Mercedes-Benz quer voltar a lucrar no país para não depender de verba da matriz
Segundo Schiemer, tem sido mais difícil convencer a matriz alemã a investir no Brasil porque a indústria automobilística global tem passado por uma “transformação muito forte”

A operação brasileira da Mercedes-Benz pôs como principal meta para 2020 voltar a dar lucro, por perceber que está cada vez mais difícil receber recursos enviados pela matriz na Alemanha, disse nesta sexta-feira, 31, o presidente da montadora no Brasil, Philipp Schiemer. Segundo ele, o objetivo é que a filial, de volta ao azul, tenha condições de bancar os próprios investimentos, sem depender dos alemães.
"Nos últimos 10 anos, nós vimos as matrizes das montadoras fazendo uma injeção forte de capital em suas operações no Brasil. Esse tempo acabou. Não vamos ver esse fluxo nos próximos anos com tanta facilidade", afirmou o executivo a jornalistas, em evento na fábrica de São Bernardo de Campo (SP), uma das três da marca no Brasil - as outras duas ficam em Juiz de Fora (MG) e Iracemápolis (SP).
Segundo Schiemer, tem sido mais difícil convencer a matriz alemã a investir no Brasil porque a indústria automobilística global tem passado por uma "transformação muito forte", que exige investimentos "elevados" e deixa o dinheiro mais escasso para alocá-lo em outros países, principalmente aqueles onde os negócios não estão rentáveis.
"Por exemplo, a eletrificação da indústria automobilística é vista como o futuro. Você, se fosse a matriz, iria investir em eletrificação ou em uma operação que não está dando retorno? O investidor vai colocar o dinheiro dele onde ele acha que pode dar retorno", disse ele.
A operação brasileira, de acordo com Schiemer, não fecha o ano no azul desde 2014, o último antes da crise econômica. No ano seguinte, o executivo passou por "fortes questionamentos" da matriz para conseguir investimentos para o Brasil. À época, acabou anunciando um ciclo de investimento de R$ 730 milhões entre 2015 e 2018. O plano atual é de R$ 2,4 bilhões entre 2018 e 2022, dos quais R$ 900 milhões serão aplicados entre este ano e 2020.
O executivo, contudo, fez questão de ressaltar que a matriz está satisfeita com o Brasil e vê avanços na operação local. "Eles veem que os investimentos feitos aqui foram uma boa decisão e a unidade está na direção correta", disse. "Mas será mais difícil conseguir recursos, por causa das transformações no setor, mesmo que o mercado brasileiro esteja melhor", acrescentou.
Leia Também
Para voltar ao azul, Schiemer disse que a estratégia por uma combinação de fatores, como a eficiência da operação, "fazendo mais com menos", e a política de preços, de olho numa margem maior.
Projeções
A Mercedes-Benz estima que o mercado de caminhões deve crescer 18% em 2020, para 120 mil unidades, informou Schiemer. É a mesma projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A estimativa da Mercedes-Benz considera expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% e Selic a 4,5%. "Os juros continuam muito atraentes para o consumidor e os investimentos em infraestrutura devem começar a aparecer", disse o executivo, que reconheceu que a taxa básica pode cair ainda mais.
Na visão de Schiemer, o ano de 2020 deve ser marcado pelo aumento da participação dos segmentos de caminhões leves e médios, que perderam fatia nos últimos anos para os semipesados e extrapesados.
O executivo explicou que os leves e médios são mais sensíveis à atividade econômica e vão se beneficiar da aceleração do PIB, esperada pelos analistas do mercado financeiro e pela própria companhia.
Schiemer lembrou que, no auge do mercado de caminhões, em 2011, os leves e médios tiveram resultados expressivos nas vendas. Os clientes desses segmentos, contudo, evitaram fazer a troca durante a crise. Agora, chegou o momento de o consumidor fazer a renovação.
"Nos últimos anos, a renovação foi feita mais nos segmentos de semipesados e extrapesados, pois são clientes mais profissionais, que precisam de caminhões mais atualizados para seus negócios. Os leves e médios, de consumidores de menor porte, adiaram a troca e agora é o momento, pois já se passaram quase 10 anos", explicou o executivo.
Os leves e médios eram cerca de um terço do mercado de caminhões em 2011 e caíram para 20%, participação registrada em 2019. Os extrapesados, por sua vez, saltaram de 36% para 57%. Schiemer acredita que, em 2020, os leves e médios podem aumentar para 25%.
Reformas
O presidente da Mercedes-Benz no Brasil afirmou ainda que as reformas econômicas precisam continuar ocorrendo para que a indústria automobilística seja menos dependente da Argentina no mercado externo.
Com a Argentina em crise, as exportações de veículos para o país vizinho caíram cerca de 50% em 2019. Como o mercado argentino é o principal destino, as exportações totais também tiveram recuo, de cerca de 30%.
"O mercado externo continua sendo o nosso calcanhar de Aquiles. Temos de trabalhar para sermos menos dependentes da Argentina no futuro. Para isso, além de as empresas fazerem a sua parte, as reformas precisam continuar acontecendo", disse o executivo.
Schiemer está otimista com a aprovação da reforma tributária em 2020 e espera que o projeto inclua a desoneração sobre exportações. "Eu tenho um concorrente indiano no Peru e o frete dele para levar um caminhão da Índia para o Peru é menor do que o do Brasil para o Peru", comparou.
De passaporte novo: a estratégia para as criptomoedas que levou a Coinbase a trocar a Irlanda por Luxemburgo
Empresa deixou a Irlanda para trás e se tornou a primeira corretora cripto dos EUA a operar sob as regras do MiCA; rivais também estão se movimentando
Vazamento histórico de dados expôs 16 bilhões de senhas de Facebook, Google e Apple, diz site — veja o que fazer para se proteger
Segundo o Cybernews, trata-se de um vazamento sem precedentes que envolve dados críticos de logins que servem de acesso para múltiplos portais e aplicativos
Campos Neto alfineta governo Lula após Selic subir a 15% ao ano, mas defende a alta dos juros como “preço pela credibilidade”
Ex-diretor do Banco Central acredita que nova diretoria está fazendo um bom trabalho e defende os juros altos por mais tempo
CVM adia entrada em vigor de nova regulamentação sobre OPA; veja para quando ela está prevista agora
A prorrogação foi necessária para que o sistema de registro do mercado pudesse se adequar às novas regras.
Copom sobe os juros a 15% ao ano; agora 3 bancões dizem quando a Selic deve começar a cair
Itaú, Goldman Sachs e BofA traçam cenários um pouco diferentes para o início do ciclo de cortes de juros no Brasil — mas paciência ainda é o nome do jogo
Copom aumenta os juros em 0,25 p.p. e Selic chega a 15% ao ano — e deve parar por aí mesmo
Embora o Copom tenha sinalizado que o período de hiato será indefinido, o debate sobre o corte de juros já está na mesa, e precificado nos juros futuros
Brasil se declara livre de gripe aviária em granja comercial. Entenda o que isso significa e quais os próximos passos
O governo comunicou hoje à OMSA sobre o encerramento do foco da doença em uma granja comercial em Montenegro (RS)
Congresso cria CPMI para investigar fraude do INSS, e STF convoca governo para decidir sobre devolução dos valores desviados
Ainda não há data definida para o início da CPMI, mas a reunião do STF com o governo Lula está marcada para a próxima terça-feira (24)
Dê tempo aos juros: Bradesco Asset espera manutenção da Selic pelo Copom e “aceita” que inflação de 3% só será alcançada no futuro
Gestora avalia que o juro está suficientemente restritivo e que o BC deve acompanhar os dados, mantendo um novo aumento no radar como possibilidade futura
A inteligência artificial vai tirar o emprego de muita gente: CEO da Amazon admite que empresa precisará de menos funcionários
Em nota enviada aos funcionários, Andy Jassy deixou claro o que muitos temiam: a IA vai pegar empregos
Congresso derruba veto de Lula e livra FIIs e fiagros de novos impostos — mas conta de luz pode ficar mais cara; entenda
O governo Lula vive uma queda de braço com os parlamentares, que votaram pela derrubada de uma série de vetos do presidente
Corpus Christi pode render feriadão; veja o que abre e fecha na quinta-feira (19) e na sexta-feira (20)
Bancos, bolsa, Correios e transporte público terão mudanças no funcionamento; ponto facultativo traz folga aos mercados
Lotofácil faz mais um milionário, mas não brilha sozinha; Mega-Sena acumula e prêmio sobe a R$ 130 milhões
Ganhador ou ganhadora do concurso 3420 da Lotofácil efetuou aposta por meio dos canais eletrônicos da Caixa; além da Mega-Sena, a Quina também acumulou
Ex-BC Fábio Kanczuk vê Selic a 15% e risco de corte precoce por pressão política — mas postura do Copom com a inflação deveria ser mais dura
Diretor de macroeconomia do ASA acredita que o Brasil precisa de um choque recessivo para conseguir segurar a expectativa de inflação futura
A coisa está feia para o dólar: faz duas décadas que os gestores globais não ficam tão descrentes assim com a moeda
Investidores correm da moeda norte-americana enquanto montam posições em euro e se mostram mais otimistas com emergentes — incluindo o Brasil
Selic sobe ou fica? Gestores estão divididos nas suas projeções para o Copom, mas são unânimes em uma aposta; veja qual
Pesquisa da XP mostra dualidade de opiniões em relação aos juros básicos do país, mas otimismo em relação a outras possibilidades de investimento
Câmara aprova urgência de duas medidas em meio ao impasse do IOF — e uma deve trazer dor de cabeça para o governo
Com a aprovação do caráter de urgência, ambos os projetos podem ser votados diretamente no plenário, sem passar pelas comissões
O país dos juros altos: por que a Selic está tão alta e qual a tendência para os próximos anos?
Touros e Ursos desta semana traz uma entrevista com Samuel Pessôa, pesquisador macro do BTG Pactual, para falar sobre Copom, juros e contas públicas
Fluxo de investimento estrangeiro impulsiona competitividade no Brasil, mas país continua com “voo de galinha”
País avança quatro posições em ranking global de competitividade, mas segue entre os últimos colocados; entenda quais são os principais entraves ao desenvolvimento no longo prazo
Lotofácil começa a semana premiando apostador insistente; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
Ganhador ou ganhadora do concurso 3419 da Lotofácil vinha insistindo sempre nos mesmos números; Mega-Sena pode pagar R$ 110 milhões na noite desta terça-feira