A falida ‘Regra do 72’, usada para estimar quanto tempo levará para um investimento dobrar
Esta fórmula não é realista porque ela se baseia em suposições de que a economia estará sempre crescendo. É importante que você aprenda como pode aumentar seu patrimônio em momentos de vacas gordas e também de vacas magras.
Se você colocar seu dinheiro nos lugares certos, ele pode crescer substancialmente ao longo do tempo, graças ao poder dos juros compostos. Ele pode até dobrar sem você ter que fazer nada.
Economistas têm uma fórmula chamada a "Regra do 72". Ela pode te dizer quanto tempo vai levar, não apenas para o dinheiro que você está economizando dobrar, mas também para os preços dobrarem — um guia valioso para avaliar o possível impacto da inflação nos seus investimentos.
É assim que a regra funciona: para descobrir quantos anos vai levar para um investimento dobrar, divida 72 pela taxa de retorno que você está recebendo. Vamos considerar por exemplo que você tenha US$ 500 rendendo a uma taxa de juros de 6%. Seu dinheiro vai dobrar para US$ 1.000 em 12 anos porque 72 dividido por 6 é igual a 12. Para calcular aproximadamente quanto tempo vai levar para os preços dobrarem, divida 72 pela taxa anual da inflação. Digamos que a inflação atual seja de 3% por ano. Então os preços vão dobrar em 24 anos, porque 72 dividido por 3 é igual a 24.
Eu odeio ter que dizer isso para vocês, mas esta fórmula não é realista porque ela se baseia em suposições de que a economia estará sempre crescendo.
É importante que você aprenda como pode aumentar seu patrimônio em momentos de vacas gordas e também de vacas magras. Em momentos de baixa e de alta do mercado. O seu dinheiro pode dobrar muito mais rapidamente do que em 12 anos porque você estará ganhando uma taxa bem mais de alta de retorno do que 6% ao ano. Assim, você estará batendo a inflação por uma margem significativamente maior.
Leia Também
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Informação é poder
Está na hora, porém, de te revelar um segredo. Uma economia em depressão é uma depressão emocional. As pessoas perdem dinheiro e ficam deprimidas. Mas se você está armado com conhecimento financeiro, você amplia suas chances de sobreviver à depressão. Pode até ganhar dinheiro nesses períodos.
Aqui está o segredo: investidores sofisticados ganham mais dinheiro nos momentos de crise. Eles mantêm suas emoções sob controle e entram no mercado quando todos os demais estão em pânico, saindo. O investidor inteligente financeiramente compra quando os outros estão vendendo. Ele enxerga grandes oportunidades, não com seus olhos, mas com sua mente.
Felizmente para você, estamos agora na Era da Informação. Pela primeira vez na história, a regra 90/10 (10% dos investidores ganhando 90% do dinheiro) não precisa ser aplicada. A informação não é restrita como a terra e os recursos eram na era dos senhores feudais ou dos barões ladrões. Hoje é possível que mais e mais pessoas tenham acesso ao mundo da riqueza por meio da informação. Isso porque informação é poder. Você quer ser uma dessas pessoas informadas? Mais importante, você quer colocar o seu conhecimento para trabalhar? Então tenha paciência e continue lendo. Ainda há muito a aprender sobre contabilidade, impostos e investimentos.
Ganhe dinheiro seja qual for a direção do mercado
A maioria dos investidores profissionais sabem que no mundo real os mercados se movimentam basicamente em três direções:
- Para cima, o chamado "bull market";
- Para baixo, o chamado "bear market";
- Para o lado, o chamado "channeling market".
Como o mercado se movimenta em três direções diferentes e a maioria dos portfólios possuem investimentos que têm bom desempenho apenas com o mercado em alta, isso significa que a maioria dos portfólios dos investidores médios apenas vão se sair bem em uma das três direções do mercado.
Meu pai rico um dia me disse: "A maioria de nós já ouviu falar da roleta russa. É quando uma pessoa coloca uma bala em um revólver de seis tiros. Aí gira o cilindro, aponta o revólver para a cabeça e puxa o gatilho, torcendo para que o cilindro não tenha parado justamente no lugar onde a única bala foi colocada, ou seja, para que tenha parado em um dos cinco lugares que estão vazios. Em outras palavras, as chances são de 5 contra 1 a seu favor. Com a maioria dos fundos de previdência tendo aplicado seus recursos em fundos mútuos, a pessoa está girando o cilindro de um revólver de apenas três tiros e carregado com duas balas." Em outras palavras, as suas chances de perder são duas em três. Veja que risco!
Praticamente todo planejador financeiro vai te dizer que você deve diversificar para estar financeiramente seguro. Com isso, eles querem dizer investir em ações, títulos e fundos mútuos. Infelizmente, isso não é diversificação de verdade. Ao contrário, é diversificação dentro de uma mesma classe de ativos, ativos de papel — a classe com a qual os bancos ganham mais dinheiro por meio de taxas. Outras classes de ativos são virtualmente ignoradas, como mercado imobiliário, commodities e negócios.
Diversificação verdadeira?
A verdade é que esse tipo de diversificação não vai necessariamente proteger você de um sistema falho com risco de queda ilimitado e potencial de alta limitado. Isso significa que seu plano de previdência pode não acumular o dinheiro que você vai precisar para viver quando se aposentar se as coisas não andarem como planejado.
Embora seja verdade que o mercado se recuperou e voltou aos trilhos após a crise da bolsa de 1929, o fato é que o mercado enfrentou um período de baixa por quase 25 anos. Apesar de isso poder ser considerado um período curto quando olhamos do ponto de vista histórico, lembre-se que, quando o mercado despencou entre 1929 e 1932, ele destruiu cerca de 80% da maioria dos portfólios das pessoas. Perder 80% de tudo que você conseguiu acumular ao longo da sua vida toda pode fazer esse breve período de tempo se tornar uma eternidade. Por isso, mesmo se a média dos números afirmarem que os mercados tendem a subir, viver ao longo de mercados sucessivamente em queda e olhar seu portfólio lentamente encolher deve provocar algumas noites de insônia, mesmo sabendo que os mercados uma hora vão subir de novo — como a maioria das pessoas assumem.
Quando tudo no que você investiu está ainda no papel, está baseado na mesma economia frágil e no mesmo modelo de investimento. Quando o mercado de ações cai, ele cai em todo lugar, não apenas em alguns mercados. Se você investiu na Microsoft ou no McDonald’s não faz nenhuma diferença se o mercado despenca e tudo cai. Investir amplamente em diferentes fundos mútuos espalha o risco ao seu redor ainda mais. E o risco é o mesmo e o impacto será o mesmo quando tudo estiver indo para baixo.
A verdadeira diversificação é investir em diferentes classes de ativos, não em diferentes classes de ações. Se eu investi em apartamentos, casas e condomínios, meu portfólio parece diversificado, mas os ativos são todos do mercado imobiliário. Então eu invisto em ativos do mercado imobiliário, ativos em commodities como ouro e prata, ativos em negócios como as minhas empresas e, sim, tenho também alguns ativos em papel.
Agora eu quero reafirmar que o conselho de "investir no longo prazo, ser paciente e diversificar" é sólido para os que têm pouca educação financeira e pouca experiência financeira. O ponto que eu quero reforçar é a ideia de que você como indivíduo possui três opções básicas:
- Não fazer nada;
- Seguir o mesmo velho conselho de planejamento financeiro para diversificar; ou
- Se educar financeiramente.
A escolha é sua. Obviamente, eu recomendo a educação financeira de longo prazo. Hoje, muitas outras pessoas endossam esse coro.
Abraço
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.