Quantas empresas estrangeiras você tem na sua carteira?
Se nenhuma, você está errado.
Existe uma tendência universal ao home bias, ou seja, o viés que os investidores têm de investirem nos seus próprios países. No Brasil, porém, ele é extremo.
Um pouco porque no passado era muito difícil para nós acessar mercados estrangeiros. E também porque até ontem o brasileiro investia pouco mesmo no mercado financeiro local -- estamos começando nesse jogo, e é natural que o investidor dê um passo de cada vez.
Racionalmente, porém, não faz sentido investir em apenas um país. Você não aumenta o seu potencial de ganho, a não ser que você acredite que o Brasil vai ter um desempenho melhor do que todas as outras nações do mundo nos próximos anos.
Por outro lado, ao não diversificar geograficamente, você se expõe demais a qualquer turbulência econômica ou política que venha a prejudicar a Bolsa brasileira.
Há algumas ações queridinhas dos investidores pessoa física no Brasil, como Oi ou Cogna. Nada contra elas. Mas não faz sentido deixar de fora do seu cardápio marcas como Google, Amazon ou Disney, que hoje em dia podem ser compradas na Bolsa brasileira por meio dos BDR, recibos de ações estrangeiras negociadas aqui, na prática uma forma de comprar essas ações numa corretora local.
Eu queria chamar a sua atenção para um BDR específico: Netflix.
A empresa tem um modelo de gestão muito diferente, detalhado no livro “A Regra é Não Ter Regras”, recém-publicado pela Intrínseca.
A Netflix dá extrema autonomia a seus funcionários, inclusive para a definição dos filmes, séries e programas a serem exibidos ou até mesmo produzidos pela própria empresa. Isso tem rendido a produção de grandes sucessos, como as séries Stranger Things ou House of Cards.
O modo de gestão da empresa tem se espalhado pelo Vale do Silício e além, influenciando até a nossa própria Empiricus. Para comprar, basta procurar pelo ticker NFLX34 no seu home broker.
Tenha em mente que isso aumenta sua exposição ao dólar, o que pode ser bom, já que protege você de eventuais desvalorizações ainda maiores do real, ou ruim, se o real começar a se valorizar.
Como ninguém pode saber o que o futuro nos reserva, vale sempre buscar um equilíbrio -- como provavelmente sua carteira tem muito mais ativos em real do que em dólar, aumentar a exposição a ações estrangeiras ajuda a encontrá-lo.
Nós falamos mais sobre Netflix e seu jeito de gerir no episódio #10 do nosso podcast Empiricus Puro Malte. Ouve a gente lá.