Volto ao assunto das mulheres investidoras. Uma ouvinte do podcast Empiricus Puro Malte mandou o seguinte email após discutirmos, no episódio 10, por que os homens investem mais na Bolsa que as mulheres:
“O homem se divorcia e vira um gurizão, troca de carro, compra roupas novas, vira noite na balada, mulherada etc. Ele só vai aparentar ser um mendigo na frente do juiz para pagar uma pensão miserável aos filhos. Isso porque, descabidamente, acha que a pensão vai sustentar a ex-mulher. Mas a vida pessoal e profissional dele seguem adiante. Às vezes, até melhoram, já que ele vai ter mais tempo para se dedicar à outras coisas.
Agora vejamos pelo lado da mulher. De repente, você se vê sozinha e com um ou mais filhos para criar. Além da culpa que nasce junto com a maternidade, a mulher é muitas vezes culpada pelo divórcio pela própria família e até mesmo pelos filhos. Se decide sair uma vez à noite para a balada e tomar uma bebidinha para esquecer um pouco dos problemas, é vista como uma “sem noção”. As tarefas são muitas: domésticas, de trabalho e relacionada à educação dos filhos (sim, a professora, pedagoga e a psicóloga vão falar com a mãe que o filho não vai bem no colégio ou que mordeu o colega). Além disso, vai ter que dar conta de sobreviver, com a diferença salarial gritante que existe entre homens e mulheres. Bem ou mal, antes teria o salário do marido, agora não tem mais. Muitas vezes, a mulher tem que voltar para a casa dos pais…
Como pensar em investir em uma situação como essa?”
Claro que não são todos os casos, como a própria ouvinte diz. Mas é inegável que a situação das mulheres após um divórcio tende a ser mais difícil do que a dos homens.
O que fazer para mudar isso? “Mudar de emprego, colocar a mãe no asilo, internar as crianças na Febem”, como escreveu certa vez Drauzio Varella? Não sei se vai resolver.
A gente fala sobre o assunto no Puro Malte #11. Escuta lá: