Ibovespa perde força e fica no zero a zero, apesar do “PIB do BC” melhor que o esperado; dólar sobe a R$ 4,19
A surpresa positiva com o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-BR) trouxe alívio ao mercado durante a manhã, mas a pressão vendedora de investidores estrangeiros zerou os ganhos

Uma sensação de alívio tomou conta das mesas de operação durante a manhã desta quinta-feira (16). Afinal de contas, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) superou as expectativas, dando força ao Ibovespa e tirando pressão do dólar à vista.
- Leia também [Patrocinado]: as melhores ações para quem quer ganhar dinheiro em 2020
Só que a calmaria não durou muito tempo. Pouco a pouco, a animação do mercado foi diminuindo — e, como resultado, o Ibovespa zerou os ganhos e o dólar fechou em alta.
Por volta de 17h05, o principal índice da bolsa brasileira tinha leve alta de 0,02%, aos 116.439,00 pontos — ao longo do dia, oscilou entre os 115.961,42 pontos (-0,39%) e os 117.105,58 pontos (+0,59%).
Já o dólar à vista terminou a sessão com ganho de 0,14%, a R$ 4,1902 após tocar os R$ 4,1608 durante a manhã (-0,56%). É a maior cotação de encerramento desde 4 de dezembro.
Mas o que aconteceu para essa piora no humor? Agentes financeiros com quem eu conversei disseram que esse movimento de aversão ao risco não foi desencadeado por alguma notícia de última hora — em linhas gerais, o cenário permanece o mesmo.
Um operador que prefere não ser identificado me disse que a grande mudança foi a maior presença dos investidores estrangeiros na ponta vendedora da bolsa: segundo ele, as corretoras do Bank of America Merrill Lynch e do UBS passaram a se desfazer das ações com maior intensidade.
Leia Também
Esse mesmo operador diz que, por outro lado, a corretura do J.P. Morgan atua na ponta compradora desde o início do dia, o que ajuda a dar alguma sustentação à bolsa brasileira.
Alívio na economia
Considerado uma prévia do PIB calculada pelo BC, o IBC-Br subiu 0,18% em novembro na comparação com o mês anterior — resultado melhor que a média das expectativas dos analistas consultados pelo Broadcast, que apontava para uma queda de 0,10% no período.
A surpresa positiva vem após a frustração do mercado com os dados de produção industrial e de vendas no varejo em novembro — números que elevaram a preocupação quanto ao desempenho da economia do país.
"Até o IBC-Br, todos os dados tinham vindo abaixo [do esperado]", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. "O número de hoje dá um alívio, um respiro, mas nada muito relevante".
Otimismo nos Estados Unidos
Lá fora, os investidores seguem de bom humor: o Dow Jones opera em alta de 0,68%, o S&P 500 tem ganho de 0,59% e o Nasdaq avança 0,72%, dando continuidade ao movimento da sessão passada.
Segundo Beyruti, o fechamento da primeira fase do acordo comercial entre Washington e Pequim segue dando impulso aos mercados americanos — ele analisa que os termos foram bastante favoráveis à economia dos EUA.
Além disso, ele ressalta que foram divulgadas nesta manhã informações animadoras referentes à economia do país: o índice de atividade regional do Fed da Filadélfia superou as expectativas, e o número de novos pedidos de auxílio-desemprego ficou abaixo do projetado.
Nesse cenário, o dólar ganha força em escala global: o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta com as principais divisas do mundo — como o euro, o iene e a libra — sobe 0,10% no momento.
Em relação às divisas de países emergentes, o comportamento é o mesmo: o dólar se valoriza em relação ao rublo russo, o peso colombiano e o rand sul-africano, entre outras — o real, assim, até tentou se descolar dos pares, mas cedeu à pressão global.
Correção nos juros
Os dados mais animadores referentes à economia doméstica desencadearam um movimento de correção nos juros: ontem, com a decepção das vendas no varejo, o mercado aumentou as apostas num novo corte na Selic, de modo a estimular a atividade.
No entanto, com o resultado do IBC-Br, parte dessa leitura perdeu força — e, com isso, as curvas de juros fecharam em alta, devolvendo as baixas de quarta-feira.
Veja como ficaram os DIs mais líquidos:
- Janeiro/2021: de 4,39% para 4,45%;
- Janeiro/2023: de 5,56% para 5,69%;
- Janeiro/2025: de 6,32% para 6,42%;
- Janeiro/2027: de 6,71% para 6,82%.
BR Distribuidora e Weg
Entre os destaques corporativos está a notícia publicada pelo Valor Econômico de que a Petrobras contratou os bancos para coordenar uma nova oferta de ações da BR Distribuidora, em uma operação que deve acontecer em fevereiro. A estatal, porém, negou a informação.
Como resultado, os papéis das duas empresas operam em queda. BR Distribuidora ON (BRDT3) cai 1,20%, mesmo sinal das ações da estatal, tanto as ONs (PETR3) quanto as PNs (PETR4), que recuam 0,55% e 0,51%, respectivamente.
Por falar em oferta de ações, o frigorífico Minerva anunciou na manhã de hoje uma oferta pública de ações que pode movimentar R$ 1,36 bilhão. O dinheiro vai tanto para o caixa da companhia como para os acionistas, que pretendem embolsar recursos com a venda de parte de seus papéis — as ações ON (BEEF3), que não fazem parte do Ibovespa, sobem 2,50%.
Outra notícia da manhã foi a de que a Weg fechou um acordo para a compra de uma das fábricas de transformadores da TSEA, no município de Betim (MG) — a conclusão do negócio ainda está sujeita à aprovação do Cade. As ações ON da companhia (WEGE3) sobem 0,60%.
Top 5
Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
- Marfrig ON (BEEF3): +2,35%
- Hapvida ON (HAPV3): +2,33%
- Eletrobras PNB (ELET6): +2,07%
- Usiminas PNA (USIM5): +2,02%
- Telefônica Brasil PN (VIVT4): +1,82%
Veja também as maiores baixas do índice no momento:
- Qualicorp ON (QUAL3): -3,00%
- Ultrapar ON (UGPA3): -2,64%
- NotreDame Intermédica ON (GNDI3): -2,44%
- Rumo ON (RAIL3): -2,32%
- BRF ON (BRFS3): -2,03%
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Trump anuncia primeiro acordo tarifário no âmbito da guerra comercial; veja o que se sabe até agora
Trump utilizou a rede social Truth Social para anunciar o primeiro acordo tarifário e aproveitou para comentar sobre a atuação de Powell, presidente do Fed
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Selic chega a 14,75% após Copom elevar os juros em 0,5 ponto percentual — mas comitê não crava continuidade do ciclo de alta
Magnitude do aumento já era esperada pelo mercado e coloca a taxa básica no seu maior nível em quase duas décadas
Bitcoin (BTC) sobrevive ao Fed e se mantém em US$ 96 mil mesmo sem sinal de corte de juros no horizonte
Outra notícia, que também veio lá de fora, ajudou os ativos digitais nas últimas 24 horas: a chance de entendimento entre EUA e China sobre as tarifas
Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump
Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, explica por que o Copom não vai antecipar seus próximos passos na reunião de hoje
O executivo, que hoje é chairman da JiveMauá, acredita em um aumento de meio ponto percentual nesta reunião do Copom, sem nenhuma sinalização no comunicado
CDI+5% é realista? Gestores discutem o retorno das debêntures no Brasil e destacam um motivo para o investidor se preocupar com esse mercado
Durante evento, gestores da JiveMauá, da TAG e da Polígono Capital destacam a solidez das empresas brasileiras enquanto emissoras de dívida, mas veem riscos no horizonte
Copom deve encerrar alta da Selic na próxima reunião, diz Marcel Andrade, da SulAmérica. Saiba o que vem depois e onde investir agora
No episódio 221 do podcast Touros e Ursos, Andrade fala da decisão de juros desta quarta-feira (7) tanto aqui como nos EUA e também dá dicas de onde investir no cenário atual
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil