Consórcio: é investimento ou não é?
Na carta de vendas do produto, o banco te diz que consórcio não paga juros e é uma boa estratégia para quem deseja guardar dinheiro. Será mesmo?
Olá, seja bem-vindo ao nosso papo de domingo sobre Aposentadoria FIRE® (Financial Independence, Retire Early).
Há três domingos venho destrinchando para os leitores do Seu Dinheiro alguns produtos financeiros sobre os quais muita gente se pergunta: é investimento ou não é?
No primeiro texto desta série, falei sobre o Seguro de Vida. Depois sobre a Previdência Privada e os Títulos de Capitalização.
Mas, o “grand finale” de verdade, eu deixei para hoje.
E aí...
Consórcio: é investimento ou não é?
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A triste (e verdadeira) história da Marina
Você já deve ter visto a foto dessa moça ruiva e simpática que assina os e-mails do Seu Dinheiro, a Marina Gazzoni - nossa CEO.
Quem vê essa pessoa bem sucedida e que domina finanças e investimentos como poucos no meio jornalístico, nem imagina que essa trajetória de sucesso teve seu pontapé inicial numa cag*** de proporções homéricas.
Começo essa coluna fazendo uma fofoca da vida pessoal da nossa CEO.
Nos seus 20 anos, ainda uma jovem inocente e que acreditava na boa fé dos produtos bancários, a Marina se perguntou se os consórcios eram ou não um bom investimento.
Claro que isso não foi um exercício apenas introspectivo.
Na verdade, ela procurou orientação com seu gerente do banco, que de pronto respondeu:
Claro, Marina! Os consórcios são ferramentas incríveis para o seu planejamento financeiro, além disso você nem paga juros. É uma excelente aplicação. Até fiz um para o meu cunhado.
A Marina acreditou e descobriu na pele que ninguém faz boas recomendações de investimento para o cunhado.
Como funciona um consórcio?
É simples, o consórcio é uma vaquinha.
Um meio de pessoas se unirem para comprarem bens e serviços.
Imagine que você quer comprar um carro de R$ 40 mil, e não tem a grana.
Se você encontrar mais 40 pessoas que também queiram comprar um carro de R$ 40 mil, e vocês juntarem R$ 1.000 por mês cada um, vocês conseguirão comprar um carro por mês, certo?
Depois, é só sortear o veículo do mês para algum dos membros do consórcio.
Quem não quiser esperar o sorteio, pode dar um “lance” em uma assembleia mensal, que basicamente é um adiantamento de parcelas. Geralmente, o cotista que dá o maior lance é contemplado.
E assim o jogo segue, até que todos tenham adquirido um carro de R$ 40 mil.
A diferença é que o negócio, na prática, não é tão amador como eu descrevi acima.
Ao invés de uma organização porca como a que eu descrevi, os consórcios são organizados por instituições reguladas, sendo que os bancões são os principais exemplos.
Ao invés de um carro, ou qualquer outro bem, você faz uma “carta de consórcio”, no valor de, por exemplo, R$ 40 mil.
Quando for sorteado, você faz o que quiser com ela.
E não tem juros. Será?
Desculpe a honestidade, mas quero te poupar da enrascada que a Marina se meteu lá trás.
Você não paga juros no consórcio, tal como no financiamento, mas convenhamos, seria muita ingenuidade achar que alguma instituição ia organizar a vaquinha para você sem cobrar nada, não?
No caso do consórcio, os administradores cobram a clássica taxa de administração.
Como na semana passada eu já falei mal do Santander, hoje vou usar o Itaú como exemplo.
Dá uma olhada na taxa de administração do Itaú.
Sim, a partir de 10%.
Ênfase no “a partir de”.
Se você tomar um financiamento imobiliário, o mesmo Itaú pratica taxas de 7,2% ao ano, mais ou menos.
Além disso, o imóvel pode se valorizar, a carta de consórcio não.
Foi exatamente esse o erro que a Marina cometeu lá trás. Ela se tornou proprietária de uma carta de consórcio, ao invés de comprar seu apartamento.
Os juros do financiamento eram maiores que as taxas de administração, então ela achou que estava fazendo um grande negócio entrando em um consórcio.
Enquanto não era sorteada (o que leva alguns anos), ela encontrou o imóvel dos seus sonhos. O problema é que para conseguir comprá-lo, ela precisou dar um lance para liberar sua carta de consórcio.
O problema?
Bom, a taxa de administração da carta do consórcio incide sempre sobre o valor total da carta, diferente do financiamento, que incide apenas sobre o valor financiado.
Na prática, nossa querida CEO deu um lance alto para arrematar sua carta, e ainda continuou pagando os “juros” (que a taxa de administração nada mais é do que juros) sobre o valor total!
Ou seja, acabou pagando mais para o banco do que se tivesse feito um financiamento imobiliários (mesmo com os juros maiores).
Enquanto ela me contava essa história, dava para ver seus olhos azuis se enfurecendo.
Faça um investimento de verdade
Investir é colocar o dinheiro para trabalhar ao seu favor.
A grana que você suou para juntar precisa gerar uma “taxa de administração” para você. Não para o Itaú, para o Santander, ou outro bancão.
O consórcio te cobra simplesmente para você guardar dinheiro. Isso é um completo absurdo.
Se você por um segundo pensou que poderia ser uma boa ideia fazer um consórcio para “se obrigar” a guardar dinheiro, pare imediatamente e me escute. Essa não é uma boa estratégia. Ponto.
Se você quer economizar para comprar alguma coisa ou mesmo para aumentar seu patrimônio, crie a disciplina de poupar todo mês. E faça investimento de verdade.
Eu, o Rodolfo Amstalden e a Maria Clara Sandrine trazemos toda semana na série Empiricus Fire uma boa ideia de investimento para quem deseja ganhar dinheiro de verdade.
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Os fundos imobiliários pagam para você um rendimento mensal. É um prêmio pelo suor que você empregou para juntar aquele capital.
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Um abraço e ótimo domingo!
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