Como ganhar dinheiro sem assumir riscos absurdos: entenda os quatro tipos de investimentos
TODOS os produtos financeiros em que você pensar em investir terão seu perfil de risco e retorno explicados por um dos quatro tipos.
Olá, seja bem-vindo ao nosso papo de domingo sobre Aposentadoria FIRE® (Financial Independence, Retire Early).
Hoje trago a segunda, de um total de quatro colunas sobre como ganhar dinheiro sem assumir riscos absurdos.
Na semana passada, comecei explicando que o clássico “sou conservador e não gosto de perder dinheiro” é uma desculpa esfarrapada de quem tem preguiça de começar a investir.
É claro que nem conservadores e nem arrojados gostam de perder dinheiro; um bom investidor sabe que seu retorno está diretamente ligado à sua gestão de risco, nosso tema de hoje.
A seguir, explico que existem quatro tipos diferentes de investimentos, e já te adianto:
TODOS os produtos financeiros em que você pensar em investir terão seu perfil de risco e retorno explicados por um dos quatro tipos que vou te mostrar agora.
Leia Também
Não tinha teto, não tinha nada...
Quando o assunto é investimento, só existem dois resultados possíveis:
- ou você ganha,
- ou você perde dinheiro.
Mas entre esses dois resultados existe uma infinidade de combinações possíveis: existem investimentos em que você tem muito a perder e pouco a ganhar; em outros casos, você pode ter pouco a ganhar, porém também pouco a perder…
Eu gosto de explicar essas possibilidades com dois exemplos simples: o teto e o piso.
Alguns investimentos possuem teto, ou seja, existe um valor máximo que você pode ganhar investindo naquele ativo.
Outros investimentos não possuem teto nenhum, simplesmente não existe um valor máximo que você pode ganhar - seus ganhos podem ser teoricamente ilimitados.
Mas claro, ao olharmos para cima não podemos nos esquecer de olhar também para baixo: alguns investimentos tem piso, outros não.
Isso significa que há casos em que você sabe exatamente o quanto pode perder, bem como casos em que as perdas podem ser ilimitadas.
Sob o nosso exemplo do piso e teto, podemos classificar TODOS os tipos de investimento.
São quatro combinações possíveis…
1. Investimento com piso, mas sem teto.
O exemplo perfeito de um investimento com piso e sem teto é o das ações. Ao comprar uma ação, você pode perder apenas aquilo que investiu.
Se você investiu R$ 1.000 numa ação, tudo o que pode perder são esses R$ 1.000.
Porém, os ganhos com ações podem ser ilimitados. Você pode ter rentabilidades de 100%, 200%, 500%, 1000%...
Dizemos que no caso das ações a assimetria está ao seu lado; pois você tem muito a ganhar (não possui um teto) e pode perder apenas o quanto decidiu investir (você possui um piso).
Assumir riscos enormes com ações depende unicamente de você, de quanto você decide alocar do seu patrimônio pessoal nessa classe de ativos.
A gestão do risco, neste caso, está em suas mãos, e deve ser feita dosando o tamanho das aplicações.
2. Investimento com piso, e com teto.
Neste segundo caso, com piso e teto, temos volatilidade limitada.
São investimentos em que sabemos o quanto podemos perder, mas sabemos também o quanto podemos ganhar.
Os dois principais exemplos dessa categoria são os títulos de renda fixa e os famosos COEs.
Por exemplo, num CDB com rentabilidade de 105% do CDI, o máximo que você ganhar é, veja bem, 105% do CDI. Não tem conversa, não tem tese de investimento… apenas 105% do CDI.
Mas caso o banco emissor do CDB declare falência e você sofra o calote, existe uma perda máxima de 100%, ou seja, todo o valor investido (caso você não esteja coberto pelo FGC).
No caso dos COEs existem uma infinidade de produtos possíveis, onde houver oportunidade de cobrar taxas e contar uma boa história, vai existir um COE.
Mas sobre eles eu falo na semana que vem…
3. Investimento sem piso, e com teto.
Este terceiro caso é o mais problemático e parece conter um magnetismo para atrair gente que se leva muito a sério.
Um investimento sem piso, porém com teto, é um investimento em que você sabe exatamente o quanto pode ganhar, mas não faz ideia do quanto pode perder.
Aqui estão operações um pouco mais sofisticadas, como vender ações ou opções a descoberto.
Como assim?
Eu não vou entrar nos detalhes operacionais, mas assim como você pode comprar uma ação para apostar em sua alta, você pode vender uma ação ou uma opção (sem possuí-las) para apostar na sua queda.
Você pode recorrer ao mercado de aluguel, alugar um lote de Petrobras, vender as ações a mercado torcendo por sua queda, para posteriormente recomprá-las mais baratas e devolver seu aluguel.
Qual o problema dessa estrutura?
Bom, o problema é que o máximo que você pode ganhar é 100% (caso a ação passe a valer zero), mas você pode sofrer perdas ilimitadas caso a ação suba indefinidamente.
Falo das ações pois são mais simples de entender, mas o bicho pega mesmo para o pessoal que vende opções a descoberto…
Sobre eles, também falarei na semana que vem.
4. Investimento sem piso, nem teto
E por último, quero relembrar um fato real.
Em maio de 2018, a CVM determinou que a XP Investimentos ressarcisse um pequeno investidor em R$ 120 mil.
A história pode ser acessada na seguinte reportagem da revista Veja.
Esse pequeno investidor havia feito um aporte inicial de R$ 100 mil no Tesouro Direto. Depois, ao realizar um novo aporte de R$ 10 mil, conta a matéria que o assessor o procurou propondo diversificação.
Sempre bom diversificar, não é mesmo?
De acordo com a reportagem, o investidor perdeu não só os R$ 10 mil reais do segundo aporte, como encerrou a operação proposta pelo assessor com um prejuízo de R$ 123.446.
Lá se foram inclusive os títulos do Tesouro Direto que haviam sido utilizados como garantia para montagem de alguma “operação estruturada”.
Meu objetivo com a história não é demonizar o assessor, pelo contrário, toda história tem dois lados. O mais provável é que o investidor tenha se deixado seduzir pelo ganho potencial da operação, ignorando suas perdas potenciais.
Claramente, tratava-se de um caso sem piso e (apenas talvez) sem teto.
Isso acontece tipicamente nos casos em que se utilizam alavancagem. Se o teto de um investimento puder ser artificialmente dilatado em dez ou vinte vezes, o mesmo se aplica ao seu piso.
Na semana que vem…
Agora você conhece os quatro tipos de investimento possíveis, vamos entrar numa discussão mais prática: alocação para diferentes perfis e melhores estratégias para cada um dos quatro tipos.
Te espero no próximo domingo,
Obs: até lá, aproveite para baixar gratuitamente o aplicativo da Empiricus; está chovendo IPOs na Bolsa brasileira e estamos disponibilizando nossos relatórios de análise das ofertas de graça a todos que baixarem o aplicativo.
Um abraço!
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos