Câmbio tem reagido a questões fiscais, e pouco a juros, diz diretor do BC
“O câmbio tem reagido mais ao sabor da questão fiscal, e pouco a juros”, avaliou o diretor do BC, em evento organizado pelo banco Itaú.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, destacou nesta sexta-feira, 6, que a desvalorização do real em relação ao dólar em 2019 esteve relacionada com a queda na Selic, mas a partir deste ano passou a ser mais influenciada pela trajetória das contas públicas.
"A desvalorização do câmbio no ano passado foi relacionada a taxas de juros mais baixas. Vemos isso com fundamento e não como ruído. É um real um pouco mais desvalorizado, é isso. Mais recentemente, eu vejo a desvalorização mais como uma questão fiscal. O câmbio tem reagido mais ao sabor da questão fiscal, e pouco a juros", avaliou, em participação no evento Macro Vision 2020 organizado pelo banco Itaú.
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Para o diretor, o mercado poderia antecipar esses movimentos no câmbio, não fossem amarras que bancos e agentes ainda têm.
Kanczuk avaliou que uma expansão fiscal que tenha impacto na trajetória da dívida resulta em uma curva longa de juros mais altos e mais depreciação do real. "Além disso, uma expansão fiscal descontrolada gera mais inflação e menos atividade econômica", afirmou. "O mercado precifica, talvez com razão, probabilidade maior de evento ruim, de descontrole", completou.
Para o diretor, quando o BC colocou o forward guidance na comunicação do Comitê de Política Montetária (Copom) em agosto, todas as estimativas de inflação apontavam para um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bem abaixo da meta em 2020 e nos anos seguintes.
"Sempre tivemos visão de que o cenário básico era de inflação até baixa demais, mas o cenário alternativo de fiscal descontrolado leva a inflação mais alta. A decisão é feita com esse balanço, que mostra que não é para cair juros, está bom", explicou o diretor.
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Por isso, Kanczuk lembrou que o Copom considera que as condições do forward guidance seguem mantidas, sem desancoragem da inflação futura e com a manutenção do regime fiscal. "O estímulo monetário do conjunto de Selic em 2,00% e do forward guidance está ok para perseguir a inflação no horizonte relevante. A comunicação é que estou preocupado com fiscal e não vejo motivação para mais estímulo", acrescentou.
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