Ivan Sant’Anna está confinado, mas dá o recado: ‘a Bolsa não volta tão cedo nos 119 mil pontos’
Volta e meia falo que, em meus mais de 60 anos de mercado, vi de tudo. Pois bem, exagerei. Esta pandemia pegou todo mundo de surpresa. Nunca testemunhei algo parecido.
					Na última quarta-feira, 11 de março, desembarquei no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, procedente de Londres, após uma viagem de 20 dias por diversos países da Europa. Tossia e espirrava muito.
- Ivan Sant'Anna, que está de volta ao Brasil após semanas na Europa, se diz surpreso pelo efeito do Coronavírus. Mas, ele não se deixa abater e garante que pode ser hora de comprar. Leia abaixo a fabulosa crônica desse grande mestre do mercado. E, para acessar as melhores 30 ideias da carreira do Ivan, clique aqui.
 
Em casa, constatei que minha temperatura começou a subir bastante: 37,1, 37,2... 37,9 graus. Chamei então um médico, que fez um pedido de teste de coronavírus. O laboratório veio aqui e colheu o material.
Acontece que o resultado só sai na próxima quinta-feira (19). Até lá, ficarei confinado em meu apartamento.
Nos últimos dias, perdi nove quilos. Simplesmente não consigo engolir nada, nem mesmo uma xícara de chá.
Se realmente estiver com o vírus, acho que desenvolvi uma forma branda da doença. Pois não tenho nenhuma dificuldade respiratória. Segundo o médico, meus pulmões estão limpinhos.
Por puro palpite, e sem nenhuma base científica, acho que tenho 50% de probabilidade de ter desenvolvido esta nova versão do corona.
Leia Também
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Já estou bem velhinho (faço 80 anos daqui a dois meses) e passei por diversas áreas de risco, inclusive Barcelona, onde estive por três dias e três noites.
Não podemos desconsiderar que a Catalunha é atualmente o epicentro da doença na Europa.
Acho melhor estar logo com o coronavírus duma vez. Quando ele chegar para valer no Brasil, e isso acontecerá em algumas semanas, faltarão kits de laboratório, remédios e leitos em CTIs de hospitais.
Volta e meia falo que, em meus mais de 60 anos de mercado, vi de tudo. Pois bem, exagerei. Esta pandemia pegou todo mundo de surpresa. Nunca testemunhei algo parecido.
Na gripe espanhola, ao final da Primeira Guerra Mundial, e que foi infinitamente pior que esta, eu ainda não tinha nascido.
As demais foram café pequeno perto do coronavírus.
Tenho aconselhado aos caros amigos leitores que perguntam se não está na “hora de voltar a comprar ações” que isso deve ser feito muito lenta e seletivamente.
Só que isso será uma atitude de bargain hunters (caçadores de barganhas) ou bottom pickers (prospectores de mínimas), de gente que quer comprar papéis baratos, muito baratos, cujos preços já tenham embutido tudo de ruim que aconteceu.
Sinto lhe informar: as empresas vão perder muito dinheiro, o desemprego voltará a crescer e pouquíssimos negócios resistem a uma economia paralisada.
Quem acha que a máxima de todos os tempos do Ibovespa, 119.527 pontos, alcançada no dia 23 de janeiro de 2020, voltará a acontecer este ano, pode tirar o cavalo da chuva.
Tão cedo a Bolsa não volta lá.
Quando o processo de recuperação for iniciado, cada patamar do índice será o patamar de alguém que comprou ações apenas para fugir dos fundos de “perda fixa” e levou uma fubecada.
Os caras, ou as caras, vão se sentir extremamente aliviados quando recuperarem seu preju e pularão fora imediatamente.
De uma coisa, todo mundo tem certeza: o cenário mudou. Isso não necessariamente significa perda para os que entrarem agora.
Chegou o momento de separar os meninos dos homens.
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos