🔴 ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE – QUAIS AS RECOMENDAÇÕES PARA CRIPTOMOEDAS E FUNDOS IMOBILIÁRIOS? ASSISTA AQUI

Estadão Conteúdo

economia que patina

País deve andar em passo lento, mesmo com reformas

Destruição provocada pela recessão, com empresas indo à falência e milhões de trabalhadores saindo do mercado, forma cenário adverso para o Brasil

Crise no Brasil
Crise no Brasil - Imagem: Shutterstock

Apesar do avanço da agenda de reformas e da queda na taxa básica de juros (Selic), a economia continua patinando e não há sinais de uma recuperação acelerada no médio prazo. Há quem projete crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem ainda abaixo dos 2% - após o 0,8% esperado para 2019.

A destruição provocada pela recessão, com empresas indo à falência e milhões de trabalhadores saindo do mercado, a perda de produtividade, as incertezas políticas que travam o investimento e o freio na economia internacional formam o cenário adverso para o Brasil.

"Nossa retomada é realmente frustrante e o ponto preocupante é que o mundo pode retardar ainda mais a recuperação", diz o economista Thiago Xavier, da Tendências Consultoria. A empresa projeta alta de 2% no PIB para 2020 e 2,6% para 2021 - número superior aos 2,5% previstos pelo mercado, segundo o Relatório Focus, do Banco Central.

"Os 2,6% parecem uma luz de aceleração, considerando que são três anos (2017, 2018 e 2019) de PIB na faixa de 1%. Mas, se a gente analisa o período mais longo, vê a dificuldade para sair da crise", acrescenta Xavier. Cálculos da Tendência apontam que, apesar de o PIB poder voltar ao patamar pré-crise em 2021, o PIB per capita alcançará esse nível apenas em 2023.

Economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani está entre os mais otimistas do mercado, com alta de 2,5% para 2020 e 2,5% para 2021 - segundo o Focus, o crescimento médio esperado para o ano que vem é 2,2%. Padovani afirma que se trata de uma recuperação lenta, mas sólida, e que ela não pode ser considerada uma retomada normal, dado o grau de devastação que a recessão deixou, principalmente em segmentos como da construção pesada e de óleo e gás.

Ainda de acordo com Padovani, estudos indicam que reformas estruturais levam até dez anos para consolidar seus efeitos na economia. "Estamos criando condições para que, no futuro, a atividade vá bem, mas não tem uma relação automática", diz. "Temos de avançar muito no ambiente de negócios, o que inclui tributos mais simples e qualificação de mão de obra, para estar num voo de cruzeiro mais perto de 4% ao ano."

Leia Também

Uma melhora no nível de investimentos também é apontada como essencial para acelerar o ritmo da economia. Hoje, os investimentos são da ordem de 15% do PIB. O economista José Luis Oreiro, professor da Universidade de Brasília, afirma que esse número teria de ir para 23% para que o País pudesse crescer entre 4% e 5%. "Vai crescer pouco nos próximos dois anos, porque falta demanda. A política fiscal é contracionista; a monetária começou a ficar levemente expansionista agora e o cenário externo é ruim", diz.

A economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da Fundação Getúlio Vargas, destaca que o fator mais forte para o aumento do investimento no País - e também do PIB - é um ambiente de previsibilidade e confiança.

Apesar de a incerteza ter recuado recentemente, diz ela, ainda está em patamar elevado. O índice de incerteza da economia, calculado pelo Ibre, recuou com a aprovação da reforma da Previdência na Câmara, passando de 119 pontos em junho para 108,4 em julho, ainda próximo de 110 pontos, considerado o nível de "incerteza elevada". "Tem várias reformas em discussão, mas falta uma agenda. A reforma tributária, ninguém sabe como será. O investidor está cauteloso", diz Silvia.

Para a economista, um dos principais entraves ao crescimento - e que pode colocar o Brasil em uma posição complexa semelhante à do México - é a perda de produtividade. "O México conseguiu toda uma estabilidade macroeconômica, abriu sua economia, mas a produtividade não veio." Segundo Silvia, isso ocorreu porque empresas pouco produtivas acabaram sobrevivendo devido a ineficiências microeconômicas.

No Brasil, investimentos mal alocados, subsídios e regimes tributários especiais, como o Simples, também podem limitar os efeitos das reformas estruturantes. "Para o País crescer 3%, sem o mundo ajudar, tem de ter reformas mais severas", acrescenta Silvia, que projeta alta de 1,8% para 2020 e 2% para 2021.

Aceleração entra no debate

Diante da lentidão da recuperação econômica, medidas que acelerem o ritmo do Produto Interno Bruto (PIB) - e aliviem a situação de 13 milhões de desempregados - começam a ganhar espaço no debate. O próprio governo federal adotou uma delas ao anunciar, no mês passado, a liberação do saque de R$ 500 das contas do FGTS.

Economista-chefe da consultoria LCA, Bráulio Borges defende como estímulo econômico a redução mais significativa da taxa básica do juros (Selic). Em julho, o Banco Central cortou a Selic pela primeira vez desde março de 2018, passando a taxa de 6,5% para 6%.

Segundo Borges, como o País está em seu terceiro ano consecutivo com inflação abaixo da meta e as projeções indicam que deverá continuar assim até 2020, a taxa de juros deveria estar mais baixa, impulsionando consumidores e investidores a tomarem crédito e, assim, movimentarem a economia.

"O próprio BC já reconheceu, em ata, que a incerteza na economia é contracionista e desinflacionária. Feita a constatação de que a inflação está abaixo na meta, o BC deveria ter respondido a isso", diz Borges. Ainda de acordo com o economista da LCA, o governo agiu corretamente ao liberar o saque do FGTS, mas o impacto da medida no PIB pode ser neutralizado pela crise argentina.

O economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, também afirma que a política monetária é o grande instrumento econômico, mas diz também haver "um pouco de espaço" para medidas de incentivo no mercado imobiliário.

O professor da Universidade de Brasília José Oreiro defende um descontigenciamento do Orçamento do governo para estimular a demanda. Para ele, ainda assim, seria possível manter a relação entre dívida e PIB estabilizada ao aumentar o PIB.

O economista Thiago Xavier, da Tendências, afirma que acelerar os projetos de concessão na área de infraestrutura seria uma medida bem-vinda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FOCO NO TECH

Empregos da área de tecnologia são os mais promissores para 2022; veja a lista completa de oportunidades

19 de janeiro de 2022 - 12:00

Segundo a lista Empregos em alta em 2022 do LinkedIn, o setor de tecnologia e computação se destaca nas profissões mais promissoras para este ano, seguido por marketing, vendas e experiência do usuário

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro avança próximo da estabilidade e dólar cai de olho no exterior positivo e nos balanços dos bancos de hoje

19 de janeiro de 2022 - 9:09

As commodities permanecem em rota de valorização, com o petróleo e o minério de ferro em destaque hoje

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em queda com cenário externo negativo e greve dos servidores pressiona local; dólar sobe

18 de janeiro de 2022 - 9:08

O balanço de grandes bancos dos EUA, como o Bank of America e o Goldman Sachs, permanece no radar do investidor internacional hoje

Tendências da bolsa

AGORA: Prévia do PIB vem acima do esperado, mas Ibovespa futuro abre em queda e dólar avança pela manhã

17 de janeiro de 2022 - 9:09

O PIB da China animou os mercados nesta segunda-feira, com resultados acima do esperado pelos analistas

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em leve queda, mesmo com dados do varejo acima do esperado; dólar opera com estabilidade

14 de janeiro de 2022 - 9:12

O exterior opera sem direção definida pela manhã, antes dos balanços de grandes bancos nos Estados Unidos

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em queda com exterior sem direção e serviços crescem em novembro, segundo IBGE; dólar sobe

13 de janeiro de 2022 - 9:07

Os investidores digerem os dados de inflação dos EUA de ontem e permanecem de olho nas falas de dirigentes do Fed hoje

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro recua, mesmo com bolsas no exterior em alta antes da inflação dos EUA; dólar avança

12 de janeiro de 2022 - 9:06

Os investidores aguardam ainda a divulgação do Livro Bege na tarde de hoje; saiba o que esperar

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em queda após IPCA fechar 2021 em 10,06% e dólar cai

11 de janeiro de 2022 - 9:05

Ainda hoje, Roberto Campos Neto deve se reunir com servidores do Banco Central, descontentes com o reajuste de apenas um setor do funcionalismo público

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em queda, com piora das bolsas no exterior e dólar sobe hoje

10 de janeiro de 2022 - 9:07

Panorama local permanece atento ao risco político-fiscal e internacional aguarda divulgação do Livro Bege

GANHANDO MAIS

Ritmo de contratações desacelera nos EUA e frustra expectativas — mas, ainda assim, Biden classifica desempenho como histórico; entenda

7 de janeiro de 2022 - 18:44

Rendimento médio por hora trabalhada continua a crescer e o desemprego registra mais uma queda consecutiva. A inflação segue no radar

Mercados Hoje

Ibovespa volta a recuperar os 102 mil pontos, mesmo com exterior negativo; dólar aprofunda queda

7 de janeiro de 2022 - 10:22

Bolsas americanas recuam após payroll, segurando a alta da bolsa brasileira

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre próximo da estabilidade e dólar recua após abertura

7 de janeiro de 2022 - 9:08

A variante ômicron permanece no radar dos investidores internacionais e semana caminha para fechamento negativo da bolsa brasileira

Mercados Hoje

Mesmo após ata ‘agressiva’ do Fed, Ibovespa sobe forte após três pregões de queda; dólar tem leve queda

6 de janeiro de 2022 - 10:26

As bolsas pelo mundo operam majoritariamente em queda, enquanto o índice brasileiro tenta reverter as perdas da semana

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro sobe, enquanto bolsas no exterior recuam e dólar avança; bitcoin (BTC) despenca na madrugada

6 de janeiro de 2022 - 9:17

O Ibovespa futuro abre em alta de 0,33% aos 102.000 pontos, apesar do risco fiscal no cenário doméstico

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa recua mais de 2% após Fed sinalizar fim definitivo dos estímulos monetários da pandemia; dólar vai a R$ 5,73

5 de janeiro de 2022 - 19:34

A ata da última reunião do banco central norte-americano azedou os mercados e chegou a fazer o Ibovespa encostar nos 100 mil pontos

Mercados Hoje

Ata do Fed piora humor dos mercados e Ibovespa volta ao patamar dos 100 mil pontos, em recuo de 2,5%; dólar sobe a R$ 5,73

5 de janeiro de 2022 - 10:21

A covid-19 também permanece no radar, com recorde de novas infecções em todo o mundo devido a variante ômicron

Tendências da bolsa

AGORA: Mesmo com exterior misto antes da ata do Fed, Ibovespa futuro sobe e dólar abre em queda hoje

5 de janeiro de 2022 - 9:07

A variante ômicron permanece no radar dos investidores internacionais, com novas informações sobre infecções e letalidade

FECHAMENTO DO DIA

Risco fiscal faz juros futuros dispararem e bolsa tem mais um dia de perdas; dólar vai a R$ 5,69

4 de janeiro de 2022 - 19:31

O cenário doméstico se sobrepõe ao exterior, com risco fiscal e ameaças de paralisação do Banco Central no centro do debate nacional.

Mercados Hoje

Ibovespa desacelera queda e dólar passa a recuar com dados mistos dos Estados Unidos e alta do petróleo

4 de janeiro de 2022 - 10:25

O cenário doméstico se sobrepõe ao exterior, com risco fiscal e ameaças de paralisação do Banco Central no centro do debate nacional

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em alta puxado pelo exterior e dólar avança antes da ata do Fed amanhã

4 de janeiro de 2022 - 9:06

A variante ômicron permanece no radar dos investidores internacionais, com novas informações sobre infecções e letalidade

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar