Ibovespa se afasta das mínimas, mas não consegue se sustentar em alta; dólar sobe e fecha em R$ 4,47
Após as fortes quedas recentes, muitos investidores aproveitam as ‘pechinchas’ para comprar ações baratas e que estejam pouco expostas aos riscos da doença, como as do setor bancário. Mas, em meio à cautela ainda elevada, o Ibovespa não tem forças para esboçar uma reação e segue em baixa

Mesmo após despencar 7% na sessão passada, o Ibovespa abriu a sessão desta quinta-feira (27) em baixa, chegando a cair mais de 2% durante a manhã. O índice até tentou esboçar uma reação no começo da tarde, aparecendo momentaneamente no campo positivo, mas, em meio à tensão ainda elevada, voltou a cair.
Por volta de 17h05, o Ibovespa operava em baixa de 0,74% — na mínima, tocou os 103.222,72 pontos (-2,36%) e, na máxima, foi aos 106.656,32 pontos (+0,89%). Esse vaivém ocorreu praticamente em linha com o comportamento das bolsas americanas, que também têm uma sessão instável.
Em Nova York, o Dow Jones (-2,92%), o S&P 500 (-2,94%) e o Nasdaq (-3,20%) voltaram a piorar, após praticamente zerarem as perdas no começo da tarde — logo depois da abertura, os mercados do país caíam mais de 3%.
As idas e vindas das bolsas nesta quinta-feira não se devem a alguma alteração nos fatores de risco que estão no horizonte dos mercados. O panorama continua bastante tenso — o que muda é o surgimento de oportunidades de compra em alguns papéis após as perdas recentes.
Por aqui, essas 'pechinchas' são vistas especialmente no setor bancário, cujas empresas são consideradas sólidas e com pouca exposição ao risco coronavírus, caso de Banco do Brasil ON (BBAS3), com forte alta de 4,38%. Itaú Unibanco PN (ITUB4), Bradesco ON (BBDC3) e Bradesco PN (BBDC4) também avançam, com ganhos de 2,83%, 1,18% e 2,16%, nesta ordem.
A pressão sobre o dólar à vista também continuou elevada: a moeda americana fechou em alta de 0,79%, a R$ 4,4764, cravando mais um recorde nominal. E olha que a divisa ficou longe da máxima: no momento de maior estresse, a moeda bateu os R$ 4,5011 (+1,35%).
Leia Também
O surto de coronavírus continua em primeiro plano para os mercados. Em meio à disseminação mundial da doença, os agentes financeiros mostram-se receosos quanto aos desdobramentos de médio prazo — tanto do ponto de vista de saúde pública quanto do lado dos impactos econômicos.
Pouco a pouco, começam a surgir evidências de que o vírus irá causar uma desaceleração mais intensa na atividade global. A Microsoft seguiu os passos da Apple e revisou para baixo suas projeções trimestrais, citando os impactos do surto em sua cadeia de operações.
Ao todo, já são mais de 2,8 mil mortos e outros 82 mil contaminados pelo coronavírus no mundo. A maior parte das ocorrências continua na China, mas o surgimento de outros epicentros — principalmente Itália, Irã e Coreia do Sul — elevou o alerta nos mercados e gerou uma onda de aversão ao risco.
"A bolsa vai continuar a mercê do sentimento, da percepção de risco", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, lembrando que, somente de ontem para hoje, foram mais de 500 novas ocorrências na Coreia do Sul. "Na Europa, o vírus está se alastrando bem rápido".
Em meio à percepção de que a doença provocará impactos à economia global, o mercado também renova as apostas em mais um corte da Selic, de modo a fornecer estímulo extra à atividade doméstica. Nesse cenário, as curvas de juros fecharam em baixa, tanto na ponta curta quanto na longa.
Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta quinta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,19% para 4,15%;
- Janeiro/2022: de 4,76% para 4,66%;
- Janeiro/2023: de 5,37% para 5,27%;
- Janeiro/2025: de 6,19% para 6,11%.
Dólar se fortalece
No mercado de câmbio, o dólar à vista ganhou ainda mais força a partir das 10h30, em resposta aos dados mais fortes que o esperado da economia americana. As encomendas de bens duráveis no país caíram 0,2% em janeiro ante dezembro — a expectativa era de baixa de 1,5%.
A percepção de que a economia americana continua forte, apesar das tensões globais com o coronavírus, reforça a posição do dólar como ativo de segurança. Com isso, a divisa ganhou terreno em escala global, tanto em relação às moedas fortes quanto às de países emergentes.
Nem mesmo os leilões extraordinários de swap, anunciados ontem pelo Banco Central (BC), amenizam a escalada do dólar. "Essas operações só amenizam, não revertem a tendência de alta", diz Beyruti, afirmando que a moeda americana deve continuar forte no curto prazo.
Tensão local
Por aqui, a situação também é bastante tensa, em meio aos atritos entre governo e a classe política. Durante o Carnaval, o presidente Jair Bolsonaro disparou vídeos convocando pessoas para uma manifestação no próximo dia 15 — em pauta, está a "defesa do governo contra o Congresso".
Por mais que, por enquanto, a reação das principais lideranças de Brasília tenha sido moderada, o mercado teme que a situação azede de vez a relação entre a administração Bolsonaro e o Congresso, o que poderia culminar num atraso da pauta de reformas econômicas.
"Tudo isso só prejudica ainda mais [o mercado]", diz Beyruti, lembrando que a inflação fraca contribui para abrir mais espaço para novos cortes na Selic — o que, em última instância, pressiona ainda mais o dólar.
Ambev despenca
No front corporativo, destaque para as ações ON da Ambev (ABEV3), em forte baixa de 7,46%. A companhia terminou o quarto trimestre de 2019 com um lucro líquido ajustado de R$ 4,6 bilhões, alta de 24,4% na base anual. O resultado, contudo, desagradou os analistas — as equipes do BTG Pactual e do Credit Suisse classificaram os números como fracos.
Veja abaixo os cinco papéis de pior desempenho do Ibovespa no momento:
- Ambev ON (ABEV3): -7,46%
- Totvs ON (TOTS3): -4,15%
- GPA PN (PCAR4): -4,10%
- Gol PN (GOLL4): -3,66%
- Rumo ON (RAIL3): -3,28%
Confira também as maiores altas do índice:
- IRB ON (IRBR3): +8,53%;
- Banco do Brasil ON (BBAS3): +4,38%
- Hapvida ON (HAPV3): +2,93%
- Itaú Unibanco PN (ITUB4): +2,83%
- Bradesco PN (BBDC4): +2,16%
FII BRCO11 aluga imóvel para M. Dias Branco (MDIA3) e reduz vacância
O valor da nova locação representa um aumento de 12% em relação ao contrato anterior; veja quanto vai pingar na conta dos cotistas do BRCO11
TRXF11 vai às compras mais uma vez e adiciona à carteira imóvel locado ao Assaí; confira os detalhes
Esse não é o primeiro ativo alugado à empresa que o FII adiciona à carteira; em junho, o fundo já havia abocanhado um galpão ocupado pelo Assaí
Ouro vs. bitcoin: afinal, qual dos dois ativos é a melhor reserva de valor em momentos de turbulência econômica?
Ambos vêm renovando recordes nos últimos dois anos à medida que as incertezas no cenário econômico internacional crescem e o mercado busca uma maneira de se proteger
Do Japão às small caps dos EUA: BlackRock lança 29 novos ETFs globais para investir em reais
Novos fundos dão acesso a setores, países e estratégias internacionais sem a necessidade de investir diretamente no exterior
Até onde vai o fundo do poço da Braskem (BRKM5), e o que esperar dos mercados nesta semana
Semana começa com prévia do PIB e tem Super Quarta, além de expectativa de reação dos EUA após condenação de Bolsonaro
Rio Bravo: “Momento é de entrada em fundos imobiliários de tijolo, não de saída”
Anita Scal, sócia e diretora de Investimentos Imobiliários da empresa, afirma que a perspectiva de um ciclo de queda da taxa de juros no Brasil deve levar as cotas dos fundos a se valorizarem
TRXF11 abocanha galpão locado pelo Mercado Livre (MELI34) — e quem vai ver o dinheiro cair na conta são os cotistas de um outro FII
Apesar da transação, a estimativa de distribuição de dividendos do TRXF11 até o fim do ano permanece no mesmo patamar
Ação da Cosan (CSAN3) ainda não conseguiu conquistar os tubarões da Faria Lima. O que impede os gestores de apostarem na holding de Rubens Ometto?
Levantamento da Empiricus Research revela que boa parte do mercado ainda permanece cautelosa em relação ao futuro da Cosan; entenda a visão
LinkedIn em polvorosa com Itaú, e o que esperar dos mercados nesta sexta-feira (12)
Após STF decidir condenar Bolsonaro, aumentam os temores de que Donald Trump volte a aplicar sanções contra o país
Ibovespa para uns, Tesouro IPCA+ para outros: por que a Previ vendeu R$ 7 bilhões em ações em ano de rali na bolsa
Fundo de pensão do BB trocou ações de empresas por títulos públicos em nova estratégia para reforço de caixa
TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal
Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino
Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual
Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway
Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes
O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)
Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja
Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic
Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro
Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista
Fundo imobiliário Iridium Recebíveis (IRIM11) reduz dividendo ao menor nível em um ano; cotas caem
A queda no pagamento de proventos vem em meio a negociações para a fusão do FII ao Iridium Fundo de Investimento Imobiliário (IRIM11)
Ibovespa sobe 0,52% após renovar máxima intradia com IPCA e PPI no radar; dólar cai a R$ 5,4069
Deflação aqui e lá fora em agosto alimentaram a expectativa de juros menores ainda neste ano; confira os dados e o que mais mexeu com a bolsa e o câmbio nesta quarta-feira (10)
Ouro supera US$ 3.700 pela primeira vez e segue como o refúgio preferido em 2025
Ataque de Israel ao Catar e revisão dos dados de emprego nos EUA aumentaram a busca por proteção e levaram o metal precioso a renovar recorde histórico