Mercado se prepara para oferecer sistema de pagamento instantâneo
Medida do BC começa a passar por testes de conectividade neste mês e deve ser implementada em novembro

Transferir dinheiro de forma instantânea para qualquer tipo de conta corrente ou de pagamento, seja de pessoas físicas ou de um estabelecimento comercial, a qualquer hora, em qualquer dia da semana, sem nem precisar saber todos os dados do destinatário e em poucos cliques. É isso que o Banco Central prevê para o novo sistema de pagamentos, que começa a passar por testes de conectividade neste mês e deverá ser implementado a partir de novembro.
Após o lançamento, instituições financeiras de grande porte (como os bancos de varejo) e instituições de pagamento (como fintechs que trabalham com contas e carteiras digitais) serão obrigadas pelo BC a oferecerem esse serviço para os clientes.
"O sistema de pagamento instantâneo tem a característica de operar 24 horas por dia, sete dias por semana. Ele vai incluir todos as instituições financeiras e de pagamento. Hoje em dia, você tem o TED e o DOC, que englobam todo o sistema financeiro, mas eles não funcionam nesse esquema 24 por 7", diz Angelo Duarte, chefe do departamento de competição e de estrutura do mercado financeiro do BC.
Duarte explica que, no sistema atual, mesmo uma operação com cartão de débito não gera crédito em conta no mesmo momento da operação em uma loja. No novo sistema, esse problema promete ser resolvido, creditando o valor pago instantaneamente na conta do recebedor. Segundo a Febraban, o sistema permitirá enviar e receber dinheiro em dez segundos.
A mudança busca ainda reduzir os custos do sistema. "As transações do dia a dia com cartão de débito e crédito têm custos maiores do que no sistema de pagamentos instantâneos. Esses custos não são visíveis para quem usa o cartão", diz Duarte. Com custos reduzidos e um sistema aberto a qualquer instituição, a intenção é incentivar a competitividade. "Como o sistema financeiro no Brasil é concentrado, o custo de transferências, por exemplo, é relativamente alto. Com mais competitividade, em um sistema aberto, os custos das transações para os clientes também devem diminuir", diz Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, instituição de pagamento do Mercado Livre.
É justamente a característica de incentivo à competição que deve diferenciar o sistema de pagamentos brasileiro do que se observa, por exemplo, na China. No país asiático, duas carteiras digitais dominam o setor e praticamente substituíram o dinheiro. "O mercado daqui não vai ser igual ao chinês. Daqui a três ou cinco anos, creio que teremos cinco ou seis grandes ecossistemas de pagamento convivendo e competindo", diz Gueitiro Genso, presidente da carteira digital PicPay. É consenso também que os cartões e o próprio dinheiro não vão deixar de existir de uma hora para outra. "As formas de pagamento podem coexistir. Vale levar em consideração o diferente momento da economia do Brasil em relação a outros países", diz Carlos Nomura, diretor de pagamentos da PayPal.
Leia Também
Na visão do coordenador do curso de administração do Ibmec de Minas Gerais, Eduardo Coutinho, porém, a redução de custos do sistema e o ambiente aberto não são garantia da redução de custos para o cliente final. "Toda a cadeia de pagamentos vai ter redução de custos, mas temos de observar para saber como isso vai se refletir no consumidor." Ele acrescenta que a competição dependerá das condições de acesso ao mercado para as novas empresas.
Outros caminhos
Enquanto as mudanças não chegam, as carteiras digitais se movimentam para ganhar inserção no mercado. As chamadas e-wallets já permitem pagamentos instantâneos entre seus usuários e em estabelecimentos credenciados às suas redes. No entanto, trata-se de sistemas fechados que, no geral, não se comunicam com os concorrentes. Uma das características mais interessantes desse modelo é que não é preciso nem mesmo possuir uma conta bancária tradicional para utilizar as carteiras. É possível depositar dinheiro em cada uma delas por meio de boletos e, assim, fazer as demais transações normalmente dentro da rede credenciada. Para aumentar sua inserção, porém, essas fintechs têm buscado parcerias.
É o caso da Payly, fintech do grupo Cosan, que anuncia nesta semana parceria com a Cielo. "Somos muito otimistas com o ecossistema do Banco Central, mas não vamos esperar a concretização desse processo para avançar", diz o presidente da Payly, Juliano Prado.
Com esse tipo de parceria, é possível realizar transações com lojistas não credenciados, mas que tenham a máquina de cartões parceira. Para o executivo da área de produtos da Cielo, Norberto Sanches, mesmo sabendo que o BC desenvolve um sistema em que as transações possam acontecer da carteira digital do cliente diretamente para a conta do estabelecimento comercial - sem intermediários -, essas parcerias fazem sentido. "A solução do BC está em desenvolvimento e é complexa. A gente não sabe como o cliente vai utilizá-la. Apoiamos
Banco Bmg (BMGB4) faz reorganização societária e cria nova área de seguros
Bmg (BMGB4) também anunciou a criação de uma nova holding chamada Bmg Seguradoras, que será subsidiária desta área de seguros
Itaú (ITUB4) entra na disputa das vendas online com shopping virtual; Magazine Luiza está entre os primeiros parceiros
A intenção do Itaú é de que a nova loja virtual funcione como um ecossistema de compras de produtos e serviços
Dividendos e JCP: Banco do Brasil (BBAS3) anuncia pagamento de R$ 781 milhões em proventos; confira prazos
A distribuição do montante será feita em antecipação ao terceiro trimestre de 2022, de acordo com informações do próprio banco
Banco do Brasil (BBAS3) está ‘ridiculamente barato’, diz Sara Delfim, da Dahlia
Analista e sócia-fundadora da Dahlia Capital, Sara Delfim retorna ao Market Makers ao lado de Ciro Aliperti, da SFA Investimentos, para detalhar suas teses de investimento
Se cuida, Nubank: Bradesco compra instituição no México e vai lançar conta digital no país
Com a aquisição, o Bradesco terá licença para atuar como se fosse um banco digital no México. O país é um dos focos de expansão do Nubank
O que o Bradesco viu no negócio de fundos de investimento do Banco Votorantim (BV)?
Bradesco e BV anunciaram parceria para formar uma gestora de investimentos independente com marca própria
Em até um ano e meio, Itaú ‘já terá plena capacidade de competir com as fintechs’, diz Roberto Setubal
Ex-CEO e atual co-presidente do conselho de administração do banco contou sobre o processo de migração dos sistemas para a nuvem e mudança de cultura na instituição, além de lamentar não ter podido adquirir o controle da XP
Nubank (NU; NUBR33): mudança no rendimento da NuConta não provocou perda de clientes
Nova regra de remuneração da conta do Nubank entrou em vigor em julho, mas só deve chegar a 100% dos clientes no final de setembro
Nubank (NUBR33) tem prejuízo acima do esperado no 2º tri, e inadimplência continuou a se deteriorar; veja os destaques do balanço
Prejuízo líquido chegou a quase US$ 30 milhões, ante uma expectativa de US$ 10 milhões; inadimplência veio dentro do esperado, segundo o banco
Santander passa a oferecer serviços de alta renda para todos os clientes, mas não vai cobrar barato
Serviços do Select, segmento de alta renda do banco, estarão disponíveis mesmo para quem não se enquadrar nos critérios de renda e patrimônio mínimos, mediante pagamento de taxa
Banco do Brasil ‘vence’ Bradesco em rentabilidade e ações disparam 53% no ano — estatal ainda pagará R$ 2 bilhões em dividendos e analista alerta: BBAS3 supera Nubank (NUBR33)
Após resultados fortíssimos no segundo trimestre, as ações do Banco Brasil estão em disparada. Descubra se vale a pena comprar os papéis
Qualquer que seja o resultado da eleição, a equipe econômica vai restabelecer a âncora fiscal, diz CEO do BTG Pactual
Durante a Febraban Tech 2022, Roberto Sallouti, do BTG, tentou minimizar a polarização política e disse que “o Brasil é um só”
Banco do Brasil tem lucro de R$ 7,8 bilhões no 2T22 e cumpre promessa de se equiparar a bancos privados em rentabilidade
Lucro do Banco do Brasil aumentou 54,8% em relação ao mesmo período de 2021 e rentabilidade sobre o patrimônio líquido superou a do Bradesco
Nubank recebe autorização para operar como instituição financeira na Colômbia
Expansão na América Latina foi uma das promessas feitas pelo Nubank aos investidores que viraram sócios do banco digital no IPO em Nova York
Bolsonaro pediu para bancos baixarem juros do consignado. E ouviu ‘não’
Durante o Febraban Tech, Octavio de Lazari, do Bradesco, disse que conversa com o presidente Bolsonaro foi ‘tranquila’
Lucro do Itaú (ITUB4) aumenta 17% no segundo trimestre e banco anuncia pagamento de juros sobre capital próprio
O Itaú (ITUB4) também revisou para cima as projeções operacionais (guidance) para este ano
Dividendos: Santander (SANB11) anuncia pagamento bilionário de JCP e data de corte para os proventos é na próxima semana; veja como receber
Terá direito ao pagamento quem estiver na base acionária da companhia ao final do dia 12 deste mês.
Santander (SANB11) emenda programas e vai recomprar mais 37 milhões de ações; o que muda para os acionistas do banco?
Se os papéis forem cancelados, o acionista terá uma fatia maior da empresa, o que pode engordar a conta dos dividendos; veja outro cenário
Sai da frente! Nubank deve ultrapassar Santander em compras no cartão no segundo trimestre
Analistas do Goldman Sachs veem Nubank dobrando sua participação em transações com cartões no Brasil num intervalo inferior a dois anos
R$ 40 bilhões? Valor que os bancos perderam com o Pix é bem menor que o alegado por bolsonaristas
Bolsonaro e apoiadores atribuem assinatura de banqueiros em manifesto pela democracia à queda de receita dos bancos após o Pix