O maior investidor brasileiro, meio que por consenso, se chama Luis Stuhlberger, gestor do Verde.
Qual o seu segredo?
“Acho que meu negócio dá certo porque sou o gestor mais covarde que existe. Morro de medo de perder o dinheiro dos outros. E o meu também”, disse ele para a revista Piauí há alguns anos. “O único instinto que uso é o da sobrevivência, que está no meu DNA judaico”, brincou.

Mas talvez você não esteja satisfeito com um mero brasileiro. Então vamos ouvir o maior de todos, Warren Buffett.
“Investir tem duas regras”, disse ele. “A regra número 1 é evitar perder dinheiro. A regra número 2 é não esquecer a número 1.”
Isso implica comprar boas ações e segurá-las, ter parte da carteira em títulos de renda fixa de baixa volatilidade, ter proteções como dólar ou ouro na carteira.
Colocar seu patrimônio ou fatia significativa dele em day trade ou derivativos da moda é loucura. Isso pode fazer seu dinheiro virar pó muito rápido. Sua família vai sofrer. Os bancos e grandes investidores institucionais vão ganhar dinheiro em cima de você.
A queda radical dos juros faz com que o investidor fique mais propenso a tomar risco. Mas a ganância não pode falar mais alto do que a responsabilidade. É possível ganhar dinheiro com um pouco mais de paciência e sem se expor à ruína. Todo grande investidor é antes de tudo um grande gestor de riscos.
Nós temos um podcast chamado Empiricus Puro Malte que você pode ouvir neste link. No último episódio, eu perguntei para o Felipe Miranda, estrategista-chefe da casa, qual a opinião dele sobre essa questão.
A resposta é bastante sensata: “Você tem que ter medo. O excesso de confiança é muito perigoso. O Bobby Axelrod fala isso em um episódio do Billions: ‘eu sinto o gosto do medo na garganta, eu não quero ficar pobre’. Claro que haverá umas poucas oportunidades na vida que você precisa aproveitar, que vão exigir coragem. Mas a regra é a coragem ponderada pelo medo.”
A coragem é muito bonita quando envolve zelar por alguém ou uma instituição que amamos. O sujeito que se joga na frente do carro para salvar o filho. O aviador britânico que entra uma missão suicida para conter o exército nazista.
A ganância definitivamente não se enquadra nessa lista de motivações nobres.