Bitcoin é uma boa para 2020? Criptomoeda terá redução de emissões e preço pode subir mais
Proximidade do halving impacta os preços e moeda deve continuar trajetória de expansão, ainda que com muita volatilidade; confira na última reportagem da série Onde Investir em 2020
Quem entrou 2019 com pelo menos uma parcela da carteira aplicada em criptoativos, especialmente em bitcoin (BTC), teve bons motivos para comemorar. Apesar de um início morno, a criptomoeda deu um gás, chegou a ultrapassar os US$ 13.000 e fechou o ano com uma valorização de 95,62% em reais. O bitcoin foi a melhor aplicação no ranking de 2019, bem diferente do retorno negativo que viveu um ano antes.
Entre os fatores que deram um empurrão para a subida do bitcoin estão o halving, ou melhor uma espécie de "esquenta" dele, já que esse evento ocorre mesmo neste ano. Na prática, ele é um evento que reduz pela metade a recompensa pela mineração do bitcoin, o que deve diminuir a emissão de moeda ao longo dos anos. O halving, portanto, é um fenômeno que segura a oferta de bitcoin, algo que tende a pressionar os preços.
A proximidade dele já vem impactando os preços, contribuindo para a alta da criptomoeda em 2019. Para este ano, a expectativa dos especialistas é de continuidade da trajetória de expansão, ainda que com muita volatilidade.
Halving, o evento do ano
Ao criar o bitcoin, Satoshi Nakamoto, estipulou que a recompensa pela mineração cairia pela metade a cada quatro anos para controlar o suprimento do ativo. Como a última vez que isso ocorreu foi em 2016, a próxima será neste ano e está prevista para ocorrer perto do dia 24 de maio.
Mesmo sem ter uma data completamente definida para acontecer, o halving deve ser o evento do ano para o mercado de criptomoedas. Quem diz isso é o analista-chefe da gestora Hashdex, David Lawant, que possui três fundos que investem em criptoativos e que são oferecidos em plataformas como BTG e Órama.
A expectativa mais alta não é à toa. Ele conta que o que se viu nos últimos dois halvings foi uma alta no preço do bitcoin logo após o evento. Mesmo assim, Lawant prefere ser mais ponderado.
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"A gente espera que a volatilidade no setor continue bastante alta em 2020 e que o bitcoin performe muito bem por conta do halving. Mas não há como ter certeza. Temos um mercado com pouco histórico e bastante diferente do que existia quando ocorreram os dois últimos - em 2012 e 2016. Houve uma grande evolução de lá pra cá", afirma o analista-chefe.
Outro que não esconde o otimismo com os impactos que o evento pode gerar no mercado é o gestor e sócio da BLP Asset Management, Axel Blikstad. A casa administra três fundos voltados para criptomoedas, sendo que um deles destinado ao investidor de varejo.
Segundo ele, o evento pode fazer com que os mineradores de bitcoin tenham muito menos moedas para vender neste ano. Logo, se a demanda se mantiver estável ou aumentar, a tendência é que haja uma alta da moeda acima da inflação global em 2020.
Um bitcoin mais "refinado"
Outro quesito que pode fomentar o avanço do bitcoin é o volume de inovações no mundo das criptomoedas. Há uma sequência de projetos em desenvolvimento para a aceitação do bitcoin como forma de pagamento, no que se chama de lightning network.
Na prática, ela funciona como um nova rede criada em cima do bitcoin. Segundo o analista-chefe da Hashdex, essa foi a maneira que a criptomoeda encontrou para aumentar a sua escalabilidade ao permitir micropagamentos do tipo peer-to-peer (P2P) com taxas menores e maior rapidez.
"O grande diferencial da lightning network é que as transações são feitas de forma muito mais rápida e com custo quase zero. Ela é a rede que está mais próxima do que o usuário normal do bitcoin usaria ao permitir pagamentos com criptomoeda, o que pode impulsionar grandes avanços para o uso do criptoativo", destaca Lawant.
Apesar das novidades, ainda é cedo para afirmar que impacto essa evolução na tecnologia pode ter no preço do ativo. Para o COO da corretora BitcoinTrade, Daniel Coquieri, o bitcoin costuma servir mais como uma "moeda de especulação" do que como um meio de pagamento, o que torna mais difícil que as mudanças afetem diretamente o preço do ativo.
"À medida em que o bitcoin ganhar acesso e atrair mais pessoas com foco em conhecer a tecnologia, aí sim as melhoras da lightning network podem impactar o preço do criptoativo", afirma Coquieri.
Mesmo assim, o COO da corretora vê uma boa oportunidade de compra do criptoativo porque acredita em chances de valorização no médio e longo prazos. Logo, o investidor que quiser surfar essa "onda", já deve pensar em se posicionar.
Entre os pontos que chamam a atenção de Coquieri estão as atualizações e melhorias do bitcoin, além de outros projetos que devem voltar a tomar corpo como a expectativa de lançamento de uma moeda digital pelo Facebook. A evolução tende a atrair mais capital para a criptomoeda, o que pressiona os preços no médio e longo prazos.
Outras criptomoedas e muitas mudanças
Mas não é só a rede criada em cima do bitcoin que está passando por mudanças. Outro criptoativo que está em fase de atualização é o ethereum, a segunda criptomoeda com maior capitalização de mercado atrás apenas do bitcoin.
Segundo Lawant da Hashdex, esse criptoativo tal qual conhecemos não vai existir daqui a alguns anos e as mudanças que estão sendo feitas vão melhorá-lo e muito. "É como se hoje tivéssemos a versão 1.0 do ethereum e agora vai ser criada a 2.0", disse o especialista.
Para ele, as atualizações vão fazer com que a criptomoeda consiga ser mais escalável ao melhorar o número de transações feitas em um menor espaço de tempo.
Além disso, as melhorias vão trazer uma grande inovação que pode levar a criptomoeda a outro patamar. Com as mudanças, será possível transacionar e ter gasto zero de energia, o que seria uma solução muito mais sustentável no médio e longo prazos para o criptoativo.
"Não há ainda como dizer que o ethereum vai se valorizar. Mas, se as coisas acontecerem do jeito que está previsto em termos de mudanças, vai ocorrer um upgrade [melhoria] no ativo e pode ser que isso impacto no preço da criptomoeda", pontuou Lawant.
Para ficar no radar
Além de ficar de olho nas possíveis apostas do mercado e no famoso halving, o investidor deve ficar atento a outros eventos importantes que ocorrem agora neste ano.
Um dos grandes temas que podem balançar o mercado em 2020 é a parceria entre a Bakkt, - que é a corretora de bitcoin da operadora de bolsas Intercontinental Exchange (ICE), controladora da bolsa de valores de Nova Iorque -, juntamente com a Microsoft e a rede de cafés, Starbucks.
Conforme informações divulgadas pelo próprio site da ICE, a empresa começou a testar um aplicativo voltado para consumidores em que será possível fazer o pagamento de cafés no Starbucks com criptomoedas.
Hoje, é possível fazer o pagamento apenas de forma indireta. Blikstad explica que é preciso comprar créditos com criptomoedas ou com o próprio cartão de crédito para adquirir os produtos. Tal transformação pode facilitar e fazer com que pagamentos sejam feitos apenas com criptoativos e torná-los mais acessíveis a população em geral.
Além desse projeto, Blikstad relembra que a Bakkt lançou um mercado de futuros apenas de criptomoedas e passou a atuar com opções, o que pode ajudar a aumentar o fluxo de capitais para o mercado.
Os problemas regulatórios
Outro ponto que pode movimentar o preço dos criptoativos neste ano é o lançamento da Libra, a moeda criada pelo Facebook.
Apesar do grande potencial que a iniciativa pode ter, o projeto ainda é visto como uma incógnita pelos gestores. Isso porque a sua criação esbarrou em uma série de restrições regulatórias e ainda deve enfrentar mais dificuldades para sair do papel nos Estados Unidos.
Por essa razão, Blikstad prefere ser cauteloso. O gestor diz que, se o criptoativo sair, ele poderá trazer um grande número de investidores, especialmente institucionais para o universo das criptomoedas. Porém, ele pondera que o caminho é longo.
E não é apenas a Libra que está passando por problemas em termos de regulação. Afinal, não é de hoje que há uma expectativa no mercado de que seja aprovado um ETF de bitcoin.
Algumas propostas já foram apresentadas para a SEC, - que funciona como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos -, mas até agora não há nenhum sinal de que alguma será aprovada.
Por conta das dificuldades de regulação, há quem diga até mesmo que o projeto do ETF pode ser aprovado apenas em 2021, quando houver trocas na gestão do órgão regulador.
Mas, se o ETF de fato vier, a expectativa é alta. Segundo os especialistas, ele poderá levar o mercado a outro patamar com a entrada de investidores institucionais de peso e grande fluxo de capitais.
Não é à toa que governos e até mesmo um banco central bastante influente estão de olho nas criptomoedas. Mesmo sem citar datas, tanto o governo chinês quanto o Banco Central Europeu anunciaram recentemente que pretendem lançar as suas moedas digitais.
As apostas da vez
E em um ano movimentado para os criptoativos, o bitcoin e o ethereum não são os únicos que podem se beneficiar e chamar a atenção. Entre as apostas de alguns especialistas estão criptomoedas como maker (MKR) e tezos (XTZ).
Na opinião de Blikstad, o grande diferencial da rede maker e que pode fazer com que ela aumente ainda mais é que ela oferece acesso a sistemas de empréstimos descentralizados sem intermediários.
Na prática, ela funciona como um protocolo em que é possível tomar crédito com diferentes ativos criptografados. Por exemplo, você pode depositar uma quantidade de ether (criptoativo da plataforma da Ethereum) e receber um DAI, uma criptomoeda estável e que possui paridade com o dólar. Ou seja, 1 DAI igual a US$ 1.
Além da possibilidade de adquirir empréstimos com maior facilidade, Blikstad destaca que um dos aspectos interessantes da maker é que ela começou aceitando apenas ether, mas recentemente avisou que vai aceitar outras garantias. Tudo isso pode ajudar a transformar o mercado de crédito.
"No futuro, vejo que esse tipo de empréstimo pode ser usado com ações e outros ativos. Não apenas com criptomoedas. É apenas o começo para que as pessoas consigam tomar um empréstimo colateralizado sem ter que ligar para um banco ou outro intermediador", afirma o gestor.
Outra criptomoeda que também está no radar do especialista é a tezos. Segundo Blikstad, ela funciona como um novo blockchain - que registra todas as transações - e que vem para competir com grandes como ethereum.
Na prática, ele oferece aos detentores da moeda a possibilidade de participar ativamente das decisões, ou seja, os investidores conseguem votar nas melhorias que acham necessárias para que a tecnologia usada fique ainda melhor. Com isso, o gestor destaca que há um alinhamento de interesses mais fortes entre os "donos" do criptoativo.
Essa também é uma das apostas de Daniel Coquieri, COO da BitcoinTrade. Segundo ele, outro diferencial é que a criptomoeda oferece um sistema de rendimentos a quem a detém, que é de 5,5% ao ano.
Invista com cuidado
A expectativa dos gestores para este ano é positiva e se você aceitar correr riscos, comprar bitcoin pode ser uma oportunidade para buscar uma valorização mais expressiva.
Mas se você for entrar nesse mercado prepare seu coração. Questões regulatórias podem levar a grandes oscilações ao longo do ano no bitcoin e nas demais criptomoedas.
E não se empolgue. Aplique uma quantidade pequena do seu patrimônio em criptoativos, algo como, no máximo 3% da sua carteira. Lembre-se que esse mercado é volátil e pouco correlacionado com os demais ativos tradicionais. É aquele dinheiro que você está disposto a perder, mas coloca num ativo para "correr o risco de ganhar".
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