Para presidente do BC, dados mostram que há uma recuperação da economia
Presidente do BC voltou a estimar uma recuperação em forma de “V aberto” após um começo de retomada em “V”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 22, que diversos indicadores de alta frequência já sinalizam uma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) após a fase mais aguda da crise da pandemia de covid-19. Segundo ele, a estimativa atual de queda de 6,4% do PIB em 2020 é pessimista.
"A perspectiva é melhor", avaliou. "Tivemos uma queda muito abrupta e muito rápida da atividade econômica, por isso a tendência em um primeiro momento é de um retorno rápido também. Nos índices de confiança de alta frequência, já vemos uma recuperação grande", afirmou, em videoconferência organizada pelo jornal Valor Econômico.
Campos Neto citou ainda dados sobre o consumo de energia e a arrecadação de tributos que indicam uma recuperação da economia a partir de junho. "Grande incerteza é o número do 2º trimestre. É ele que vai ditar PIB este ano. Desde o último Relatório de Inflação, os indicadores têm confirmado essa recuperação", completou.
O presidente do BC voltou a estimar uma recuperação em forma de "V aberto" após um começo de retomada em "V". "Uma das coisas que determina se ângulo do V é mais inclinado ou não é o crédito. E temos feito um grande esforço para este canal de crédito continuar funcionando", concluiu.
Desmembramento
Campos Neto disse que apesar da recuperação no comércio e na indústria, o setor de serviços segue bastante afetado pela crise decorrente da pandemia de covid-19. "Quando desmembramos crescimento, varejo e indústria já tiveram uma retomada forte, enquanto os serviços ainda apresentam queda. Não esperávamos que serviços ligados a tecnologia fossem cair", afirmou, na videoconferência.
Campos Neto destacou ainda a importância para a retomada da economia do auxílio emergencial de R$ 600 pagos mensalmente pelo governo a trabalhadores informais e desempregados. "Com as últimas duas parcelas de R$ 600, houve recomposição alta de renda. A categoria muito de baixo teve recomposição de 250% da renda com auxílio do governo", completou.
Leia Também
O presidente do BC chamou a atenção ainda para o consumo que foi represado durante a crise e deve retornar ao longo do segundo semestre do ano. "Muita compra está sendo parcelada. Até dezembro, o consumo represado vai se liberando. O governo se atrasou um pouco no crédito, mas vários programas vêm ao mesmo tempo e teremos nos próximos meses o efeito forte das medidas que foram tomadas", projetou.
Queda na incerteza
Campos Neto, voltou a dizer que o fundo do poço da crise decorrente da pandemia de covid-19 ocorreu em abril e no começo de maio. "O 3º trimestre terá menos incerteza sobre o ritmo de atividade e o 4º trimestre, menos incerteza ainda", afirmou.
Ele ressaltou a importância de monitorar o cenário mundial e citou a necessidade de alguns países europeus determinarem novas medidas de isolamento social após novos surtos de contaminação pelo novo coronavírus. "Nos Estados Unidos e no Brasil não tem segunda onda. Em países continentais há uma dificuldade em entender o que é a 'primeira onda'. Já em alguns países europeus tem havido alguma volta (da covid-19) e isso é fundamental para as expectativas", completou.
Segundo Campos Neto, quando se adotou o distanciamento social no Brasil, o índice de mobilidade caiu para 50% a 55%. "O corredor de distanciamento social no Brasil está mais estreito. Quando o corredor de distanciamento é mais estreito, o custo-benefício de fazer é pior", concluiu.
Pacotes
O presidente do Banco Central disse também que, após o pior período da crise mundial causada pela pandemia de covid-19, alguns grandes países estão discutindo se precisarão de novos pacotes de incentivo. "Houve um choque abrupto de aversão ao risco em emergentes e em países desenvolvidos, mas a volta não tem sido proporcional. Em alguns países avançados os indicadores de risco já voltaram para os níveis de janeiro, mas nos emergentes não, ao contrário de 2008, quando os emergentes voltaram primeiro", afirmou.
Segundo o presidente do BC, há uma discussão sobre a capacidade dos emergentes em superarem essa crise. "Isso mostra a importância de preservar o ambiente de alocação de recursos em crises como essa", completou.
Conversibilidade do real
O presidente do Banco Central defendeu que a conversibilidade da moeda pode reduzir a volatilidade do real frente ao dólar, porque a demanda pela moeda americana tende a se reduzir. "Temos um caminho longo para volatilidade e antes disso precisamos simplificar as operações de câmbio, que tem uma legislação muito antiga. O projeto de simplificação já enviado ao Congresso é muito mais importante que a conversibilidade", afirmou.
Segundo Campos Neto, a conversibilidade do real é diferente de uma internacionalização da moeda, mas um processo depende do outro. "Se conseguirmos realizar todas as mudanças propostas, lá na frente o real terá uma credibilidade muito maior", completou.
Autonomia do BC
O presidente do Banco Central reconheceu que a ordem de prioridades do Parlamento mudou durante a pandemia de covid-19, mas reafirmou que o Congresso está maduro para votar o projeto de autonomia do BC. "A ideia é votar no Senado em torno de 15 de agosto. Diversos parlamentares consideram importante a autonomia do BC até mesmo para dar poderes à instituição para agir em momento de crise como a atual", afirmou.
*Com Estadão Conteúdo
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Economia verde: União Europeia quer atingir neutralidade climática até 2050; saiba como
O BCE vai investir cerca de 30 bilhões de euros por ano; União Europeia está implementado políticas para reduzir a emissão de carbono
A escalada continua: Inflação acelera, composição da alta dos preços piora e pressiona o Banco Central a subir ainda mais os juros
O IPCA subiu 0,67% em junho na comparação com maio e 11,89% no acumulado em 12 meses, ligeiramente abaixo da mediana das projeções
Focus está de volta! Com o fim da greve dos servidores, Banco Central retoma publicações — que estavam suspensas desde abril
O Boletim Focus volta a ser publicado na próxima segunda-feira (11); as atividades do Banco Central serão retomadas a partir de amanhã
Greve do BC termina na data marcada; paralisação durou 95 dias
Os servidores do Banco Central cruzaram os braços em abril e reivindicavam reajuste salarial e reestruturação da carreira — demandas que não foram atendidas a tempo
Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
Com uma semana de atraso, Banco Central divulgou hoje uma versão ‘enxuta’ do Relatório Trimestral da Inflação
Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria
O fim da inflação está próximo? Ainda não, mas para Campos Neto o “pior momento já passou”
O presidente do BC afirmou que a política monetária do país é capaz de frear a inflação; para ele a maior parte do processo já foi feito
O Seu Dinheiro pergunta, Roberto Campos Neto responde: Banco Central está pronto para organizar o mercado de criptomoedas no Brasil
Roberto Campos Neto também falou sobre real digital, greve dos servidores do Banco Central e, claro, política monetária
O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
A renda fixa virou ‘máquina de fazer dinheiro fácil’? Enquanto Bitcoin (BTC) sangra e bolsa apanha, descubra 12 títulos para embolsar 1% ao mês sem estresse
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar e trazer bons retornos ao investidor
Sem avanços e no primeiro dia de Copom, servidores do BC mantêm greve
A greve já dura 74 dias, sem previsão de volta às atividades; o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve comparecer à Câmara para esclarecer o impasse nas negociações com os servidores
Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza
Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos
Greve do BC: Vai ter reunião do Copom? A resposta é sim — mesmo com as publicações atrasadas
A reunião do Copom acontece nos dias 14 e 15 de junho e os servidores apresentaram uma contraproposta de reajuste de 13,5% nos salários
Nada feito: sem proposta de reajuste em reunião com Campos Neto, servidores do BC seguem em greve
Mais uma vez, a reunião do Copom de junho se aproxima: o encontro está marcado para os dias 14 e 15 e ainda não se sabe em que grau a paralisação pode afetar a divulgação da decisão
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC