Neste domingo (30) manifestantes em pelo menos 70 cidades dos 26 Estados, além do Distrito Federal, foram às ruas em defesa do ministro da Justiça, Sergio Moro, da Operação Lava Jato e da aprovação da reforma da Previdência. Além das pautas principais, os manifestantes também concentraram esforços nas críticas ao Congresso e a ministros do Supremo Tribunal Federal.
A convocação dos protestos aconteceu após a divulgação pelo site The Intercept Brasil de trocas de mensagens entre Sergio Moro, então juiz federal, e procuradores da Lava Jato em Curitiba. Segundo o conteúdo das mensagens, Moro teria interferido na condução da operação, realizando até mesmo a indicação de testemunhas.
A iniciativa e organização dos atos partiu de grupos como o MBL, Na Rua, da deputada federal Carla Zabelli (PSL-SP), e Vem para Rua, atuantes durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Os grupos não marcaram presença nos protestos organizados em maio, que também fora marcados por ataques ao Supremo e ao Congresso.
No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro agradeceu a participação popular e citou a "civilidade" e "legitimidade" dos movimentos.O ministro da Justiça, Sergio Moro, também utilizou a rede social para agradecer o apoio do presidente.
- Aos que foram às ruas hoje manifestar seus anseios, parabéns mais uma vez pela civilidade. A população brasileira mostrou novamente que tem legitimidade, consciência e responsabilidade para estar incluída cada vez mais nas decisões políticas do nosso Brasil. ???
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 30, 2019
Sou grato ao PR @jairbolsonaro e a todos que apoiam e confiam em nosso trabalho. Hackers, criminosos ou editores maliciosos não alterarão essas verdades fundamentais. Avançaremos com o Congresso, com as instituições e com o seu apoio.
— Sergio Moro (@SF_Moro) June 30, 2019
Nas ruas
Em Brasília, quatro bonecos foram inflados em frente ao Congresso Nacional. Dois deles simbolizando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Lula (com roupa de presidiário), um de Moro vestido de super-homem e o último unindo Lula, o ex-ministro do PT José Dirceu e o ministro Gilmar Mendes, do STF. Em São Paulo, a Avenida Paulista foi o lugar escolhido pelas manifestantes vestidos de verde e amarelo, que ocuparam quatro quadras. Críticas ao Supremo e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também estiveram presentes em forma de bonecos e faixas.
Além da deputada Carla Zambelli, também estiveram presentes o empresário Luciano Hang, dono da Havan, major Olimpio (PSL) e o cantor Latino. A PM não divulgou estimativa de público em São Paulo e Rio de Janeiro, que concentraram as mobilizações mais numerosas.