Possível antecipação de registro de vacina nos EUA faz bolsa subir e dólar cair – numa boa
Notícia de que Trump teria planos de acelerar a aprovação de uma vacina contra o coronavírus estimulou apetite por risco nos mercados financeiros como um todo

Um dia de calma não faz mal a ninguém. Ao contrário da volatilidade que vem marcando este mês de agosto, o Ibovespa permaneceu em território positivo do primeiro ao último minuto da sessão desta segunda-feira (24). Adaptando Jorge Ben Jor, o dólar caiu, a bolsa subiu, numa boa.
Não que faltassem motivos para volatilidade e oscilações. Pelo contrário. Mas mesmo que não tenha sido nada lá muito eufórico, o Ibovespa subiu acompanhando a melhora do apetite por risco nos principais mercados de ações pelo mundo.
A ausência de notícias ruins ao ponto de acabar com o clima ajudou a manter o principal índice de ações da B3 no azul ao longo de todo o pregão. Ainda assim, a alta foi limitada por certa cautela no cenário local.
Os índices de ações reagiram positivamente à notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria planos de antecipar para antes das eleições de novembro a aprovação de uma vacina contra o coronavírus atualmente em desenvolvimento no Reino Unido.
Analistas de mercado observam que, ainda que se trate de uma medida escancaradamente eleitoreira - a eleição presidencial norte-americana está logo ali na folhinha -, a notícia animou os investidores na busca por ativos de risco.
Com isso, as bolsas de valores iniciaram a semana em alta consistente na Ásia, na Europa e também nos Estados Unidos. Em Wall Street, os índices Nasdaq e S&P-500 mais uma vez renovaram seus níveis recorde de fechamento. Por aqui, o Ibovespa assentou-se em alta de 0,77%, aos 102.297,95 pontos.
Leia Também
Entre os componentes do Ibovespa, o setor de aviação registrou desempenho acima da média na esteira das perspectivas abertas pela notícia sobre a vacina, com destaque para os papéis da Embraer (EMBR3), da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4).
Mas as estrelas do dia foram as ações ON e PN da Eletrobras (ELET3 e ELET6) em meio ao otimismo dos investidores com as perspectivas de privatizações no futuro próximo.
Talvez a sessão desta segunda-feira tenha sido aquela exceção que confirma a regra. Desde que não seja uma daquelas calmarias que antecedem tempestades, é improvável que algum investidor tenha muito do que se queixar do pregão de hoje.
De qualquer modo, ao contrário da volatilidade que marcou as últimas semanas, a expectativa é de que os próximos dias na B3 também sejam menos erráticos em meio a uma agenda repleta de indicadores econômicos e fatos políticos relevantes, avalia Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Espera por detalhes sobre o Renda Brasil limitou apetite por risco
O principal entrave ao apetite por risco envolvendo ativos brasileiros nesta segunda-feira foi a expectativa em torno do anúncio dos detalhes do 'Big Bang', programa do que deve fazer parte o chamado Renda Brasil.
Na sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, antecipou que os detalhes do novo programa de renda mínima projetado para expandir o Bolsa Família e substituir o auxílio emergencial deveriam ser revelados amanhã.
No meio da tarde de hoje, porém, passou a circular a informação de que o anúncio de amanhã poderia ser adiado. Fontes citadas pelo jornal O Globo alegaram que parte das medidas a serem adotadas ainda estão sem texto final. A ideia seria manter o anúncio para esta semana, mas sem garantias de que isto venha realmente a ocorrer.
Antes de buscarem posições mais ousadas nos mercados financeiros, os investidores aguardam com expectativa o anúncio do plano, principalmente para entender como o governo pretende combinar as ações sociais com a manutenção do equilíbrio fiscal e sem rachar o teto de gastos.
Na avaliação do economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, o Renda Brasil será um dos eixos de uma versão recauchutada do Pró-Brasil, programa originalmente formulado em abril, mas deixado de lado em meio a desentendimentos entre as alas liberal e desenvolvimentista do governo.
A expectativa, segundo ele, é de que haja “medidas que garantam a manutenção do teto de gastos, um conjunto de obras e promessas de mais empregos”.
Também é esperada pelos investidores uma compilação de ações regulatórias prioritárias, o que incluiria desde as reformas tributária e administrativa a um pacto federativo e marcos do setor de infraestrutura.
Até o momento, porém, o governo ainda não se pronunciou quanto aos rumores de que o lançamento do programa seria adiado.
Confira a seguir as maiores altas e as maiores quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Eletrobras ON (ELET3) +9,74%
- Eletrobras PN (ELET6) +8,02%
- Embraer ON (EMBR3) +5,52%
- Azul PN (AZUL4) +4,06%
- Gol PN (GOLL4) +3,56%
MAIORES BAIXAS
- Yduqs ON (YDUQ3) -6,10%
- IRB Brasil ON (IRBR3) -3,41%
- Cogna ON (COGN3) -2,90%
- Cyrela ON (CYRE3) -1,87%
- Weg ON (WEGE3) -1,67%
Dólar e juro
O dólar recuou nesta segunda-feira depois de ter visitado na semana passada os níveis mais elevados ante o real desde o fim de maio, mas seguiu sob pressão.
A moeda norte-americana tentou acompanhar o cenário externo de bolsas em alta e valorização de divisas emergentes e ligadas a commodities, mas seguiu encostada na faixa dos R$ 5,60 em meio à expectativa com o anúncio de um novo programa de recuperação econômica pelo governo.
Com isso, o dólar acabou fechando em queda de 0,26%, cotado a R$ 5,5918.
Os contratos de juros futuros também fecharam em queda. Da mesma forma que aconteceu com o dólar, no entanto, a queda nos juros hoje foi limitada pelo cenário político nebuloso e pelas perspectivas fiscais para o Brasil.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,800% para 2,740%;
- Janeiro/2023: de 3,960% para 3,880%;
- Janeiro/2025: de 5,760% para 5,690%;
- Janeiro/2027: de 6,790% para 6,730%.
Trump tarifa o Brasil em 50%: o que fazer agora? O impacto na bolsa, dólar e juros
No Touros e Ursos desta semana, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, analisa os impactos imediatos e de médio prazo das tarifas para o mercado financeiro
Ibovespa cai, dólar sobe a R$ 5,57 e frigoríficos sofrem na bolsa; entenda o que impacta o setor hoje
Enquanto Minerva e BRF lideram as maiores perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (14), a Brava Energia desponta como maior alta desta tarde
Na batalha da B3, Banco do Brasil (BBAS3) volta a perder para o Itaú (ITUB4) em junho, mas segue à frente de Bradesco (BBDC4)
Em junho, as ações do banco estatal caíram para o quarto lugar em volume negociado na B3, segundo levantamento do DataWise+
Gestores de fundos imobiliários passam a ficar otimistas, após sentimento negativo do 1º semestre; saiba os motivos
Após pessimismo da primeira metade do ano, sentimento vira e volta para o campo positivo, com destaque para os setores de escritórios e aluguel residencial
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) se salvaram, mas não a Embraer (EMBR3); veja as maiores altas e quedas do Ibovespa na última semana
Bolsa brasileira sentiu o impacto do tarifaço de Trump, sobretudo sobre as empresas mais sensíveis a juros; BRF (BRFS3) fechou com a maior alta, na esteira da fusão com a Marfrig (MRFG3)
Trump volta a derrubar bolsas: Ibovespa tem a maior perda semanal desde 2022; dólar sobe a R$ 5,5475
A taxação de 35% ao Canadá pressionou os mercados internacionais; por aqui, a tarifa de 50% anunciada nesta semana pelo presidente norte-americano seguiu pesando sobre os negócios
BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões
O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais
XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas
Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump
Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452
Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes