🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Emoções intensas

Otimismo, crise e recuperação: os três atos de um semestre dramático para o Ibovespa

O Ibovespa fechou o mês de junho com ganhos acumulados de 8,76% e, com isso, saltou mais de 30% no segundo trimestre de 2020. Mas todo esse bom desempenho ainda não é capaz de apagar o colapso visto em março: no ano, o índice ainda amarga perdas de 17,8%

Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Ainda nos primeiros dias do ano, uma dúvida surgiu na redação do Seu Dinheiro: afinal, qual era a grafia correta de Qasem Soleimani? Era preciso padronizar a nomenclatura do general iraniano, já que tudo levava a crer que seu nome seria citado em muitas e muitas matérias em 2020 — e que o Ibovespa e o dólar à vista seriam duramente afetados por ele.

Você pode não se lembrar, mas Qasem Soleimani dominou as manchetes no início de janeiro: sua morte, resultado de um ataque militar americano, quase deu início a uma nova guerra mundial. E, definitivamente, não há nada mais urgente que um conflito bélico entre EUA e Irã, certo? Bem...

Pois é: o que parecia uma inevitável batalha entre potências militares virou apenas uma nota de rodapé em 2020 — os atritos logo cessaram e o mundo voltou a girar como sempre. Dito isso, o rali das bolsas globais, que esteve sob ameaça no começo do ano, continuou em curso.

  • Eu gravei um vídeo para falar um pouco mais sobre os acontecimentos que movimentaram a bolsa brasileira e o mercado de câmbio no primeiro semestre. Veja abaixo:

Veja o Ibovespa: ainda em janeiro, chegou a flertar com o inédito nível dos 120 mil pontos. E, com a reforma da Previdência aprovada e a economia doméstica prometendo um crescimento firme, nada parecia capaz de parar o índice brasileiro.

Exceto, é claro, caso uma pandemia cujas proporções não eram vistas em cerca de 100 anos colocasse o mundo todo em quarentena — sai Qasem Soleimani, entra o coronavírus; sai o otimismo nos mercados, entra uma colapso sem precedentes nas bolsas globais.

O sonho do avanço inabalável do mercado de ações do Brasil logo deu lugar à crise da Covid-19. Dos 120 mil pontos vistos em janeiro, o índice rapidamente mergulhou rumo aos 60 mil pontos em março — e, no meio do caminho, tivemos nada menos que seis circuit breakers na bolsa brasileira.

Leia Também

O coronavírus, infelizmente, ainda está longe de ser uma página virada: mais de 10 milhões de pessoas já foram infectadas pela doença, com cerca de 510 mil mortes confirmadas no mundo. E a única maneira para conter o avanço do vírus — o isolamento social — também traz impactos severos à economia.

Uma crise simultânea de oferta e de demanda: comerciantes e prestadores de serviços têm de ficar parados, ao mesmo tempo em que os consumidores estão em casa, de quarentena. Um cenário trágico para a atividade global e que culminou na queda do consumo, no aumento do desemprego e na paralisia da economia do mundo.

Os mercados financeiros, é claro, não passaram incólumes por esse cenário sem precedentes: a aversão ao risco aumentou, as moedas de países emergentes se desvalorizaram e os investimentos em ações passaram por reviravoltas, dada a fragilidade de muitas empresas nesse contexto.

Isso não significa, no entanto, que as bolsas estiveram paradas desde então, largadas à falta de perspectiva de melhora. Pelo contrário: tivemos uma recuperação bastante interessante do Ibovespa e dos demais índices acionários do mundo nos últimos meses.

Nesta terça-feira (30), última sessão do semestre, o Ibovespa marcava 95.055,82 pontos, em baixa de 0,71%. Ok, ainda está distante dos 120 mil pontos prometidos em janeiro, mas também longe dos 60 mil pontos vistos em março.

Com o desempenho de hoje, o Ibovespa acumulou ganhos de 8,76% em junho, fechando o segundo trimestre do ano com uma alta de 30,18%. Ainda assim, considerando a queda de 36,86% vista nos três primeiros meses de 2020, o saldo do semestre é negativo: queda de 17,80%.

Essa recuperação do Ibovespa e das bolsas globais pegou muitos de surpresa, eu incluso neste grupo. Ok, alguns sinais de recuperação econômica começam a surgir na China, Europa e EUA, mas fato é que a economia global ainda está em níveis bastante deprimidos.

Além disso, o próprio coronavírus continua se espalhando pelo globo — o que, em última instância, pode frear a reabertura dos países e forçar uma nova onda de quarentena, o que pioraria ainda mais a atividade no mundo. O cenário está longe de ser otimista.

E, no Brasil, temos ainda nossas próprias questões: a tramitação de pautas econômicas está praticamente travada, as projeções para o PIB e outras variáveis são cada vez piores e a Covid-19 ainda está numa fase ascendente no país — isso sem falar nas enormes tensões políticas entre governo, Congresso e STF.

Sendo assim, é preciso fazer algumas considerações. Em primeiro lugar, algumas poucas empresas e setores conseguiram atravessar o período crítico de maneira mais ou menos firme — falo especialmente de companhias ligadas ao e-commerce, que viram a demanda aumentar em tempos de isolamento. A tese de investimento em ações desses segmentos, assim, saiu fortalecida em meio à pandemia.

E, de fato, ações como B2W ON (BTOW3), Magazine Luiza ON (MGLU3), Lojas Americanas PN (LAME4) e Via Varejo ON (VVAR3) estão entre os poucos ativos do Ibovespa que conseguiram terminar o semestre no azul — os papéis da B2W lideram o ranking, com alta acumulada de 70% no período.

Mas também há um segundo fator não tão óbvio que ajudou a dar força às bolsas de maio para cá: a forte injeção de liquidez por parte dos bancos centrais do mundo, aliada ao corte de juros em quase todos os mercados globais.

Pacotes de auxílio econômico foram lançados aos montes: Europa, Japão, EUA, Brasil e muitos outros governos e BCs abriram os cofres e colocaram dinheiro para circular, numa tentativa de manter a economia girando e evitar uma quebradeira desenfreada de empresas.

O corte de juros em bloco vai no mesmo caminho: com as taxas perto de 0%, a ideia é facilitar a tomada de crédito e, com isso, estimular o consumo, de modo a reaquecer a atividade econômica.

Essa combinação, no entanto, acabou sendo particularmente benéfica para as bolsas: juros baixos tiram a atratividade de investimentos em renda fixa, obrigando os investidores a buscarem alternativas mais arriscadas — no caso, no mercado de ações.

Assim, uma parte relevante dessa enxurrada de dinheiro veio parar nas bolsas, dando ânimo aos investidores por mais que as perspectivas econômicas ainda sejam nebulosas. Uma espécie de blindagem contra eventuais problemas.

Estresse contínuo no dólar

No mercado de câmbio, contudo, a história foi um pouco diferente: o dólar à vista passou por uma pressão quase contínua ao longo do ano, com um leve período de alívio em maio.

Nesta terça-feira, o dólar à vista subiu 0,25%, a R$ 5,4402, acumulando ganhos de 1,90% em junho. No trimestre, a alta foi de 4,69%; no ano, os ganhos já somam 35,6%.

Por que a trajetória do dólar difere tanto da do Ibovespa? Por que o mercado de câmbio manteve-se tão estressado, sem sinal da recuperação vista na bolsa?

Bem, ao mesmo tempo que a injeção de liquidez dá ânimo aos investidores e ao mercado de ações, ela não cega os agentes financeiros da realidade e dos riscos que permanecem no horizonte: tanto no Brasil quanto no exterior, ainda há bastante incerteza adiante.

Sendo assim, esses recursos abundantes servem para montar posições estratégicas: ao mesmo tempo em que os investidores permanecem alocados em bolsa, buscando boas oportunidades, eles também buscam algum tipo de proteção para a carteira — e, no caso, esse 'hedge' é o dólar.

Se tudo der certo e as bolsas deslancharem novamente, quem estiver posicionado agora vai se dar bem; se tudo der errado e o cenário se deteriorar, o dólar subirá ainda mais — e quem tiver comprado a moeda americana vai amenizar parte das perdas em bolsa.

Claro que a queda de juros no Brasil, com a Selic nas mínimas históricas a 2,25% ao ano, contribui para trazer pressão extra ao câmbio: com a taxa nesses patamares, o diferencial em relação aos EUA está cada vez menor, o que atrai menos investidores globais para o mercado brasileiro.

Assim, o dólar parece mais perto do patamar dos R$ 6,00 — o teto histórico em termos nominais para a moeda — do que, digamos, dos R$ 4,00 que funcionavam como uma 'barreira psicológica' para o mercado até o começo do ano.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ANTES DO RESULTADO

Quão ruim pode ser o balanço do Banco do Brasil (BBAS3)? O JP Morgan já traçou as apostas para o 2T25

16 de julho de 2025 - 12:41

Na visão dos analistas, o BB pode colher ainda mais provisões no resultado devido a empréstimos problemáticos no agronegócio. Saiba o que esperar do resultado

O QUE ESPERAR?

Banco do Brasil (BBAS3) terá a pior rentabilidade (ROE) em quase uma década no 2T25, prevê Goldman Sachs. É hora de vender as ações?

16 de julho de 2025 - 11:09

Para analistas, o agronegócio deve ser outra vez o vilão do balanço do BB no segundo trimestre de 2025; veja as projeções

SD ENTREVISTA

Investidor ainda está machucado e apetite pela bolsa é baixo — e isso não tem nada a ver com a tarifa do Trump, avalia CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:36

Apetite por renda fixa já começou a dar as caras entre os clientes da gestora, enquanto bolsa brasileira segue no escanteio, afirma Bruno Funchal; entenda

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Com ou sem Trump, Selic deve fechar 2025 aos 15% ao ano — se Lula não der um tiro no próprio pé, diz CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:08

Ao Seu Dinheiro, Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset e ex-secretário do Tesouro, revela as perspectivas para o mercado brasileiro; confira o que está em jogo

FICOU BARATO DEMAIS?

FII Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) sai na frente e anuncia recompra de cotas com nova regra da CVM; entenda a operação

15 de julho de 2025 - 19:00

Além da recompra de cotas, o fundo imobiliário aprovou conversão dos imóveis do portfólio para uso residencial ou misto

MUDANDO O TIME

As apostas do BTG para o Ibovespa em setembro; confira quem pode entrar e sair da carteira

15 de julho de 2025 - 18:42

O banco projeta uma maior desconcentração do índice e destaca que os grandes papéis ligados às commodities perderão espaço

TELA AZUL

Na guerra de tarifas de Trump, vai sobrar até para o Google. Entenda o novo alerta da XP sobre as big techs

15 de julho de 2025 - 16:15

Ações das gigantes da tecnologia norte-americana podem sofrer com a taxação do republicano, mas a desvalorização do dólar oferece alívio nas receitas internacionais

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa come poeira enquanto S&P 500 faz história aos 6.300 pontos; dólar cai a R$ 5,5581

15 de julho de 2025 - 13:50

Papéis de primeira linha puxaram a fila das perdas por aqui, liderados pela Vale; lá fora, o S&P 500 não sustentou os ganhos e acabou terminando o dia com perdas

INVESTIMENTOS

O Brasil não vale o risco: nem a potencial troca de governo em 2026 convence essa casa de análise gringa de apostar no país

15 de julho de 2025 - 11:59

Analistas revelam por que não estão dispostos a comprar o risco de investir na bolsa brasileira; confira a análise

TOUROS E URSOS #230

Trump tarifa o Brasil em 50%: o que fazer agora? O impacto na bolsa, dólar e juros

15 de julho de 2025 - 11:04

No Touros e Ursos desta semana, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, analisa os impactos imediatos e de médio prazo das tarifas para o mercado financeiro

MERCADOS

Ibovespa cai, dólar sobe a R$ 5,57 e frigoríficos sofrem na bolsa; entenda o que impacta o setor hoje

14 de julho de 2025 - 15:06

Enquanto Minerva e BRF lideram as maiores perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (14), a Brava Energia desponta como maior alta desta tarde

A LIDERANÇA ESCAPOU

Na batalha da B3, Banco do Brasil (BBAS3) volta a perder para o Itaú (ITUB4) em junho, mas segue à frente de Bradesco (BBDC4)

14 de julho de 2025 - 12:25

Em junho, as ações do banco estatal caíram para o quarto lugar em volume negociado na B3, segundo levantamento do DataWise+

O SOL NASCERÁ?

Gestores de fundos imobiliários passam a ficar otimistas, após sentimento negativo do 1º semestre; saiba os motivos

13 de julho de 2025 - 15:57

Após pessimismo da primeira metade do ano, sentimento vira e volta para o campo positivo, com destaque para os setores de escritórios e aluguel residencial

RANKING SEMANAL

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) se salvaram, mas não a Embraer (EMBR3); veja as maiores altas e quedas do Ibovespa na última semana

12 de julho de 2025 - 15:46

Bolsa brasileira sentiu o impacto do tarifaço de Trump, sobretudo sobre as empresas mais sensíveis a juros; BRF (BRFS3) fechou com a maior alta, na esteira da fusão com a Marfrig (MRFG3)

MERCADOS HOJE

Trump volta a derrubar bolsas: Ibovespa tem a maior perda semanal desde 2022; dólar sobe a R$ 5,5475

11 de julho de 2025 - 12:59

A taxação de 35% ao Canadá pressionou os mercados internacionais; por aqui, a tarifa de 50% anunciada nesta semana pelo presidente norte-americano seguiu pesando sobre os negócios

FIIS HOJE

BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões

10 de julho de 2025 - 16:16

O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais

AÇÕES BLINDADAS

XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas

10 de julho de 2025 - 14:56

Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452

10 de julho de 2025 - 11:33

Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados

VOLATILIDADE CRESCENTE

Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora

10 de julho de 2025 - 10:26

A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas

NOVOS HORIZONTES

Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso

10 de julho de 2025 - 6:03

Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar