Uma das maiores instituições financeiras do mundo, o Deutsche Bank registrou prejuízo líquido de 3,15 bilhões de euros no segundo trimestre. O número é ainda pior do que o previsto pelo banco alemão, de 2,8 bilhões. No mesmo período do ano passado, a instituição havia registrado um lucro de 401 milhões de euros.
O mercado reage mal aos números do Deutsche Bank. Por volta das 9h (horário de Brasília), as ações do banco na Bolsa de Valores de Frankfurt eram negociadas a € 6,90, numa baixa de 3,16%.
A instituição já havia divulgado seus resultados preliminares no início do mês, quando anunciou um plano de reestruturação prevendo troca de comando, cortes de custos, demissões e mudanças na estratégia de negócios.
Na prática, as mudanças significam que o Deutsche Bank tentará ser um banco menor. O banco cresceu muito no passado com a sua divisão de investimentos, que operou com ativos de riscos, como os derivativos, e agora dá um passo atrás.
O Deutsche Bank ainda sofre as consequências da crise de 2008. A instituição, nos últimos anos, assumiu riscos demais e até se envolveu em escândalos como manipulação de taxas de juros e lavagem financeira que mancharam a sua reputação.
Outros números
Segundo os dados divulgados pelo Deutsche Bank nesta quarta-feira, 24, a perda atribuível aos acionistas foi de 3,19 bilhões de euros. Excluindo os custos de 3,4 bilhões de euros da reestruturação do banco, o Deutsche registrou lucro líquido de 231 milhões de euros entre abril e junho.
O banco ainda espera que haja uma queda nas receitas neste ano em relação a 2018, o que se deveria, principalmente, a decisão de sair substancialmente de todos as vendas de ações e operações de trading.
No segundo trimestre, a receita do banco caiu 6% na comparação com o período entre abril e junho de 2018, para 6,20 bilhões de euros.
Planos do Deutsche Bank
- Reduzir seu custo anual de 17 bilhões de euros para 6 bilhões até 2022;
- Cortar 18 mil funcionários para um quadro de 74 mil pessoas em 2022;
- Criar uma nova divisão de negócios batizada de "Corporate Bank" para abarcar a divisão que atende empresas na Alemanha e suas transações internacionais;
- Fim da operação de negociação de ações;
- Transferência de 74 bilhões de euros em ativos de alto risco para uma nova unidade, que ficará encarregada em vender parte desse montante;
- O banco decidiu não pagar dividendos aos acionistas em 2019 e 2020;
- O banco reafirmou que pretende devolver US$ 5 bilhões aos acionistas por meio de recompra de ações e dividendos a partir de 2022, após a venda de ativos;
- Investir 13 bilhões de euros em tecnologia até 2022 para dar mais eficiência ao banco e melhorar seus produtos e serviços
*Com Estadão Conteúdo