Quem está tirando a sua liberdade?
O conceito de liberdade é muito caro para mim. E no mundo dos investimentos, o direito de ir e vir tem um nome: portabilidade de ativos
“Daqui a algumas centenas de anos, quando a história do nosso tempo for escrita de um ponto de vista de longo prazo, é provável que, para os historiadores, o acontecimento mais transformador não seja a tecnologia, a internet nem o comércio eletrônico. Será a mudança sem precedentes da condição humana. Pela primeira vez um número substancial e crescente de pessoas tem opção. E a sociedade está totalmente despreparada para lidar com isso.”
Esse diagnóstico se aplicaria muito bem aos dias de hoje, mas foi escrito há 20 anos. O autor é Peter Drucker, considerado o pai da gestão moderna. Eu poderia dizer que encontrei esse parágrafo em um paper técnico da área, mas, como já temos alguma intimidade, posso confessar: foi em um livro de autoajuda mesmo — que atire a primeira pedra quem não recorreu a meios heterodoxos na missão de manter a sanidade ao longo dos 374 meses de 2020.
O livro “O Essencialismo” fala sobre o desafio de lidar com a sobrecarga de opções da vida moderna. O antídoto: ater-se ao essencial e dizer “não” para todo o resto. O método seria bem resumido em uma frase, que grifei repetidas vezes (e que promovi posteriormente a lema de vida): “Só é realmente livre aquele que sabe estabelecer limites”.
O conceito de liberdade é muito caro para mim, em todas as esferas. E no mundo dos investimentos, o direito de ir e vir tem um nome: portabilidade de ativos. Ou, para ser mais técnica, transferência de custódia.
Você sabia que é possível fazer portabilidade entre fundos, assim como você faz com sua operadora de celular? Se invisto no “fundo A” na XP, tenho a liberdade de continuar investindo no mesmo produto por meio de outra corretora que julgue mais vantajosa (por exemplo: ofereça benefícios, cashback, serviço melhor). Não é necessário enfrentar gerente ou assessor, pedir saque dos recursos, esperar o prazo de carência, tampouco arcar com eventuais custos tributários.
Mas tem uma regra: é preciso que a transferência entre corretoras tenha como objeto o mesmo fundo, com o mesmo CNPJ, nas duas instituições.
Leia Também
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Falei recentemente neste espaço sobre a corrida da XP para promover a criação de fundos espelhos, um “novo” veículo que replica a estratégia do fundo original, mas, veja você: sob outro CNPJ. Aí está o detalhe que impossibilita a portabilidade, caso queira, no futuro, fazer a migração para outra distribuidora. Em outras palavras, restringe a liberdade do investidor.
E por que lembrei dessa história? Porque neste mês alguns assinantes do Melhores Fundos de Investimento relataram que tentaram fazer a portabilidade de um fundo da Occam e, no meio do processo, a transição foi barrada. Como no fim de novembro tivemos a incidência do come-cotas (aquela antecipação semestral da cobrança de IR nos fundos), o processo de migração levou mais alguns dias do que o normal. Nesse meio-tempo, surgiu o tal fundo espelho exclusivo.
Sim, a criação desses veículos espelhos precisa ser previamente proposta aos cotistas e aprovada em assembleia (sob o nome técnico “cisão de fundo”), mas sabemos que, na prática, dificilmente os investidores irão se mobilizar para comparecer à reunião e exercer o direito de ir contra a tal cisão, sobretudo em tempos de pandemia.
Mas não podemos nos conformar com essa prática que limita a liberdade do investidor, que tem em suas mãos cada vez melhores opções, com benefícios como o cashback. E nós aqui da série Os Melhores Fundos de Investimento não pretendemos nos calar quando isso acontecer. Voltando ao início deste texto, quando deixamos de nos posicionar e falar “não”, alguém estará fazendo uma escolha por nós. E repito a frase de que tanto gostei: só é realmente livre aquele que sabe estabelecer limites.
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional