Retrovisor quebrado
Investidores em geral preparam-se para a cheia quando o rio começa a dar sinais de baixa. E para a vazante quando a cheia desponta no horizonte
As cheias do rio Nilo faziam parte da rotina dos egípcios antigos. Mais do que isso: o tão esperado momento do ano em que Ísis chorava para lamentar a morte de seu marido Osíris, enchendo o leito do rio, sempre foi celebrado com festas.
Não se sabia as datas com precisão nem o nível, mas, sim, era certo: a cheia viria. E com base nessa certeza, os egípcios dividiam seu calendário anual em Akhet (inundação), Peret (crescimento) e Shemu (colheita). O Nilo tanto fazia parte do cotidiano que o historiador grego Heródoto chamou o Egito de “dádiva do Nilo”.
Assim foi até o século 11, quando um califa tratou de contratar um engenheiro para construir a enorme represa de Assuã. O objetivo: acabar com a irregularidade das cheias.
O primeiro engenheiro disse que seria impossível construí-la. Alguns séculos depois, em 1899, os britânicos entraram no jogo. E apenas em 1902 ela foi concluída. Houve ampliações em 1907 e 1912, depois entre 1929 e 1933. Em 1946, a barragem quase se rompeu. Em 1952, voltaram as obras, com um dinheirinho emprestado dos Estados Unidos e do Reino Unido. Em 1956, o acordo foi cancelado. Para tentar completar a obra, Gamal Abdel Nasser, o segundo presidente do Egito, nacionalizou o canal de Suez. E aí veio a guerra, que você conhece dos livros de História.
Tive a oportunidade de visitar a monumental represa, em 2012, assim como observar, em um inesquecível cruzeiro de três dias, como o Nilo faz parte da história egípcia.
Na eclusa de Esna, a caminho de Edfu, vi uma das cenas mais pitorescas da minha vida: os egípcios, exímios comerciantes, aproveitam a fila de espera para se aproximar em pequenos barcos e lançar para dentro do navio tapetes, toalhas e túnicas. Ameace jogar o item de volta e veja o preço cair exponencialmente. O turista lança o dinheiro de volta em sacos plásticos — dada a minha mira, alguém quase ficou sem pagamento.
Leia Também
Mas como a minha paixão pelo Egito não cabe neste espaço, voltemos ao Nilo: está na história do rio (e da tentativa quase heroica de construir uma barragem), uma demonstração do desejo humano de controlar os ciclos. Definitivamente, temos dificuldade de conviver com eles.
Milhares de anos depois, nosso desejo de controle aproxima-se de negação. Eu até poderia dizer, na verdade, que minha caixa de e-mails é cíclica: ela muda, ao sabor das notícias, de mensagens dos que acreditam que vai ficar ruim para sempre para as daqueles que têm certeza de que agora em diante vai ser bom eternamente.
Investidores em geral preparam-se para a cheia quando o rio começa a dar sinais de baixa. E para a vazante quando a cheia desponta no horizonte.
Nós, investidores, morreríamos de fome no Egito antigo. Fato.
Aproveito o fim do primeiro trimestre para ilustrar tal argumento. Vamos nos transportar neste momento para 31 de dezembro de 2018. O último mês do ano foi pesado para investidores em risco. Conclusão: para sempre ruim, certo?
Lembra-se da Bolsa americana? Sob a ameaça de uma recessão nos EUA, o S&P 500, seu principal índice, caiu, somente em dezembro, 9,18 por cento. Quem zerou suas posições acreditando na tragédia eterna deixou de aproveitar a recuperação rápida, com alta de 13,71 por cento no primeiro trimestre de 2019.
E quantos e-mails sofridos eu recebi de investidores de multimercados em dezembro... Quanta gente vi fazer conta nas redes sociais de se realmente valia a pena investir em um fundo desses com base no retorno de um único mês ou trimestre.
Em dezembro, estavam no negativo os conceituados Verde, Kapitalo Kappa e SPX Nimitz. Hora de sacar? Os quatro fecharam o primeiro trimestre, respectivamente, com retornos de 247 por cento, 236 por cento e 133 por cento do CDI.
Não, colega do Twitter, os multimercados não viraram CDBs. Esperemos ao menos mais de um mês para concluir que a cheia nunca mais virá para então mudar de endereço.
E a Bolsa brasileira? Vemos quem se machucou em 2018 — como a HIX, com seu prejuízo de 0,53 por cento no fundo disponível no varejo — fazendo lamentar os investidores que não seguraram a onda com o ganho de 8,86 por cento no primeiro trimestre.
Moral da história: tenha uma carteira diversificada e siga nela, aumentando os perdedores e reduzindo os ganhadores – por mais duro que seja – para respeitar a alocação estrutural. O resto, repita para si mesmo, é apenas desejo de controle.
Seu fundo
É difícil encontrar alguém que não tenha um tênis Nike, que nunca tenha desejado um produto da Apple ou que não sonhe em levar os filhos para conhecer a Disney. Esteja a economia em crise ou não, essas marcas permeiam nossas vidas — o que dizer do Google? — e por isso vemos com bons olhos a ideia de diversificar seus investimentos por meio de ações de empresas estrangeiras.
Criar uma estratégia de alocação diretamente do Brasil em grandes líderes globais foi justamente a ideia que levou Pino Marco Di Segni a criar, em 2013, a GEO Capital, junto com o sócio Oliver Mizne. Ele também contou com pitacos de seu amigo Artur Mizne (irmão de Oliver), sócio-fundador da conhecida M Square Global.
A experiência de Pino na área de investimentos vem dos 16 anos que passou na renomada Hedging-Griffo. Foi lá que começou como estagiário, dez anos antes da fusão com o Credit Suisse. A habilidade de se relacionar com os clientes lhe rendeu o título de maior captador da gestora por 14 anos consecutivos.
Na GEO, o principal fundo é o Empresas Globais, oferecido nas plataformas nas versões em dólar e em reais. A filosofia é clara: acompanhar um universo de 60 empresas estrangeiras que sejam as melhores do mundo naquilo que fazem.
Para isso, foi criado um modelo interno de métricas de qualidade e valuation, que possibilita identificar quando os papéis dessas companhias ficam atrativos. A equipe de investimentos, que conta com oito pessoas, sendo três gestores, desenvolveu também um rating próprio para estabelecer o nível máximo de investimento em cada uma.
O portfólio do fundo tem em torno de 15 companhias. As maiores participações são na fabricante de equipamentos agrícolas Deree & Company (da John Deere), Disney, Moody’s, AB Inbev, Kraft Heinz e na empresa de crédito americana Equifax.
Mas será que a gestora tem condições de selecionar empresas estrangeiras estando longe delas, em território brasileiro? Essa é a pergunta que Pino mais escuta. “Quantas vezes será que não duvidaram da capacidade de Warren Buffett de selecionar ações vivendo em Omaha?”, responde. De fato, o megainvestidor fez sua fortuna sem nunca ter deixado sua cidade natal, no estado de Nebraska.
Quatro apostas dividem a Lotofácil 3532 e ninguém fica milionário; Mega-Sena acumula e prêmio em jogo vai a R$ 55 milhões
Três ganhadores da Lotofácil 3532 vão embolsar o prêmio integral, de quase R$ 400 mil. O quarto bilhete premiado é um bolão com quatro participantes.
Onde investir em novembro? Nubank (ROXO34) estreia na carteira da Empiricus, que também recomenda uma big tech e um criptoativo
Confira as recomendações de novembro para ações, dividendos, fundos imobiliários, ações internacionais e criptomoedas
Câmara aprova ampliação da licença-paternidade, que pode chegar a 35 dias e ser parcelada; saiba como
Texto original que previa 60 dias de licença-paternidade foi derrubado por causa de preocupações com o fiscal
Operação “Fábrica de PIX”: Polícia Federal investiga fraude em sistema de casas lotéricas
Esquema causou prejuízo estimado em R$ 3,7 milhões por meio da simulação de pagamentos; PF reforça que fraude não envolve sorteios nem resultados de jogos
Lendário carro da primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil pode ser seu: McLaren MP4/6 é colocada em leilão; só que o lance inicial é um pouco salgado
Carro da primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil, pela Fórmula 1, guardado por quase 30 anos, será leiloado em Dubai por até R$ 80 milhões
Lotofácil 3531 tem 34 ganhadores, mas só 4 ficam milionários; Mega-Sena e Timemania podem pagar mais de R$ 40 milhões hoje
Dois ganhadores da Lotofácil vão embolsar R$ 2 milhões. Outros dois ficarão com pouco mais de R$ 1 milhão. Os demais terão direito a valores mais baixos, mas nem por isso desprezíveis.
Senado aprova isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil; texto segue para sanção de Lula
Compensação por meio da taxação de dividendos e dos “super-ricos” também passou, junto com alterações feitas na Câmara
Copom mantém Selic em 15% ao ano e não dá sinais de corte no curto prazo
Trata-se da terceira decisão de manutenção da taxa básica de juros e reforça expectativa do mercado de que o primeiro corte deve ficar para 2026
Primeiro piloto brasileiro a correr F1 em Interlagos desde Massa é ‘filho do dono’ e ganha quase R$ 1 milhão por mês para fazer o que gosta
Gabriel Bortoleto estreia no GP de São Paulo e quebra um jejum de oito anos sem pilotos brasileiros nesta etapa da Fórmula 1
Belém será a sétima capital do Brasil — e de uma delas é provável que você nunca tenha ouvido falar
A Constituição permite a transferência temporária da sede do governo; Belém será a próxima a ocupar o posto.
‘Torre de Babel’ saudita? Construção do ‘The Line’ é paralisada justamente pelo que buscava eliminar
Projetada para ser livre de combustíveis fósseis, a construção da cidade futurística, na Arábia Saudita, foi interrompida por não “compreender a língua” do preço do petróleo
Selic em 15% ao ano ainda vai longe, acredita Roberto Padovani, economista-chefe do BV
Para o economista, tem um indicador em específico que está no radar do BC e esse dado deve definir o destino dos juros básicos nos próximos meses
Lotofácil atola junto com Mega-Sena, Quina e outras loterias, mas hoje pode pagar mais até que a +Milionária
Prêmio acumulado na Mega-Sena vai a R$ 48 milhões, mas ela só volta à cena amanhã; Lotofácil pode pagar R$ 10 milhões nesta quarta-feira (5).
Na próxima reunião, o Copom corta: gestora projeta Selic em 14,5% ao fim deste ano e espera queda brusca em 2026
Gestora avalia que números da economia sustentam um primeiro corte e que política restritiva pode diminuir aos poucos e ainda levar inflação à meta
Gás do Povo já está valendo: veja como funciona o programa que substituiu o vale-gás
Gás do Povo, programa do governo federal que substitui o vale-gás, promete atender 15,5 milhões de famílias de baixa renda com distribuição gratuita de botijões
Banco do Brasil (BBAS3) oferece até 70% de desconto na compra de imóveis em todo o país
A nova campanha reúne mais de 150 imóveis urbanos disponíveis para leilão e venda direta, com condições especiais até 15 de dezembro
Curiosos ou compradores? Mansão de Robinho, à venda por R$ 11 milhões, ‘viraliza’ em site de imobiliária; confira a cobertura
No mercado há pelo menos seis meses, o imóvel é negociado por um valor acima da média, mas tem um motivo
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão