Se a reação do mercado ao balanço da empresa de educação Kroton pudesse ser resumido em uma palavra, seria "reprovado". O lucro ajustado da companhia foi de R$ 318,7 milhões no primeiro trimestre, queda de 34,2% em relação ao mesmo período de 2018. Os números passaram a incorporar a aquisição da Somos Educação, realizada no ano passado.
As ações da Kroton chegaram a cair mais de 8% ao longo do dia, mas recuperaram parte das perdas e fecharam em queda de "apenas" 5,22%, cotados a R$ 9,44. Confira também nossa cobertura completa de mercados.
Vale lembrar que as ações haviam subido na semana passada, com a expectativa de que a companhia entregaria bons números após os resultados de Estácio e Ser Educacional.
Além do lucro menor, a Kroton apresentou geração de caixa negativa de R$ 229,8 milhões nos três primeiros meses do ano. A empresa atribuiu o resultado a efeitos extraordinários no trimestre como o, diferente cronograma de recebimentos do PNLD e do Fies.
Apesar da queima de caixa no trimestre, a companhia manteve a distribuição de dividendos aos acionistas no patamar de 40% do lucro.
"Desde 2014, quando o governo mudou as regras para o Fies, nós sabíamos que 2018 e 2019 seriam anos altamente desafiadores. E esse é certamente o caso", escreveram os analistas do BTG Pactual, em relatório a clientes. O banco tem recomendação neutra para as ações, mas vai revisar os números para incluir a Somos e os resultados recentes.
Junto com os números, a Kroton divulgou projeções para o desempenho da companhia neste ano.
A empresa projeta uma queda de 0,9% na receita líquida, para R$ 7,353 bilhões. Mas a geração de caixa neste ano deve ficar positiva em R$ 800 milhões, um avanço de 40,1%. O lucro ajustado deve ficar em R$ 1,348 bilhões, alta de 14%.
Para os analistas do Itaú BBA, as estimativas para o desempenho da Kroton neste ano vieram linha com o esperado. O banco tem recomendação "outperform" (compra) para as ações, com preço-alvo de R$ 15,00.