Governo estima salário mínimo de R$ 1.040 em 2020, com alta de 2,7% do PIB
O valor consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2020, apresentado nesta segunda-feira (15). Secretário de Fazenda descarta elevação de impostos e disse que Eletrobras será privatizada

O ministério da Economia apresentou os principais parâmetros econômicos para o período de 2020 a 2022. O salário mínimo deve subir dos atuais R$ 998 para R$ 1.040, alta de 4,2%. Para 2021, o valor estimado é de R$ 1.082, subindo a R$ 1.123 em 2022.
O valor do salário mínimo consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2020, apresentado hoje. Desde 2006, o modelo de correção considera a inflação (INPC) do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Mas sua validade expirou em janeiro deste ano.
Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, os valores para o salário mínimo não implicam lei. “É uma avaliação paramétrica, atendendo a uma regra de correção pelo INPC”, disse, lembrando que o governo tem até dezembro para editar regra de reajuste via lei. O INPC projetado é de 4% em 2020 e de 3,7% em 2021 e 2022.
"Esse valor é uma previsão, não é política do salário mínimo. O governo tem até dezembro para apresentar sua política e assim o faremos", voltou a dizer após ser perguntado sobre o tema.
Na PLDO, não há previsão de reajustes para o funcionalismo público. No entanto, esses aumentos podem ser feitos via projetos no Congresso.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano foi mantido em 2,2%. Para 2020, a previsão é de 2,7%, seguido de avanços de 2,6% em 2021 e 2,5% em 2022. A mediana do mercado, captada pelo Focus, mostra crescimento de 2,58% no ano que vem.
Perguntado sobre a projeção de PIB, Rodrigues disse que "não estamos sendo otimistas. Posição do PLDO é de política econômica". Ao longo do caminho, lembrou, os número serão alterados e a perspectiva é que seja para melhor.
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse que se for mudar toda a semana a projeções "é difícil para nós, até para planejar o setor público". Ele chamou atenção para pesquisa feita pela SPE sobre o impacto da reforma da Previdência para o crescimento do PIB .
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) as projeções são de 4% para 2020 e 3,7% para os dois anos seguintes. Para 2019, a inflação deve ficar em 3,8%.
O governo também faz suas estimativas considerando Selic de 6,5% neste ano, 7,5% em 2020, e 8% em 2021 e 2022. Em linha com as estimativas de mercado.
Déficit primário
Com esses parâmetros, a previsão do governo é de um déficit para o setor público consolidado de R$ 118,9 bilhões em 2020, novo déficit de R$ 65,3 bilhões em 2021 e R$ 30,3 bilhões em 2022.
Considerando apenas o governo central (Tesouro, BC e INSS), o déficit previsto é de R$ 124,1 bilhões em 2020, 1,58% do PIB, contra R$ 110 milhões previstos anteriormente. Segundo Rodrigues, esse aumento reflete "prudência e conservadorismo" do atual governo.
o secretário de Orçamento Federal, George Soares, explicou que a projeção anterior, considerava alguma coisa da reforma da Previdência do governo anterior. Também tinha outra previsão para preço do petróleo. O preço médio estimado agora é de US$ 64,4 por barril em 2020.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, também nota que há uma queda "brutal" de arrecadação. O normal seria ver uma recuperação da arrecadação junto com a atividade. "Mas temos perdendo arrecadação nos últimos anos."
De acordo com Mansueto, o cenário de despesa é inédito para cumprir o teto de gasto, algo como uma redução de dois pontos do PIB em quatro anos. "Algo não visto desde a Constituição de 1988." Para atender a isso, não há previsão de concursos, reajuste de salários, e há queda do investimento público.
“Por isso seria extremamente importante a reforma da Previdência e outras reformas”, disse Mansueto, acrescentando que o governo vai trabalhar, no lado da receita, na revisão de benefícios tributários.
Dívida Bruta
Com déficit nas contas públicas, a dívida bruta mantém trajetória de alta, saindo de 77,2% no ano passado, para 79% neste ano, 80,2% em 2020, 80,9% em 2021 e 81,6% em 2020.
Rodrigues destacou que sem reformas e medidas que contemplem o ajuste fiscal, a dívida bruta cresce cerca de 0,7 ponto do PIB por ano. "Esse é um resultado que implica ficar atendo e não inerte. Temos 0,7 da dívida que cresce e isso tem de ser reduzido, se aqui colocasse impacto da reforma da Previdência, teria estabilização e em seguida queda no valor da dívida bruta", afirmou.
Segundo Rodrigues, as metas do PLDO são indicativas e podem ser modificadas nos próximos meses ou anos. Mas o cenário apresentado é "realista e contemplando a política fiscal com a máxima transparência e bastante conservadorismo. Mostra a necessidade de seguir com zelo fiscal".
Ainda de acordo com Rodrigues, o desenho que se apresenta não é de um governo gastador. A previsão de despesas segue o cumprimento do teto de gastos, que limita os gastos à inflação do ano anterior.
Para Rodrigues, a perspectiva é de melhora dessas projeções, assim que ações de alto impacto no lado fiscal, como a reforma da Previdência, forem aprovadas.
BNDES
De acordo com Rodrigues, antecipação de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no total de R$ 126 bilhões implica em melhora da dívida bruta, cancelando esse aumento inercial de 0,7 ponto, trazido pelos gastos previdenciários.
A devolução, segundo Rodrigues, seguirá critérios de liquidez do BNDES, mas a ideia e concluir a antecipação dos empréstimos feitos até 2022.
Impostos
"Esse governo não trabalha com perspectiva de elevação da carga tributária. Perspectiva é de redução", disse o secretário.
Possíveis reduções de impostos, disse o secretário, dependem do ajuste fiscal e da reação da economia a esses ajustes.
Rodrigues também falou que "nossa dívida é relativamente elevada" e neste ponto entram os programas de privatização e revisão de outros ativos que estão dentro do governo.
Mais setor privado
Rodrigues também destacou que o governo quer promover um aumento da participação do setor privado na economia “crowding in”. Para isso, há uma correlação de ações entre redução da dívida bruta, melhora das condições financeiras e melhora da efetividade da política fiscal.
O secretário também afirmou que o governo trabalha pela privatização da Eletrobras ainda neste ano. Com isso, cerca de R$ 12,2 bilhões estimados com a operação podem voltar a fazer parte do Orçamento. Ainda de acordo com ele, esse valor de R$ 12,2 bilhões pode estar subestimado.
Diesel e liberalismo
Perguntado sobre possível política de subvenção ao preço do diesel, Rodrigues disse que “não temos nenhuma indicação sobre políticas nesta área”, pois essa é uma decisão que cabe ao Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia se reportará se necessário por meio do ministro Paulo Guedes.
Perguntado se o mercado poderia manter a confiança na linha liberal, mesmo após intervenção na Petrobras, Rodrigues disse que: “O mercado pode confiar na integra. Todo o quadro do ministério da Economia acredita firmemente na participação do mercado, na propriedade privada, no Estado eficiente. Mercado pode confiar na íntegra que a equipe do Ministério intenciona o que seja o melhor para o crescimento robusto e que traga equidade”.
Cessão onerosa
De acordo com Rodrigues, a cessão onerosa é um contrato entre Petrobras e União e esse contrato guarda suficiência, ou seja, não precisa de lei específica. Ainda assim, Rodrigues destacou que seguem as conversas com o Congresso, que são importantíssimas.
Eventual partilha de recursos com entes subnacionais, explicou o secretário, precisaram de projeto de lei. E os recursos serão partilhados, disse ele.
Rodrigues também afirmou que a cessão foi colocada de maneira indevida. "Foi um problema", disse, pois foi feito sem concorrência para participação de apenas uma empresas.
Rodrigues disse que teve reunião com grandes petrolífera e que o “apetite por esses campos é enorme”. Os leilões dos excedentes do pré-sal estão previstos para o fim de outubro. É possível recebimento da receita em 2019 e fazer pagamento também em 2019 para Petrobras, mas para isso será preciso de projeto de lei ou emenda constitucional.
O salário mínimo para o ano que vem deve ser R$ 1.294, sem aumento real; valor ainda pode ser alterado
O reajuste segue a projeção de 6,7% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para este ano
‘Salário mínimo’ de R$ 7 mil? Nesta fintech, isso é realidade; descubra o motivo que fez a empresa brasileira subir o piso salarial de todos os funcionários
De acordo com a empresa, a medida é uma forma de aumentar a qualidade de vida dos funcionários
Salário mínimo ficou novamente sem aumento real; saiba o valor para 2022
Os R$ 1.212 que estão valendo desde o dia 1 de janeiro repõem apenas a perda no poder de compra com a alta de preços ao longo de 2021
Ministério da Economia eleva expectativa para inflação em 2021; veja qual a nova projeção
A pasta também atualizou as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, utilizado para a correção do salário mínimo
Senado aprova MP que eleva salário mínimo a R$ 1,1 mil; texto vai à promulgação
Reajuste foi de 5,26%, correção que não repõe integralmente as perdas inflacionárias
Câmara aprova MP que eleva salário mínimo a R$ 1.100
Reajuste em relação ao valor anterior de R$ 1.045 foi de 5,26%, e não repõe integralmente as perdas inflacionárias do ano
Salário mínimo tem reajuste, mas fica sem ganho real
Aumento do salário mínimo para R$ 1.100 considerou que o INPC, índice que serve de referência para o piso nacional, terminará o ano com alta de 5,22%
Em nova estimativa, governo prevê salário mínimo a R$ 1.088 em 2021
Indicador que baliza sua correção, INPC, tem registrado fortes altas nos últimos meses, na esteira da inflação de alimentos
Governo propõe salário mínimo de R$ 1.067 em 2021
Na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril, o governo tinha estimado que o piso de 2021 seria de R$ 1.079
Governo propõe salário mínimo de R$ 1.079 para 2021
O valor deste ano é de R$ 1045,00. O governo prevê o salário mínimo em R$ 1120,00 em 2022 e 2023
Mesmo com salário mínimo maior, pagamento é insuficiente
Para o Dieese, a remuneração ideal para sustentar uma família de dois adultos e duas crianças é de mais de R$ 4 mil
Governo planeja mudar período para corrigir salário mínimo
Em de usar o INPC do ano anterior fechado, ideia é usar o índice entre dezembro do ano anterior e novembro do exercício atual
Bolsonaro anuncia salário mínimo de R$ 1.045 a partir de 1º de fevereiro
Medida foi publicada porque o valor fixado pela área econômica para o salário mínimo neste ano não repunha a inflação do ano passado
Por que o reajuste do salário mínimo para 2020 ficou abaixo da inflação – e o que o governo pode fazer?
Valor de R$ 1.039, anunciado em 31 de dezembro pela gestão Bolsonaro, trouxe um reajuste abaixo do INPC total de 2019
Bolsonaro diz que há brecha para reajustar o salário mínimo pela inflação
Cálculo do governo que elevou o valor de R$ 998 para R$ 1.039 considerou uma inflação mais baixa do que a registrada pelo IBGE
Secretário de Fazenda diz que pode haver mudança no salário mínimo para 2020
Waldery Rodrigues disse que a redução do valor no Orçamento ocorreu devido à projeção menor para o INPC de 2019
Sem correção do salário mínimo, economia pode ir a R$ 37 bilhões
Os reajustes pela inflação e variação do PIB vigoraram de 2011 a 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação
Governo propõe salário mínimo de R$ 1.040 para 2020
Proposta está na a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano que vem; texto segue agora para o plenário do Congresso; valor tem apenas correção pela inflação, ou seja, sem aumento real
Projeção de gastos de longo prazo com o INSS considera o aumento real do salário mínimo
Projeção de reajuste do salário mínimo apenas pela inflação até 2022 está inclusa no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) enviado ao Congresso Nacional este mês e base para os cálculos. A partir de 2023, o documento considera a política de valorização praticada anteriormente
Líderes da Câmara querem manter aumento real do salário mínimo
Valor de salário mínimo de R$ 1.040 proposto pelo governo Jair Bolsonaro não garante um ganho real para trabalhadores e repercutiu negativamente no Congresso
Bolsonaro assina decreto que fixa salário mínimo em R$ 998 para 2019
O salário mínimo hoje é de R$ 954. Pela regra, o valor é reajustado pela inflação medida pelo INPC, mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores – foi de 1% em 2017