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Estadão Conteúdo

dados da crise

Concessões no crédito livre sobem 0,8% em julho, diz BC

Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos

Estadão Conteúdo
28 de agosto de 2020
11:12 - atualizado às 11:15
Imagem: Shutterstock

Em meio ao processo de reabertura da economia brasileira, na esteira da pandemia do novo coronavírus, as concessões dos bancos no crédito livre subiram 0,8% em julho ante junho, para R$ 287,7 bilhões, informou nesta sexta-feira, 28, o Banco Central (BC). No ano até julho, o avanço acumulado foi de 3,8% e, nos 12 meses até julho, de 9,2%.

Estes dados, agora apresentados pelo BC, não levam em conta ajustes sazonais. Os números são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas, em especial nos meses de março e abril.

Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos. O BC não divulga dados sobre o quanto a procura por crédito aumentou - mas apenas sobre o quanto foi concedido.

Em julho, no crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 6,2%, para R$ 150,9 bilhões. Em 12 meses até julho, há alta de 4,3%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões recuaram 4,5% em julho ante junho, para R$ 136,8 bilhões. Em 12 meses até julho, o avanço é de 14,7%.

A taxa média de juros no crédito livre caiu de 28,2% ao ano em junho para 27,3% ao ano em julho, informou o Banco Central. Em julho de 2019, essa taxa estava em 37,4% ao ano.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 41,4% para 39,9% ao ano de junho para julho, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 13,0% para 12,0% ao ano.

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Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 113,0% ao ano para 112,7% ao ano de junho para julho. No crédito pessoal, a taxa passou de 33,8% para 32,6% ao ano.

Desde julho de 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.

Em função da ineficácia da autorregulação da Febraban, o BC anunciou a limitação dos juros do cheque especial em 8% ao ano (151,82% ao ano). A nova regra começou a valer em 6 de janeiro deste ano.

Além da limitação do juro, os dados de hoje refletem uma revisão realizada na série histórica do BC. De acordo com a autarquia, os números passaram a considerar o fato de alguns bancos cobrarem juro no cheque especial apenas após dez dias de atraso no pagamento da fatura. Antes, era considerado todo o período de atraso. Esta mudança fez com que o nível do juro no cheque especial, na nova série histórica, fosse menor em anos anteriores.

Os dados agora divulgados pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 19,0% ao ano em junho para 18,9% em julho.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 19,5% ao ano em junho para 19,1% ao ano em julho. Em julho de 2019, estava em 24,7%.

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) caiu 0,4 ponto porcentual em julho ante junho, aos 18,3% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Inadimplência

Apesar das dificuldades de famílias e empresas para fechar as contas diante da pandemia do novo coronavírus, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos recuou e passou de 3,7% para 3,5% de junho para julho, informou nesta sexta-feira o BC. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 5,2% para 5,1% no período. No caso das empresas, a taxa passou de 2,0% para 1,8%.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) passou de 1,8% para 1,7% na passagem de junho para julho. Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência foi de 2,9% para 2,7%.

Spread

Em meio à pandemia, o spread em operações de crédito apresentou redução. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 23,7 pontos porcentuais em junho para 23,0 pontos porcentuais em julho.

O spread médio da pessoa física no crédito livre foi de 36,4 para 35,2 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 9,2 para 8,6 pontos porcentuais.

O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.

Em meio à carência de recursos na pandemia, famílias e empresas aumentaram a demanda por várias linhas de crédito nos bancos. Ao mesmo tempo, o risco de inadimplência nas operações aumentou - o que, em tese, serve de impulso ao spread.

O spread médio do crédito direcionado manteve-se em 4,4 em julho. Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 15,8 para 15,4 pontos porcentuais no período.

Saldo de crédito

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro caiu 0,7% em julho ante junho, para R$ 10,988 trilhões. O montante equivale a 153,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

No caso específico de famílias e empresas, o saldo do crédito ampliado recuou 0,6% em julho ante junho, para R$ 6,291trilhões. O montante equivale a 87,7% do PIB.

Já o saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas avançou apenas 0,1% em junho ante julho, somando R$ 388,542 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, a queda acumulada é de 4,1%.

O BNDES tem participado de iniciativas do governo federal para manter a oferta de crédito às empresas durante a pandemia. Em julho, houve queda de 3,8% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, alta de 0,2% no financiamento de investimentos e elevação de 1,6% no saldo de capital de giro.

Habitação

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 1,1% em julho ante junho, totalizando R$ 674,079 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses até julho, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 9,0%. Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física aumentou 0,6% em julho ante junho, para R$ 205,782 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 10,7%.

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 46,7% em junho, ante 46,6% em maio. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 27,3% em junho, mesmo patamar de maio.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Em função da metodologia utilizada, os números de endividamento sempre são divulgados com um mês de defasagem. Assim, os dados de hoje têm como referência o mês de junho, quando várias cidades do Brasil já haviam saído do isolamento social.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 21% em junho, ante 21,6% em maio. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 18,5% em maio, ante 18,9% em maio.

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