Bolsonaro e Trump: mais um supositório da burocracia?
Líderes reforçam convergências ideológicas, mas resultados práticos ainda devem demorar para aparecer

Ao assistir a entrevista coletiva dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump lembrei de uma passagem citada por Roberto Campos em seu livro de memórias envolvendo o colega San Tiago Dantas, que costumava dizer que as visitas presidenciais e a imprensa de oposição são os melhores “supositórios da burocracia”.
Campos, que também foi diplomata, com passagens mais relevantes por EUA e Reino Unido, discorria sobre a limitação de eventuais vantagens práticas desse uso da política externa, mas como esse tipo de evento tenta colocar em evidência alguma vontade das burocracias oficiais.
Essa ida de Bolsonaro aos EUA transmite isso, uma vontade do mandatário de externar o alinhamento de um “novo Brasil”, de mostrar que é um “caso inédito nas últimas décadas” de não ser um presidente antiamericano.
Boa parte da fala dos dois também tratou da Venezuela, que segundo Trump tem um líder que é um “marionete de Cuba”, e para que Bolsonaro faz parte de uma coligação internacional, o Foro de São Paulo, que estava próximo de conquistar o poder, mas que “por vias democráticas nos libertamos disso no Brasil”. Ação militar contra Maduro? Todas as opções estão na mesa, disse Trump, e Bolsonaro disse que certos assuntos não se colocam publicamente.
O tema das “fake news” também apareceu na fala de Trump e são notórias as rusgas que os dois têm com a chamada “mídia tradicional”. Trump foi além e disse que “temos de fazer algo a respeito” quando perguntado sobre redes sociais, que estariam mostrando “discriminação grande” com alguns grupos e casos de ódio contra pessoas que estão no poder. Para Trump, o povo é inteligente e sabe filtrar as informações. Enquanto Bolsonaro avaliou que pessoas mais voltadas ao socialismo e comunismo vão abrindo suas mentes para a realidade.
O alinhamento dos dois presidentes no campo das ideias sempre foi evidente e sai ainda mais reforçado após o encontro e troca de afagos, como Bolsonaro desejando a reeleição de Trump.
Leia Também
Como o ator Mel Gibson pode salvar a Austrália das garras de Trump
Mas os efeitos práticos no lado econômico ainda são uma grande carta de intenções que levará tempo e muito esforço dos burocratas dos dois países para reproduzir a convergências dos líderes em acordos comerciais e de cooperação onde o dinheiro sempre fala mais alto.
Como disse o próprio Bolsonaro, após pergunta sobre as relações com a China, o Brasil continuará fazendo negócios com o maior número possível de países, não mais direcionado por viés ideológico.
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Duas ações para os próximos 25 anos: gestores apostam nestes papéis para sobreviver ao caos — e defendem investimentos em commodities
No TAG Summit 2025 desta quarta-feira (7), os gestores destacaram que a bolsa brasileira deve continuar barata e explicaram os motivos para as commodities valerem a pena mesmo em meio à guerra comercial de Trump
Chora mais quem pode menos: os bastidores do encontro de EUA e China que pode colocar fim às tarifas
Representantes de Washington e de Pequim devem se reunir no próximo sábado (10) na Suíça; desfecho das conversas é difícil de prever até mesmo para Trump
Vem coisa boa aí: Nvidia dispara com chance de revogação de restrições aos chips por Trump
Governo norte-americano estuda não aplicar a chamada regra de “difusão de IA” quando ela entrar em vigor, no próximo dia 15, animando o mercado de chips de inteligência artificial
Bitcoin (BTC) sobrevive ao Fed e se mantém em US$ 96 mil mesmo sem sinal de corte de juros no horizonte
Outra notícia, que também veio lá de fora, ajudou os ativos digitais nas últimas 24 horas: a chance de entendimento entre EUA e China sobre as tarifas
Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump
Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
A exuberância americana continua: para gestores, empresas mais valiosas do mundo são dos EUA e valem o investimento
Especialistas afirmam durante o TAG Summit que as empresas americanas podem sair fortalecidas da guerra comercial travada pelo presidente norte-americano
Copom deve encerrar alta da Selic na próxima reunião, diz Marcel Andrade, da SulAmérica. Saiba o que vem depois e onde investir agora
No episódio 221 do podcast Touros e Ursos, Andrade fala da decisão de juros desta quarta-feira (7) tanto aqui como nos EUA e também dá dicas de onde investir no cenário atual
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Banqueiros centrais se reúnem para mais uma Super Quarta enquanto o mundo tenta escapar de guerra comercial permanente
Bastou Donald Trump sair brevemente dos holofotes para que os mercados financeiros reencontrassem alguma ordem às vésperas da Super Quarta dos bancos centrais
Trump anuncia tarifas de 100% sobre filmes estrangeiros, e ações de Netflix, Disney e Paramount caem
O republicano defendeu tarifas como uma questão de “segurança nacional” para salvar Hollywood
Orçamento de Trump para 2026 propõe cortar mais de US$ 17 bilhões em energias renováveis e pesquisa climática
A proposta também impõe reduções severas em iniciativas ligadas à diversidade e inclusão, enquanto prevê aumento significativo nos investimentos em defesa e segurança interna.
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Agenda econômica: temporada de balanços esquenta em semana de Super Quarta; veja os principais eventos
Calendário dos próximos dias traz as primeiras decisões de política monetária no Brasil, nos Estados Unidos e no Reino Unido após as tarifas recíprocas de Donald Trump
Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas
Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.
Trump diz que TikTok tem ‘um lugar especial em seu coração’ e sinaliza (mais uma) prorrogação no prazo para venda das operações nos EUA
Essa não é a primeira vez que o presidente norte-americano dá uma colher de chá para a ByteDance, dona do TikTok. Trump já adiou o prazo duas vezes
Trump descarta demissão de Powell, mas pressiona por corte de juros — e manda recado aos consumidores dos EUA
Em entrevista, Trump afirmou que os EUA ficariam “bem” no caso de uma recessão de curto prazo e que Powell não reduziu juros ainda porque “não é fã” do republicano