O pânico com a ameaça ao ajuste fiscal pode virar oportunidade na renda fixa
Apesar da perda de atratividade do Tesouro Selic, outros títulos públicos voltaram a ganhar destaque nos últimos dias com a queda do veto de reajuste aos servidores e rumores sobre uma possível saída de Paulo Guedes

Na semana passada, falamos sobre como a taxa básica de juros no patamar de 2% ao ano vinha diminuindo cada vez mais a atratividade de investimentos na poupança e em títulos do Tesouro atrelados à Selic.
Mas como diz aquela frase famosa: nada é tão constante quanto a mudança.
Apesar da perda de atratividade do Tesouro Selic, outros títulos públicos voltaram a ganhar destaque nos últimos dias com a queda do veto de reajuste aos servidores e rumores sobre uma possível saída de Paulo Guedes do governo.
Afinal, por que isso aconteceu?
Finanças pessoais
Por mais que você seja extremamente disciplinado com as suas finanças, vira e mexe aparece aquela tentação querendo tirar você da linha, não é mesmo?
Pode ser um carro novo, um celular com aquela câmera que promete transformar os seus cliques em verdadeiros ensaios fotográficos ou aquele tênis que está na moda hoje, mas que você sabe que ficará encostado no fundo do armário quando chegar a moda do mês que vem.
Leia Também
Você até pode gastar uma grana que esteja sobrando de vez em quando.
Mas ficar comprando sem parar, sem planejamento, só para satisfazer os seus anseios consumistas de curto prazo vai comprometer seriamente a sua capacidade de arcar com compromissos futuros e alguns imprevistos que possam surgir, como gastos médicos, por exemplo.
Lembre-se: cuidar das suas finanças hoje é a melhor forma de garantir a capacidade de pagar as contas de amanhã.
Mas o que as suas finanças pessoais têm a ver com o cenário político-econômico atual?
Teto de vidro
Depois da saída de Salim Mattar e Paulo Uebel na semana passada, respectivos secretários da privatização e da desburocratização do governo, o mercado passou a questionar com maior preocupação a permanência do próprio Paulo Guedes no posto de ministro da Economia – o que inclusive ajudou a trazer o índice para baixo dos 100 mil pontos nesta semana.
Mas por que isso é tão importante para o mercado?
Por causa da pandemia, o governo está gastando tudo o que pode com auxílios para amenizar a perda de parte da renda da população mais vulnerável.
Até aí, tudo bem. O país não pode simplesmente esquecer dos que mais precisam.
O problema é que, depois de ver que a ajuda impactou positivamente a sua popularidade, o governo agora está querendo gastar também o que não pode, o que vai comprometer seriamente a capacidade de o país arcar com os compromissos futuros.
Assim como acontece nas finanças pessoais, gastar demais hoje significa comprometer a capacidade de investimentos futuros em infraestrutura, educação, saúde...
Mais importante ainda do ponto de vista dos investidores: gastar demais hoje compromete a capacidade do país pagar suas dívidas no futuro – incluem-se aqui os títulos do Tesouro.
Caso não saiba, se você comprou um título de dívida do governo e se o país não tiver dinheiro para te pagar no futuro, seu investimento irá por água abaixo.
E como Paulo Guedes é visto pelo mercado como a figura mais importante no combate aos gastos excessivos em Brasília, a possibilidade de ele deixar o posto trouxe um mal-estar compreensível.
Janela de oportunidade
Mas esta não é uma coluna política e eu prefiro deixar os assuntos de Brasília com o pessoal da Arko que é quem realmente entende do assunto.
O que interessa pra gente é que dá para ganhar dinheiro com essa confusão.
Assim como dissemos no início do texto, apesar do título Selic (pós-fixado) oferecer oportunidades de ganho pequenas neste momento em que os juros básicos estão em 2%, isso não quer dizer que não dá para ganhar um bom dinheiro com outros títulos de renda fixa.
Por exemplo, você sabia que do final de março até o início de agosto, enquanto o Tesouro Selic se valorizou apenas 1%, o Tesouro Prefixado 2026 rendeu 20% aos seus detentores?

Pois é! Isso é uma boa prova de que a renda fixa não está morta, mas é preciso saber como jogar esse jogo de juros baixos.
A boa notícia de toda essa confusão envolvendo a possível saída de Paulo Guedes e o reajuste dos servidores é que os investidores "panicaram" e fizeram alguns títulos do Tesouro voltarem para patamares de preços com chances de ganhos excelentes – especialmente aqueles com prazo de vencimento maior, que foram os mais afetados pelo estresse.
Os assinantes do High Yield estão aproveitando essa janela única de oportunidade para investir em uma carteira de títulos que o Luiz Rogé gosta de chamar de Renda Programada, com grande potencial de valorização.
E se você acha que renda fixa se restringe apenas a títulos do Tesouro, saiba que o High Yield também traz sugestões de investimento em Letras de Crédito (LCI e LCA), debêntures, CDBs, além de um ETF para comprar agora mesmo.
Caso queira conhecer a série, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a próxima!
Bolsonaro diz que governo trabalha com alternativas para financiar Auxílio Brasil
O Ministério da Cidadania já confirmou que o reajuste no Bolsa Família será apenas para R$ 240 em novembro e o governo conta com a aprovação da PEC dos precatórios para fazer um pagamento maior a partir de dezembro.
Furo no teto e Guedes na corda bamba elevam apostas para os próximos passos da Selic; contratos de DI atingem oscilação máxima
Hoje os olhos do mercado se voltam para o próprio Guedes, com temores de que o ministro seja o próximo a pular fora do barco. A curva de juros reage
Com lambança fiscal do Auxílio Brasil, taxa dos títulos do Tesouro Direto já rende quase 1% ao mês
Quem investir hoje no título do Tesouro Direto prefixado com vencimento em 2031 leva para casa um retorno de 12,10% ao ano, o equivalente a 0,9563% ao mês
Cuidado fiscal: Presidente da Câmara quer PEC dos Precatórios dentro do teto de gastos
Arthur Lira (PP-AL) afirma que vai conversar com o STF para que a corte faça a intermediação com o governo para encontrar uma solução
AGORA: Ibovespa futuro abre em queda de mais de 1% enquanto dólar avança hoje
Os bons dias da bolsa brasileira parecem ter ficado para trás e o clima da eleição de 2022 tomou conta das decisões do Congresso
Pré-mercado: Ata do Fed repercute nas bolsas e Ibovespa deve cair hoje com risco fiscal e aumento da cautela no radar
Os bons dias da bolsa brasileira parecem ter ficado para trás e o clima da eleição de 2022 tomou conta das decisões do Congresso
AGORA: Ibovespa futuro opera em alta, mesmo com risco fiscal e exterior em compasso de espera antes da ata do Fed; dólar avança hoje
A tensão política também aumenta em Brasília e a reforma do Imposto de Renda segue sem um acordo entre os entes da federação
Pré-mercado: Risco fiscal pressiona bolsa brasileira, que deve digerir Brasília em dia de cautela antes da Ata do Fed
As reuniões dos Poderes e de representantes do Banco Central devem movimentar os negócios hoje
Pré-mercado: sem maiores indicadores no exterior, bolsa deve sentir risco fiscal e prévia do PIB (IBC-Br) hoje
Além disso, o Ipea deve divulgar a inflação por faixa de renda ainda hoje e os balanços após o fechamento e antes da abertura também devem movimentar os negócios
As rainhas do curto prazo: a variante delta e o quadro fiscal brasileiro
Como a vida de Maria Stuart pode nos ensinar sobre as diferenças entre os ruídos do momento e a consistência necessária no longo prazo
Queda de Vale e Petrobras pressiona, mas Ibovespa e dólar se agarram ao menor sinal de respeito ao teto de gastos
Além disso, o medo da variante delta do coronavírus segue pressionando os mercados e as commodities de energia e infraestrutura
Risco fiscal e cautela pré-Copom pesam e o Ibovespa recua 1%; Petrobras tem forte queda antes do balanço
A temporada de balanços segue a todo vapor, mas o Ibovespa também fica de olho nos atritos políticos em Brasília e nas contas públicas
Luz no fim do túnel: superávit primário está mais próximo do que o mercado imagina
Mesmo com tentativa de furar o teto de gastos, orçamento fictício e novos gastos extraordinários, o país pode ter superávit de 0,4% do PIB em 2023
Bolsonaro, sobre auxílio: nossa capacidade de endividamento está no limite
Além de justificar as decisões sobre os valores do programa social, presidente criticou Lula e descartou intervenção sobre os preços da carne
Após diversas polêmicas, Guedes demite secretário da Fazenda, dizem sites
Waldery Rodrigues foi duramente criticado pela forma com que conduziu o processo de aprovação do Orçamento de 2021
Marcos Pontes classifica corte de orçamento como “estrago” para pesquisas
Presidente Jair Bolsonaro vetou R$ 200 milhões que seriam usados no desenvolvimento da vacina contra covid-19 “100% brasileira”
Máquina pública pode parar após cortes orçamentários, avalia IFI do Senado
Em nota técnica, a instituição afirma que o risco de shutdown é elevado e que a composição do corte poderá levar a prejuízo de políticas públicas essenciais
Governo e Congresso fecham acordo, mantêm emendas e deixam R$ 125 bi fora do teto
Governo cedeu à pressão e deve preservar R$ 16,5 bilhões em emendas dentro do Orçamento a partir de cortes em custeio e investimento
Selic maior pode elevar dívida do Brasil em R$ 100 bilhões
Tesouro pode optar por mudanças na estratégia de emissões de papéis para suavizar o impacto nos próximos meses, diz economista
Por lei apoiada por Michelle, Bolsonaro dribla Economia
Cálculos do governo apontam o risco de aumento na despesa com o BPC em R$ 5 bilhões com lei que declara a visão monocular como deficiência