🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Estadão Conteúdo

FUNDO VERDE

Luis Stuhlberger: “PIB do Brasil ainda não está mostrando seu potencial”

Segundo ele, se fosse perguntado, há seis meses, sobre as chances de o governo aprovar uma reforma da Previdência com economia para os cofres públicos perto de R$ 1 trilhão, diria que a probabilidade era zero

Estadão Conteúdo
1 de setembro de 2019
17:04 - atualizado às 17:18
Luis Stuhlberger
Luis Stuhlberger volta para a prateleira do Itaú na semana que vem -

Luis Stuhlberger, dono da Verde Asset Management e gestor do maior fundo multimercado do Brasil, mostra estar surpreso com o que vem acontecendo no Brasil na área econômica.

Segundo ele, se fosse perguntado, há seis meses, sobre as chances de o governo aprovar uma reforma da Previdência com economia para os cofres públicos perto de R$ 1 trilhão, diria que a probabilidade era zero.

Para o gestor, também "foi um milagre" a privatização da BR Distribuidora ter acontecido "sem greve, sem bloqueio de entrada", uma evidência de que "coisas importantes" estão acontecendo na economia brasileira, apesar do estresse recente do mercado.

Em relação à economia global, diz não ter explicação exata para um número maior de governos emitirem papéis com taxa de juros negativa - o investidor que compra esses títulos públicos acaba perdendo dinheiro. Mas pondera que a tecnologia promove a deflação e a consequente queda dos juros.

Com isso, há a tendência de um número maior de pessoas preferirem ativos reais, como ouro e terras, enquanto o dinheiro deve perder valor. Em poucas décadas, diz, uma possível solução seria "um grande Plano Collor mundial", em alusão às medidas do ex-presidente Fernando Collor de Mello que limitaram saques bancários pela população no início dos anos 90. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como o sr. avalia esses oito meses de governo na economia?

Se você me dissesse há seis meses que nós íamos aprovar uma reforma da Previdência de quase R$ 1 trilhão (de economia aos cofres públicos), eu ia dizer que a chance era zero. Estão acontecendo coisas importantes no Brasil. O País vai ser solvente, há essa MP (medida provisória) da Liberdade Econômica, as ideias econômicas são boas. Já as outras ideias do governo, obviamente...

Leia Também

O ministro Paulo Guedes, da Economia, vai bem?

Sim. E não é só ele. O (presidente da Câmara, deputado) Rodrigo Maia também.

O sr. acredita na aprovação da reforma tributária?

Não é uma reforma fácil de passar, porque tem conflitos entre setores da economia, mas há muito tempo que a gente não via isso acontecer no Brasil. A privatização de uma BR Distribuidora aconteceu sem greve, sem ataques, sem bloqueio de entrada. Isso é um milagre. Mesmo a reforma da Previdência. Olhando o exemplo dos argentinos, em algum momento, temos de ter crescimento, a volta do PIB, emprego.

Como a crise argentina afeta o Brasil? Mostra que temos de crescer rapidamente?

Não diria rapidamente. A Argentina está numa situação muito ruim há muito tempo. Não se pode comparar o estado da economia brasileira com o da Argentina, com problemas crônicos, porque tem o peronismo desde os anos 50. A economia argentina é muito frágil, é toda dolarizada e sofre com a desindustrialização.

Mas se o Brasil não crescer, como aconteceu lá...

Temos de crescer. Por outro lado, é quase impossível esse governo argentino escapar de um default, de mais inflação, de mais controle cambial. Ou seja, a esquerda na Argentina (que deve vencer as eleições), lá em 2022, será um governo que vai piorar a situação em relação ao que está hoje, não tem como melhorar. Há um lado bom para a gente, que cria essa imagem de "olha onde a esquerda vai nos levar se voltar ao poder".

O que fazer para o PIB do Brasil crescer mais?

Acho que o PIB ainda não está nem mostrando seu potencial. Com uma Selic (taxa básica de juros) de 5%, inflação de 3,5% (ao ano), o benefício que teremos é imenso, em termos de desenvolvimento.

O crédito está voltando?

Lentamente. Mas é melhor que seja lentamente, porque todas as coisas que são muito rápidas (podem trazer problema). O Brasil não está crescendo muito porque a capacidade de recuperar o investimento - lembrando que o investimento era feito pelo governo, pelo BNDES, pelas empreiteiras - leva tempo para recuperar. Mas todos os indicadores do Brasil são bons. As emissões de debêntures incentivadas (papéis de dívidas de empresas pelos quais os investidores não pagam impostos) começaram a ser emitidas com vencimento em 5, 10, 20, esse ano vai ser 50 (anos). As empresas estão se desalavancando (reduzindo seu endividamento), tomando dinheiro no mercado. Os R$ 6 trilhões que estavam no CDI (Certificados de Depósito Bancário, modelo de investimento que perde rentabilidade com a queda nos juros) vão ter de ser investidos.

Por que os juros estão em patamar negativo em um número crescente de países desenvolvidos?

Ninguém tem uma explicação exata, mas entre as razões principais estão a inflação e o crescimento baixos. As pessoas estão usando mais a tecnologia e a tecnologia é deflacionista. E mesmo com a tecnologia, porém, as economias estão gerando empregos. Os Estados Unidos são a mais forte delas, com a criação de 150 mil vagas por mês. O Japão, por exemplo, tem o desemprego mais baixo do mundo. Há ainda os programas de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês, que é a injeção de uma grande quantidade de recursos na economia), que começaram no Japão em 2002 e se acentuaram após a crise de 2008 na Europa e nos EUA. Esse fenômeno começou a jogar o juro de longo prazo para baixo. Isso era restrito ao Japão, e aí EUA e Europa entraram forte na mesma linha.

Além da política monetária, o que os países desenvolvidos podem fazer para as economias crescerem mais?

Os países emergentes têm de equacionar suas dívidas, mas nos desenvolvidos a situação é diferente. O Japão deve 200% do PIB, mas o juro sobre isso é zero. Aí começa a ter a possibilidade de se usar estímulos fiscais, como os Estados Unidos estão pensando em fazer e a Europa também. Vamos gastar muito mais para fazer a economia crescer e, naturalmente, gastando muito mais, a necessidade de financiamento será maior. Como a gente mesmo compra os nossos títulos, então podemos gastar mais para ter um PIB maior.

Quais ativos comprar neste ambiente de juros negativos?

Os governos vão imprimir dinheiro e vão gastar mais. Os bancos centrais vão comprar títulos, até um dia que as pessoas vão acordar e entender que uma parte muito significativa do dinheiro no mundo é do próprio banco central daquele país. Aí vão se perguntar se o dinheiro vale e se é possível haver aquela teoria: 'Não quero mais dinheiro, quero ter ativos reais, como o ouro'. No Japão, 43% da dívida está com o banco central, na Europa, é 22% e agora pode ir para 33%.

Quem são os maiores perdedores com os juros negativos?

As famílias mais ricas. Aquele 1%, 2%, 3% da população mundial que tem a riqueza. No limite, para quem não é muito rico, para a classe média mundial, que tem algum dinheiro no banco e algum patrimônio, mas tem dívidas. Então, essas pessoas são beneficiadas por conta dos juros muito baixos. O juro alto, dos rentistas, que foi praticado no Brasil por 26 anos seguidos, favorece os mais ricos. Isso não é tão ruim no curto prazo, porque é expropriado o dinheiro das pessoas ricas. Tem dois jeitos de o mundo resolver os seus problemas fiscais: a conta-gotas, perdendo um pouquinho por ano, ou em um dia. Essa história vai acabar como? Vai acabar num grande Plano Collor mundial.

Como assim?

Um dia o correntista vai acordar e vai ao banco dizer que quer tirar seu dinheiro. Os primeiros ¤ 50 mil ou US$ 50 mil ele leva. O resto vai virar um papel de 100 anos, que pode ser vendido no mercado secundário. Neste dia longínquo, haverá um QE elevado à enésima potência. Todo mundo vai perder: quem tem ouro, terra, bitcoin. Mas a questão é: quem vai ganhar ou perder menos? O dinheiro vai perder quase tudo, como sempre foi na história da humanidade, certo? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Desfecho eletrizante

Eletrobras privatizada: com pressão de última hora, preço por ação ELET3 sai a R$ 42, movimentando R$ 33,7 bilhões na maior oferta pública de ações do ano

10 de junho de 2022 - 0:07

Demanda teria sido equivalente ao dobro do valor inicialmente estimado para a oferta, e teve até queda de braço entre investidores-âncora e coordenadores em torno do preço da ação

Bem à esquerda

Diretrizes de Lula para a economia preveem revogação do teto de gastos, da reforma trabalhista e oposição às privatizações, inclusive da Eletrobras; veja os principais pontos

7 de junho de 2022 - 13:36

Texto também sugere possível interferência na política de preços da Petrobras e fim da paridade com as cotações internacionais do petróleo

ESPECIAL SD

Gestores e pequenos investidores estão de olho na Eletrobras, mas vale a pena investir em ELET3?

7 de junho de 2022 - 6:01

A saída do governo do bloco controlador e as recentes melhorias implementadas pela Eletrobras deixam os gestores e analistas otimistas com o potencial da oferta, mas o investidor não deve ter pressa para embolsar os ganhos

Ainda dá tempo

Não tenho FGTS, como faço para investir na oferta de ações da privatização da Eletrobras (ELET3)?

6 de junho de 2022 - 18:47

Pessoas físicas também poderão participar das maneiras tradicionais: por meio da compra direta de ações ou do investimento em fundos de ações que participem da oferta

FUNCIONÁRIOS RECORRERAM

Como a suspensão de uma assembleia de debenturistas de Furnas pode melar a privatização da Eletrobras (ELET3)

6 de junho de 2022 - 6:22

Associação de funcionários de Furnas, controlada pela Eletrobras, denuncia quebra de contrato de debêntures e violação de regras sobre prazos

Privatização

Vale a pena investir o FGTS na oferta de ações da Eletrobras (ELET3)?

5 de junho de 2022 - 8:00

Quem tiver saldo no FGTS poderá destinar até metade dos recursos à oferta pública de ações que privatizará a estatal. Saiba para quem é vantajoso e como fazer para investir

ANIMAÇÃO EM TEMPOS DE CRISE

Investidores estão empolgados com Eletrobras (ELET3): demanda por ações impulsionada pelo FGTS já supera oferta em 50%

4 de junho de 2022 - 9:30

A principal carta na manga no processo foi a liberação do uso de recursos do FGTS para pessoas físicas participarem da oferta

Outro jeito

Está com problemas com o app FGTS para autorizar participação na oferta de ações da Eletrobras (ELET3)? Veja um caminho alternativo

3 de junho de 2022 - 16:39

Início do período de reserva das ações da Eletrobras na oferta pública da privatização pode ter ocasionado alguma instabilidade ao app FGTS; veja outra forma de autorizar seu banco ou corretora a consultar seu saldo disponível para o investimento

O primeiro passo

Vai investir seu FGTS na Eletrobras (ELET3)? Veja os fundos disponíveis até agora e saiba qual escolher

3 de junho de 2022 - 6:00

Recursos do FGTS destinados à compra de ações da Eletrobras deverão ser aplicados em fundos especialmente constituídos para a ocasião, os FMP-FGTS. Mas já existem 24 deles no mercado. Qual escolher?

PRIMEIRO SINAL VERDE

Conselho do PPI recomenda inclusão da Petrobras (PETR4) em lista de estudos para privatização — mas o caminho para a venda ainda é longo; saiba mais

2 de junho de 2022 - 18:51

O sinal verde ocorre dois dias após o pedido formal para a entrada da companhia na carteira do programa

Privatização da Eletrobras

Como investir o FGTS na Eletrobras: veja o passo a passo e saiba se vale a pena

2 de junho de 2022 - 6:30

Quem tiver saldo no FGTS poderá destinar até metade dos recursos à oferta pública de ações que privatizará a estatal. Conheça as regras e veja como fazer

PARA INGLÊS VER?

Governo quer andar com a privatização da Petrobras às vésperas das eleições

31 de maio de 2022 - 6:26

Deliberação sobre pedido de inclusão da Petrobras no programa de privatizações está prevista para quinta-feira

DE VOLTA À MESA

Privatização da Petrobras (PETR4) vai acontecer? Para Guedes, se Bolsonaro for reeleito, sim; confira o que disse o ministro em Davos

26 de maio de 2022 - 11:41

O ministro da Economia ainda afirmou que o Brasil está saindo da crise “na frente da curva” e que a inflação no país poderia ter atingido o pico e logo começaria a recuar

PRIVATIZAÇÃO

O Porto de Santos pode ter um dono holandês? Foi o que indicou o ministro Paulo Guedes

26 de maio de 2022 - 10:17

O ministro teve hoje uma reunião bilateral com o presidente da APM Terminals, Keith Svendsen, que demonstrou interesse em comprar o Porto de Santos

CRONOGRAMA ACELERADO

Privatização da Eletrobras (ELET3): pedido de oferta de ações bilionária no Brasil e nos EUA pode ser protocolado amanhã, diz agência de notícias

25 de maio de 2022 - 19:50

De acordo com o Broadcast, a companhia define hoje a data de lançamento e os detalhes da operação global

COM AVAL DA PRIVATIZAÇÃO

Bancos e corretoras estruturam fundos para compra de ações da Eletrobras (ELET3) com recursos do FGTS; saiba mais

19 de maio de 2022 - 19:09

Os trabalhadores brasileiros poderão usar até 50% do FGTS para comprar ações da Eletrobras; bancos e corretoras já estruturam fundos

CAMINHO ABERTO

TCU aprova privatização da Eletrobras (ELET3); fique por dentro da decisão do tribunal

18 de maio de 2022 - 17:55

Uma das prioridades do governo federal, privatização da Eletrobras ainda enfrenta outros obstáculos

EM TEMPO REAL

TCU retoma julgamento da privatização da Eletrobras (ELET3) hoje; acompanhe ao vivo

18 de maio de 2022 - 14:02

O governo está otimista com a perspectiva de que o processo seja aprovado pelo tribunal

AGORA VAI?

TCU marca julgamento da Eletrobras (ELET3) para a próxima semana; confira outras pedras no caminho da privatização da estatal

13 de maio de 2022 - 19:05

Vale relembrar que, sem o sinal verde do tribunal, não há como prosseguir com a desestatização, prevista para ser concluída até agosto deste ano

Privatização à vista?

Novo ministro de Minas e Energia quer privatizar a Petrobras (PETR4), mas presidente do Senado afirma que as negociações não estão na mesa

12 de maio de 2022 - 14:06

Pacheco avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar