em condições normais.

Exemplo dessa dificuldade é a escalada da inadimplência das empresas pelo 11.º mês consecutivo. Em janeiro, segundo a Serasa Experian, o País teve um novo recorde: 6,2 milhões de empreendimentos com contas atrasadas e negativadas, número quase 10% superior a igual período do ano anterior.

Desse total, 94,2% são micro ou pequenos negócios, com os demais se dividindo entre médio e grande portes. Metade dos inadimplentes são do setor de serviços.

"Os atrasos vinham numa escalada desde a recessão e depois na semiestagnação. O crescimento de 1% ao ano não chega aos pequenos negócios. Por isso, o atraso nas contas só aumenta", diz o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Segundo ele, com a crise atual, o índice de inadimplência deve acelerar a alta dos últimos meses. "Nunca tivemos uma crise dessas com paralisação das atividades. Por enquanto, o que sabemos é que quem vai sofrer mais são as micro e pequenas que têm estruturas financeiras mais frágeis."

Um problema apontado por Rabi é que 30% da dívida em atraso dessas empresas menores são com outras empresas, no chamado crédito mercantil. "A inadimplência de pessoa jurídica no Brasil não está com os bancos, mas com os fornecedores (o que provoca efeito em cascata)." Para ele, o melhor seria se fosse com o mercado bancário, uma vez que as instituições financeiras têm "mais bala na agulha para aguentar esses movimentos".

Em muitos casos, os inadimplentes não quebram nem fecham as portas. Mas a atividade fica comprometida já que só podem comprar insumos, matéria-prima ou mercadorias à vista. "Eles perdem o acesso a crédito com taxas menos caras", diz Rabi.

Desemprego

É nesse cenário que a crise atual chega para esse universo de empresas, responsáveis por mais de 80% dos empregos (formais e informais) no Brasil, diz Silveira, da Trevisan. Para ele, com a saúde dessas empresas debilitada, o maior risco recai sobre o mercado de trabalho. Em fevereiro, a taxa de desemprego do País estava em 11,2% e atingia 11,9 milhões de pessoas. "Essa é uma taxa muito alta e perdura há muito tempo. Antes da crise atual, já não conseguíamos empregar quem entrava no mercado de trabalho nem recolocar quem estava sem emprego."

Ele acredita que a pandemia do coronavírus tem capacidade para jogar outros 5 milhões de brasileiros no desemprego. Isso elevaria para quase 17 milhões o número de pessoas sem emprego. "O problema é que não sabemos nem como será a volta à produção."

Na avaliação dele, faltam medidas concretas e discussões mais sadias sobre o assunto. "Há a data de 7 de abril para flexibilizar a quarentena. Mas e se houver uma segunda onda de contaminados como parece estar ocorrendo na China? Estamos muito imediatistas."

Nos últimos dias, cresceu a discussão sobre o tempo de lockdown (fechamento) da economia. Alguns empresários e o presidente da República, Jair Bolsonaro, defendem a flexibilização imediata da quarentena para não prejudicar a economia, apesar das orientações dos especialistas em saúde de que é preciso isolamento social para conter a proliferação do vírus.

Na sexta-feira, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu que errou na política de combate ao avanço do coronavírus na cidade italiana ao divulgar um vídeo no fim de fevereiro dizendo que Milão não deveria parar.

Lições

Na opinião do professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EESP), Márcio Holland, a crise provocada pelo coronavírus está só no começo, mas já deixa lições.

Uma delas é a importância da desconcentração da atividade econômica, que precisa ser mais aprofundada para aliviar o peso das políticas públicas sobre os grandes centros urbanos. "O País precisa promover mais essa distribuição da atividade econômica pelo território nacional."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhe

AFROUXANDO AS MEDIDAS

Fim da política de “covid zero” na China? Flexibilização da quarentena anima os investidores e as bolsas internacionais avançam

28 de junho de 2022 - 11:30

A partir desta terça-feira, o período de quarentena exigido para viajantes internacionais cairá pela metade, para sete dias de quarentena centralizada e três de isolamento domiciliar

Covid-19 derruba economia da China em abril; confira os dados chineses que assustaram o mercado hoje

16 de maio de 2022 - 11:26

Com os lockdowns nos últimos dois meses, a produção e as vendas chinesas despencam além do esperado, e a divulgação de números piores traz a cautela de volta ao foco hoje

A CORRIDA DA VACINA

Moderna quer vacinar crianças menores de 5 anos contra a covid-19 nos EUA; Dinamarca interrompe programa de vacinação

28 de abril de 2022 - 12:21

Pedido da farmacêutica a torna a primeira fabricante a solicitar à agência reguladora dos Estados Unidos para vacinar crianças entre seis meses e cinco anos de idade

NÃO TEM REFRESCO

Com os olhos do mundo voltados para a guerra, subvariante furtiva do coronavírus se espalha pela Europa

23 de março de 2022 - 12:33

Especialistas advertem para risco de um novo surto global do coronavírus em meio ao relaxamento das medidas de restrição

VARIANTE SHIPPADA

Deltacron desembarca no Brasil: entenda a recombinação das variantes delta e ômicron e se é o caso de nos preocuparmos com um novo surto de covid-19

15 de março de 2022 - 13:03

Segundo especialistas, ainda é cedo para mensurar a taxa de transmissibilidade, a gravidade da doença e a eficácia das vacinas contra a deltacron

NADA A COMEMORAR

Pandemia completa 2 anos no Brasil com quase 650 mil mortes

26 de fevereiro de 2022 - 10:10

Além das centenas de milhares de mortes, quase 30 milhões de brasileiros foram diagnosticados com covid-19 no período

NOVA ONDA AVANÇA

Covid-19 volta a causar mais de mil mortes por dia no Brasil

4 de fevereiro de 2022 - 7:15

Nas últimas semanas, Ministério da Saúde têm registrado sucessivamente novos recordes diários de casos da doença no Brasil

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A alta estrutural do petróleo: como a questão ucraniana pode influenciar?

25 de janeiro de 2022 - 9:07

Tensões entre Ucrânia e Rússia podem pressionar os preços da commodity, dando uma mãozinha para o barril chegar à marca dos US$ 100

NOVA ONDA

Covid-19 volta a ganhar força e Brasil bate recorde de casos confirmados da doença em 24 horas

19 de janeiro de 2022 - 6:39

Números de novos casos em apenas um dia ultrapassou a marca de 137 mil; Ministério da Saúde também confirmou mais 351 mortes pela doença

DERRUBADO PELA COVID

Com presidente do Conselho fura-quarentena e perdas de clientes, Credit Suisse tem desafio de recuperar reputação

17 de janeiro de 2022 - 15:05

Credit Suisse volta a ser abalado com saída de presidente do Conselho que veio para recuperar a imagem do banco, mas foi pego violando as regras da quarentena contra a covid-19

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar